Em 2007, uma nova cantora britânica tentava sua chance nos holofotes, a ainda desconhecida Rita Sahatçiu Ora iniciou sua trajetória para o estrelato pelas beiradas, com participações em clipes alheios, participações em festivais e apresentações em bares (como Lady Gaga e Katy Perry) e em 2009, teve a chance de se deparar com um olheiro da Roc Nation, gravadora pertencente ao marido de Beyoncé, Jay-Z. O olheiro fez um convite e a cantora novata não pensou duas vezes em partir para os EUA e conhecer o grandão da indústria norte-americana. No período em que Rita Ora foi apresentada a Jay-Z (comecinho de 2009), o rapper e produtor acompanhava um dos maiores sucessos de sua gravadora, a “good girl” Rihanna, “gone bad” com a mídia dos quatro cantos do mundo, por conta da polêmica agressão que a cantora sofreu de seu namorado, Chris Brown. E o rapper, que precisava se garantir no topo desta pirâmide, precisava que sua gravadora se continuasse com fortes nomes femininos na música e assim, apostou todas suas fichas na novata, que passou quase três anos fazendo escola nos bastidores da Roc Nation e trabalhando no que veio a se tornar o seu álbum de estreia, “ORA”.
Primeiro videoclipe com a participação de Rita, "Where's Your Love?", do Craig David Com participações do cantor J. Cole, do rapper Tinie Tempah e do DJ Fresh, “ORA” é um dos álbuns mais legais lançados neste ano e fica provado que todos os ensinamentos de Jay-Z e sua trupe ajudaram muito esse nome, que tem se tornado cada vez maior no Reino Unido e nos EUA. Da frenética “Facemelt” à grudenta “Meet Ya”, o álbum de estreia de Rita Ora apresenta uma versatilidade fantástica e sem seguir uma só fórmula, transita entre o R&B, o pop e o hip-hop, sem perder sua identidade – o que deverá ser útil para que Rita se mantenha firme nas paradas com os singles sucessores de “How We Do (Party)” e “R.I.P.”.
Vamos nos aprofundar e conhecer o “ORA” faixa à faixa?
A primeira faixa do CD, “Facemelt”, é frenética, urbana, flerta com o sintetizador e vem com um fim um tanto inesperado. Dá um início super pesado para o álbum e em minha opinião, é quase que a “Birthday Cake” da Rita Ora! Será que teremos uma versão estendida, com a participação do Breezy? Prosseguindo com a tracklist, vamos com a cativante “Roc The Life”. Nesta, o que temos é um quê mais R&B da britânica, que se mantém em solos urbanos e inicia toda a versatilidade qual comentei anteriormente, com a batida meio gangsta, alguns samples e até riffs de guitarra. A terceira e quarta faixa do “ORA” são as já conhecidas “How We Do (Party)” e “R.I.P.”, uma dançante e animada, outra obscura e cheia de flertes com o dubstep. Pra quem não sabe, “R.I.P.” teve uma demo gravada inicialmente pelo rapper Drake, que é o nome por trás da canção, foi oferecida a cantora Rihanna e após ser recusada, acabou nas mãos de Rita Ora e do rapper Tinie Tempah. O que não ficou nada ruim, não é mesmo?!
Após o indie-rock-pop-delicinha acima, partimos para a nona faixa, que conta com a temida participação de Will.I.Am: “Fall In Love”. Nesta, temos características bem típicas do Will.I.Am pesando durante toda a canção, mas acabou funcionando muito bem. Pela letra repetitiva, é provável que “Fall In Love” seja uma das primeiras do álbum a se tornarem cansativas, mas pelo batidão que a mesma carrega, é provável que ela não passe despercebida em nenhuma das vezes que escutarmos o CD.
Outra que não deverá passar despercebida é a animada “Hot Right Now”, isso mesmo, aquela que contribuiu para o lançamento mundial de Rita Ora e que conta com a produção e batidas do DJ Fresh. A canção é uma das produções mais legais da carreira do DJ Fresh e após emplacar nas paradas, fez com que Fresh investisse em diversas faixas semelhantes a esta. “Hot Right Now” é agitada, vem com um dance urbano e um refrão todo envolvente, do jeito que amamos/dançamos. Dando uma queda na força mais uma vez, vamos com a piração de Ritinha em “Crazy Girl” (leia o título da canção sussurrando mentalmente). Perto de chegar ao final do álbum, Ora decide mostrar suas garras e mesmo com um instrumental tranquilizador, que ascende conforme chega ao refrão, a cantora diz que é perigosa: “eu não sou como as garotas, vou te comer”.
Mantendo a linha ~Rihannesca~, o que eu já disse que é quase inevitável, a penúltima faixa do CD é a baladinha “Young, Single and Sexy”. Escutando-a, já podemos imaginar um clipe à la qualquer ex-Destiny Child que não se chame Beyoncé, com a mocinha solteira, jovem e sexy, que após uma decepção amorosa, resolve sair e curtir a vida cazamigas, mas levando em conta que a carreira de Rita tem sido cuidadosamente trabalhada em todos os pequenos detalhes, não seria uma atitude muito inteligente levar esta canção para as rádios. Pra fechar o álbum com chave de ouro, vamos com “Meet Ya”! Que é mais ou menos assim: pega “Tonight, Tonight”, do Hot Chelle Rae, mistura com algo da Colbie Caillat e depois dá para a Jessie J (ou no caso, para a Rita Ora) cantar. Pronto, é o que temos. Essa é uma música que não se encaixou muito bem em nenhuma parte do álbum, então colocaram aqui só pra gente não terminar a review comparando a Rita com a Kelly Rowland.
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