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Review: o "Glassheart" de Leona Lewis é frágil, mas não sangra.

É sempre muito bom para uma artista garantir um grande single nas rádios, principalmente se esse for um de seus primeiros lançamentos, e a cantora inglesa Leona Lewis teve essa oportunidade com seu álbum de estreia, "Spirit", daonde tirou o sucesso "Bleeding Love". O sangramento de Leona Lewis durou por um bom tempo e, conforme os números da cantora cresciam, ela foi se deparando com o desafio de superar o sucesso da tal música - desafio que a cantora não concluiu até hoje. Dois anos após o lançamento do álbum "Spirit", Leona já podia ser lembrada sem que relacionassem seu nome com o X-Factor e nesse mesmo ano a cantora lançava o álbum "Echo", qual, para ser sincero, não me recordo de um só single.

Com uma dose extra de confiança, Leona retorna nesse ano para às prateleiras com seu terceiro álbum de estúdio, "Glassheart", indo um pouco além de suas tradicionais baladinhas, trazendo um certo quê obscuro e também se rendendo ao dubstep. Com produções de Ryan Tedder, Sandy Vee e Darkchild, "Glassheart" foi oficialmente lançado nesta sexta-feira (12) e agora vamos analisar faixa-à-faixa deste material. Vem com a gente, mas sem correr, porque vidro pode quebrar e cortar.

Iniciando o disco com "Trouble", não temos grandes surpresas quanto à sonoridade da cantora. É uma baladinha daquela que te conquista na primeira ouvida, e com uma letra um tanto clichê, mas que também te agarra facilmente. "Un Love Me", segunda faixa do material, mantém o mesmo clima e é uma das que imaginamos, facilmente, sendo lançada como single. A faixa começa devagar, mas ganha batidas em acréscimos, até alcançar o auge no refrão, quando Leona implora para que seu companheiro deixe de te amar.

Prosseguindo, chegamos a "Lovebird", que carrega características bem semelhantes às duas primeiras canções do álbum, e partimos para "Come Alive", que é onde o álbum começa a ganhar vida. A faixa já começa com alguns synths, que dividem espaço com uma batida contínua, e depois ambos dão lugar para o primeiro contato do álbum com o dubstep. "Veja quando eu voltar a viver".

Diminuindo o ~choque~ de "Come Alive", voltamos ao bom e velho R&B em "Fireflies", em que a cantora volta a investir nas batidas mais "descansadas" que ganham força quando chegam no refrão. Mas Leona ainda está indecisa sobre muita coisa, e em "I To You" a cantora volta a dar mais impulso para seu instrumental, enquanto questiona "O que eu sou pra você?". Quando você já acredita ter uma resposta pra cantora, ela vem com "Shake You Up", um dos grandes diferenciais do "Glassheart". Longe das baladinhas e também do dubstep, "Shake You Up" dá um ar refrescante para o álbum, chegando a fugir do sufoco melancólico do material e até mesmo à lembrar algumas coisas de Lady Gaga no "The Fame", é daquelas faixas que dividem a opinião do público entre amar e odiar, eu fico com a primeira opção.

Mais uma vez, o choque é forte demais, animado demais e muitas outras coisas demais para o álbum, que tenta passar uma imagem de simples e até mesmo frágil, por isso Leona volta a acalmar nossos ânimos com "Stop The Clocks", que é mais do que já ouvimos no início do álbum, o que não é necessariamente ruim. "Favourite Scar" dá sequência ao álbum, e também não traz muitas novidades, mas vem acompanhada de uma atmosfera mais tranquila - após 1:05 temos a impressão de que a cantora vai cantar "Circus" da Britney, in case you're interested. O clima tradicional de baladinha retorna com "When It Hurts", que é clichê em todos os sentidos, mas é quebrado pela faixa-título "Glassheart".

Ela está amando com seu frágil coração, seu coração de vidro, e em contrapartida à toda essa fragilidade, a canção é uma das mais ~dubstépicas~ do disco, mostrando uma certa força por trás desse vidro, ou uma ilusão da mesma. Por fim, chegamos à baladinha "Fingerprints" e revisitamos "Trouble", agora com a participação do Childish Gambino. "Fingerprints" começa quase que pura, apenas com os vocais de Lewis e um piano ao fundo, ao decorrer da canção vamos notando alguns ruídos extras, mas acabamos nos decepcionando por não rolar nada muito grande, principalmente por ser a faixa que, técnicamente, encerra o material.

Em sua versão deluxe, "Glassheart" conta com versões acústicas de "Trouble", "Come Alive" e "Glassheart", e com três outras canções, curioso é ver "Collide", que causou aquela polêmica pelo sample do Avicii, como última canção dessa versão, quase que escondida. Acredito que Lewis e sua equipe não quer que comentemos muito sobre ela.

Resumindo: "Glassheart" é exatamente o que poderíamos esperar de Leona. Ele é frágil quando precisa mostrar sua fraqueza e extremamente forte quando também precisa mostrar tal postura. O álbum também possui momentos em que os reais sentimentos são um tanto camuflados, como na faixa-título, e acaba por nos envolver sem grandes novidades, mas deixando facetas de Leona Lewis para todos os gostos - indo desde os fãs de Adele aos de Skrillex, passando ainda pelos fãs dos mashups de Adele com Skrillex. Isso é bom o suficiente para mim.
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