Após ser apontada como uma das apostas da BBC para 2010, a
cantora Marina & The Diamonds logo entrou para o radar da blogosfera ao
redor do mundo. Tanto fãs de músicas mais radiofônicas quanto o público indie,
ficaram ligados pelo lançamento de seu álbum de estreia, “The Family Jewels”, e
a maioria – no caso, fãs da música mais comercial – abandonou nossa querida
Marina por ali mesmo. Era um fato, Marina & The Diamonds não era como
Rihanna, Katy Perry ou qualquer outra que estivesse nos holofotes naquele
momento, mas também era um fato que Marina tinha tudo para ser uma popstar tão
grande como elas, só que sem a vulgaridade e as faixas previamente preparadas
para serem sucessos.
Dadas às circunstâncias, Marininha aprendeu que umas batidas
dançantes aqui e um refrão fácil ali não faria mal e por isso, tratou de chamar
alguns produtores como Dr. Luke, Díplo e Cirkut para trabalharem em “Electra
Heart”, seu segundo álbum de inéditas, que já está disponível para audição na
internet (VAZOU11!!!!UM!) e é tão bom, se não melhor, que seu material de
estreia.
O “Electra Heart”, além de apresentar uma Marina melhor
preparada para as rádios, apresenta aos fãs um alter-ego da cantora. Uma mulher
sonhadora, que se engana por prazer e entre suas crises, nota que isso é apenas
uma de suas qualidades. O álbum começa com “Bubblegum Bitch”, na faixa
produzida por Nowels, Marina se coloca no controle e deixa claro que ela é quem
manda: “Eu te mastigo e te cuspo fora”. A faixa apresenta uma sonoridade mais
rock e passa longe de se tornar um single.
A sucessora de “Bubblegum Bitch” é a já conhecida “Primadonna”,
produzida por Dr. Luke e Cirkut. Por mais que na primeira faixa Marina nos dê
as boas-vindas à vida de Electra Heart, é na segunda que Electra começa a
traçar sua personalidade. Na faixa, Marina canta sobre viver sua vida como se
fosse um sonho e seu desejo de sempre querer tudo – “Sei que tenho um grande
ego”.
A terceira faixa do “Electra Heart” é a ótima “Lies”, que
havia sido apresentada aos fãs inicialmente numa versão acústica, como prévia
do álbum. Na faixa, produzida por Dr. Luke, Diplo e Cirkut, Marina começa a “abrir
os olhos”, mas ainda tentando se enganar:
“Mentiras, eu não quero saber, não quero saber. Eu não posso
te deixar partir, não posso. Só queria que isso fosse perfeito e que essa luta
valesse a pena”, canta Marina no refrão.
“Homewrecker” segue com o álbum e essa é mais uma produção
de Nowels, que abriu o álbum com “Bubblegum Bitch”. Na faixa, que também logo
apresenta uma sonoridade mais radiofônica, nossa destruidora de lares se mostra
mais realista: “Cada namorado é único até que se prove o contrário. Os bons
nunca são fáceis, os fáceis nunca são bons”, diz Marina no discurso inicial.
Genial.
Então “Homewrecker” acaba e você começa a escutar a introdução
de “All The Rowboats”, da Regina Spektor, mas espera, estávamos ouvindo o álbum
de Marina & The Diamonds, não?! Ok, a introdução de “Starring Role” lembra
muito o single de retorno de Spektor, mas apenas em seu início. Na faixa,
produzida por Kurstin, Marina canta sobre não fazer questão de ser uma
coadjuvante, ela quer o papel principal. A canção apresenta algo mais intenso
em todos os sentidos.
Se Marina abria seus olhos em “Lies”, em “State of Dreaming”
ela admite que sua vida é um jogo e que só acorda quando está dormindo. Na
minha opinião, “State of Dreaming” tem uma das melhores letras do “Electra
Heart” e os vocais de nossa Katy Perry indie também estão ótimos. Pedindo para
ser single, pfvr!
Em “Electra Heart”, Marina canta suas desilusões, não só
amorosas e após aceitar estar vivendo uma mentira, Diamandis tenta se levantar
com “Power & Control”, onde quer assumir o controle mais uma vez e tentar
derrubar o outro: “E continuamos com o mesmo estúpido jogo”.
O problema de Marina, sua vida e seu coração continua em “Living
Dead”. Na faixa produzida por Kurstin, Marina confessa a insatisfação com sua
vida, vida qual ela “vive morta” e as reclamações continuam em “Teen Idle”,
faixa em que Marina
diz se sentir uma completa suicida e revela alguns desejos como querer ser a
Rainha do Baile e uma loira oxigenada (por isso essas madeixas loiras, Marinão?).
Partindo para algo mais calmo, “Valley Of The Dolls” traz
uma Electra Heart mais sincera e nela, Marina admite estar voltando para os
mesmos erros – “back to zero, here we go again” - , os mesmos erros em questão
voltam para sua vida, mas desta vez, Marina está armada até os dentes. Em “Hypocrates”,
Marina joga na cara de seu amado o fato dele dizer algo e fazer outro – “Quem é
você para me dizer o que ser?!”, canta Marina.
E para fechar o álbum, Marina & The Diamonds guardou “Fear
and Loathing”, que acaba por unir toda a história de sua Electra Heart em uma só
letra. Sem a pegada radiofônica do início do álbum, a faixa produzida por Howe,
mostra que Marina tirou uma lição disso tudo. Na canção, ela confessa ter
vivido muitas vidas e mostra suas fraquezas, dizendo não querer viver com medo
e que nem todos querem te atacar, alguns tem em plano apenas te conhecer.
Resumindo: “Electra
Heart” é um álbum incrível em todos os sentidos. Nele, Marina nos
mostra os altos e baixos da vida (e sonho) de sua Electra Heart e ainda nos
prova que é possível fazer algo para as rádios, sem precisar apelar para aquilo
de colocar suas mãos para cima. Outro ponto interessante deste álbum é a
participação de Dr. Luke, que por mais que seja super genérico, apostou em algo
completamente diferente e conseguiu cumprir sua missão. Podemos terminar essa
review com o clipe de “Primadonna”?
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