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Review: Carly Rae Jepsen e o seu primeiro "Kiss", com gostinho de quero mais!

Nos últimos meses o dance foi a grande aposta das cantoras pop para desfloparem de vez e com isso, quem saía na vantagem eram DJs como David Guetta, RedOne e Calvin Harris, que garantiram diversas novas parcerias nessa temporada do "desespero por um hit". Porém, enquanto Rihanna, Jennifer Lopez, Katy Perry e outras brigavam por um lugar ao sol (leia-se: no topo da Billboard Hot 100), uma cantora chegava pelas beiradas e, mesmo sem seguir as "tendências do rádio", garantia seu primeiro grande hit. O hit? "Call Me Maybe". A dona? Carly Rae Jepsen.
Com o apoio de vários nomes do pop teen, um roteiro pra lá de interessante e um empurrão do seu quase padrinho musical, Justin Bieber, Carly garantiu com que "Call Me Maybe" se tornasse um dos maiores hits do ano e com seu inocente refrão, se tornou mundialmente conhecida, porém, a cantora tem agora a missão de provar que sua carreira não acaba aí e fazer deste maybe uma certeza. Faltando menos de uma semana para o seu lançamento, o segundo álbum da carreira da Jeppo, "Kiss", caiu na internet e agora chegou a nossa vez de provar o beijo dessa canadense. 

Por mais que soe como algo bem atual, o novo CD da cantora tem todo um quê oitentista e isso já fica bem audível em "Tiny Little Bows", faixa que abre a tracklist do álbum. De uma forma um tanto covarde, a cantora aproveita o início do álbum para provar que nasceu para fazer refrões grudentos e usa isso genialmente a seu favor, nesta seleção de faixas em que "Tiny Little Bows" é sucedida por "This Kiss", que é seu novo single, o smash-hit "Call Me Maybe", a também conhecida "Curiosity" e o hit repartido com o Owl City, "Good Time". Para muitos, essa seleção poderia ser uma tortura de canções com trechos que deveríamos passar o resto da vida cantarolando contra nossa vontade, mas Carly também faz com que isso passe de uma forma tão rápida, que nossa verdadeira vontade é retornar para o início do CD, só pra re-escutar tudo isso e ver se não pulamos nenhuma canção por acidente, porém, vamos deixar esse replay pra depois, até porque ainda temos diversas outras faixas para comentar abaixo.
Após a rapidinha radio friendly que abre o álbum, Jeppo decide mostrar que nem só de "Call Me Maybe" nasceu o "Kiss" e nos apresenta "More Than A Memory", que é simplesmente uma das melhores canções que já ouvi nos vocais da cantora. Desta vez, Carly volta a abordar a temática amorosa, mas com uma visão mais "dramática" e ainda assim, deixando um clima quase que animado com seu instrumental. Mas a animação retorna mesmo com as faixas que sucedem "More Than A Memory", que são "Turn Me On" e "Hurt So Good". Ambas faixas vem com uma forte presença dos sintetizadores e são daquelas que não deixam ninguém parado - em caso de flop, Carly Rae Jepsen tem aqui duas "saídas de emergência".

Passada a animação da festa de synths, quem resolve fazer uma aparição especial nessa história é o cantor Justin Bieber. A parceria entre os conterrâneos se chama "Beautiful" e com ela, Bieber não faz nada muito diferente do que ele fez em faixas como "Mistletoe". A música está longe de ser uma das melhores do CD, mas é bonitinha e era mais ou menos isso que esperávamos dessa parceria, não é mesmo?! Algo que eu realmente não esperava neste álbum era um batidão na voz de Carly e, surpresa, é isso o que temos em "Tonight I'm Getting Over You". Pra ser sincero, estou mentindo em dizer que não esperava uma canção como esta (até porque eu escutei as prévias e essa era a faixa que eu mais esperava), mas eu não minto em dizer que essa é uma das melhores do álbum. Acompanhando o álbum, notamos que Carly caminha bem distante dos exemplos que eu citei no início do post, das cantoras que se rendem as batidas dançantes para não cair no esquecimento, então uma faixa como "Tonight I'm Getting Over You" acaba ficando meio perdida entre todas essas batidas oitentistas e esse pop "inocente", mas ainda assim, consegue facilmente roubar todas as atenções - saída de emergência extra.

Continuando, chegamos a "Guitar String/Wedding Ring", que é quase que a "Good Time" da Carly - sem o Adam Young. Nesta faixa, Jeppo mantém seus característicos refrões e o sintetizador faz muito bem o seu trabalho, mas não temos muita coisa além disso, é apenas ok. Fechando a tracklist da versão standard do "Kiss", Carly Rae Jepsen vem com uma veia mais emotiva em "Your Heart Is A Muscle", que é uma das poucas baladinhas do CD. A faixa me lembra um pouco do trabalho da Demi Lovato no álbum "Unbroken" e nesta canção, Carly mostra um pouquinho mais de seu vocal, qual ela não abusa muito durante todo o álbum.

Mantendo, mais uma vez, seus inocentes e grudentos refrões, a tracklist da versão deluxe do álbum inicia com "Drive", faixa carregada de sintetizadores, que no geral trabalham muito bem neste material. A faixa é sucedida por "Wrong Feels So Right", que é uma das canções mais diferentes do álbum e seu instrumental me lembrou MUITO "Calçada da Batalha", da banda Tereza, porém, traz o adicional flerte com o dubstep. Após a canção vamos com o pop-rock de "Sweetie", canção que pode ser facilmente descrita por seu próprio título e eis que chegamos em "I Know You Have A Girlfriend", que é uma canção que merece toda uma atenção especial nesta review.

Com os sintetizadores mais uma vez presentes, "I Know You Have A Girlfriend" segue uma fórmula bem parecida com a do smash-hit "Call Me Maybe" e é, em minha opinião, a única canção que tem o potencial de se tornar um hit tão grande quanto a faixa. As palmas, o refrão deliciosamente chiclete, os synths, tudo se encaixa perfeitamente nesta canção e por mim, o cd poderia acabar aí, porém, ainda temos a baladinha "Almost Said It", que está longe de ser ruim e encerra a tracklist da versão deluxe do álbum. Acompanhada apenas do violão, Jeppo se mostra mais uma vez uma garota inocente em "Almost Said It", a faixa tem um ar tão doce que pode até causar diabetes e chegou a me lembrar do trabalho da Katy Perry no seu álbum de estreia, o "One Of The Boys". 

Resumindo: o novo álbum de Carly Rae Jepsen não é nada que não pudéssemos esperar nas mãos de outras cantoras teens - como, por exemplo, Selena Gomez - mas o fato de estar nas mãos da canadense já traz todo um motivo especial para apreciarmos este álbum com outros ouvidos e com ele, podemos deixar de torcer o nariz para o que é produzido para "o público adolescente", até porque tem muita coisa boa partindo deste sub-gênero. Este pode até não ser o primeiro álbum da Jeppo, mas é o primeiro beijo e como sabem, o primeiro a gente nunca esquece.
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