Slider

Review: a superexposição de Rihanna em seu "Unapologetic"

Lançar um álbum por ano não deve ser a tarefa mais fácil do mundo e a cantora Rihanna sabe disso como ninguém. A cantora de Barbados, que em sete anos de carreira possui sete álbuns de estúdio, é um dos maiores nomes do pop atual e isso não é por acaso: RiRi já foi do R&B, do hip-hop, do reggae, do pop e até mesmo do dance, e conseguiu manter sua carreira estável em todos esses gêneros e sub-gêneros, mostrando que é uma das artistas mais flexíveis do mercado atual e sem perder a força de sua personalidade.

"Unapologetic" é o sétimo capítulo dessa estranha história de Rihanna e marca uma nova fase da cantora, após o explosivo sucesso de suas parcerias com Calvin Harris em "We Found Love" e "Where Have You Been". Numa rápida análise, posso dizer que "Unapologetic" é um punhado das principais características de toda a discografia da cantora, mas tenho certeza  que você veio aqui para um pouco mais que uma simples comparação e é exatamente isso o que vamos fazer. Dá um play no novo álbum da Rihanna por aí e vem com a gente!

01. "Phresh Off The Runway"
Por mais que nosso primeiro contato com o álbum tenha sido a baladinha "Diamonds",a faixa que abre o material é a pesada "Phresh Off The Runway", que conta com a produção do David Guetta, mas passa longe das farofas do DJ (ou de sua parceria com RiRi em "Who's That Chick"). É um hip-hop do bão, que revisita faixas como "Rockstar 101" ou a mais recente "Cockiness (Love It)".
02. "Diamonds"
Essa todos já conhecem e amam, não é mesmo? Quando foi lançada, "Diamonds" fez com que muitos comparassem Rihanna com nomes como Adele e Lana Del Rey, por ser uma balada melancólica e com instrumentos que RiRi não costumava usar em suas canções, mas bastou sair o videoclipe para notarmos a facilidade que a cantora tem para tornar característico tudo o que lança, mesmo quando é algo extremamente diferente do que já passou por seu histórico. "Somos lindos como diamantes no céu".

03. "Numb (feat. Eminem)"
Quando fiquei sabendo que Eminem estaria nesse CD da Rihana, tive a sensação de que já tinha minha faixa favorita no material, mas me enganei. Com produção do Oak, que esteve por trás de músicas como "Fire Burns" da Nicki Minaj e "Rainbow" da Jessie J, "Numb" é bem diferente do que podemos esperar tanto de Rihanna quanto de Eminem, também fugindo do que os dois fizeram em "Love The Way You Lie". A canção mantém a temática amorosa que rodeia todo o álbum e o peso da primeira música do cd, porém, com uma letra nem tão potente quanto poderíamos esperar da dupla.

04. "Pour It Up"
Uma coisa que notei no "Unapologetic" é que as letras não foram uma das principais preocupações. Sabemos que a maior parte do álbum trata de amor e, em sua maioria, de uma forma bem melancólica, mas muitas acabam deixando sua mensagem pela metade, como "Numb" e "Pour It Up".

05. "Loveeeee Song (feat. Future)"
Sabe quando a MTV prepara aquelas listas de hits das décadas passadas e acabamos encontrando algumas coisas R&B bem diferentes do que esses "Ushers" e "Kelly Rowlands" da vida fazem hoje? Essa é "Stay". A música tem uma grande influência das baladinhas noventistas e conta com a participação do cantor Future — qual eu ainda não conhecia.

06. "Jump"
Quando Rihanna lançou o "Talk That Talk", o dubstep ainda estava em ascensão nas rádios e ela aproveitou para incluí-lo em faixas como "Red Lipstick" e no mal-sucedido single "You Da One", porém, a cantora fez algo mais arriscado no "Unapologetic", agora que o dubstep já está mais que consolidado no mercado pop, e investiu de forma mais segura no Skrillex Style em "Jump". A ausência de uma boa letra ainda é notável, mas a música é super válida pra dançar, assim como sua sucessora...

07. "Right Now (feat. David Guetta)"
Pra quem entrou no barco da Rihanna após "We Found Love" e "Where Have You Been", essa será a única música boa do álbum. É uma típica produção do David Guetta, começando devagar, com o acréscimo de suas batidas ao decorrer e uma letra daquelas que aprendemos sem grande esforço. É tão boa quanto qualquer outra coisa dançante que esteja tocando nas rádios.

08. "What Now"
No caminho contrário do que disse anteriormente, sobre faltar letra neste CD, conhecemos "What Now". Com uma letra tão emocional quanto o lead-single "Diamonds", a canção pega emprestado um pouco do instrumental das baladinhas do "Lotus" da Aguilera e brinca de recriar a Rihanna de "Take A Bow", porém, adicionando também alguns elementos mais atuais, flertando com o dubstep e esbarrando com alguns riffs de guitarra. Ótima!

09. "Stay (feat. Mikky Ekko)"
Ainda entre as baladinhas e as ótimas músicas, a nona faixa do "Unapologetic" é "Stay", que conta com vocais do cantor indie Mikky Ekko. Ao contrário do Future em "Loveeeee Song", Mikky Ekko parece ter tido liberdade o suficiente para moldar Rihanna ao seu estilo em "Stay" e talvez por isso à canção não se assemelhe à nada que a cantora já tenha lançado em seus últimos seis álbuns. Simplicidade é a palavra chave aqui. Esperamos que Mikky tenha um bom retorno da mídia após essa parceria.

10. "Nobody's Business (feat. Chris Brown)"
Polêmica, barraco e confusão, só que ao contrário! Todo mundo já cansou de ver Rihanna esfregando na cara da sociedade que perdoou Chris Brown pela surra que levou em 2009, porém, a cantora precisará fazer isso até que todos compreendam que isso não é algo que vai mudar nossas vidas e talvez "Nobody's Business" seja o capítulo final de toda essa novela, uma vez que é a primeira canção ~direta~ sobre o assunto, onde Rihanna e Chris Brown afirmam que isso é um negócio dos dois e de mais ninguém. "Nobody's Business" é uma baladinha que nos remete aos hits do R&B do fim dos anos 80 ao início dos 90 e, pra quem não leu esse post nosso, a canção ripa um trecho de "The Way You Make Me Feel" do Michael Jackson para seu refrão, o que funcionou incrívelmente bem!

11. "Love Without Tragedy/Mother Mary"
Essa é uma introdução que se perdeu na tracklist, né? Tudo o que sentimos falta no quesito letra durante quase todo o álbum está aqui, no monólogo cantado de "Love Without Tragedy/Mother Mary". A faixa é, na verdade, duas em uma só e seu início é um pouco mais musical, contando inclusive com um sample do clásssico "Blue Jeans" da Angélica "Bette Davis Eye", interpretado pela Kim Carnes. A parte curiosa é ver todo esse discurso de arrependimento sucedendo justamente a parceria de Rihanna com Chris Brown, uma vez que já conhecemos bem a temática de todo o monólogo, estaria eu errado sobre esse ser o fim de toda a novela sobre a agressão?

12. "Get It Over With"
Mantendo a proposta iniciada por "Mother Mary", a décima-segunda faixa do "Unapologetic" também é menos musical que o resto do álbum. Enquanto temos um instrumental tão harmonioso quanto o que escutamos no "Born to Die" da Lana Del Rey, Rihanna canta sobre amor mais uma vez, desta vez acompanhada por vocais masculino (e ainda tratando do assunto das duas canções que anteriores).

13. "No Love Allowed"
Quebrando a torta de climão, Rihanna aproveita a faixa nº13 para flertar com um gênero qual ela é fã assumida: o reggae. Todos os álbuns que Rihanna lançou após o "A Girl Like Me" conta com uma investida no reggae e, desta vez, a cantora resolveu apostar em algo um pouco mais correto que "Man Down", que fez polêmica no "Loud". É uma das melhores do álbum, sem dúvidas.

14. "Lost In Paradise"
Olha o dubstep aí de novo! Ao contrário do que faço em muitas resenhas, tentei evitar apontar as melhores do álbum durante a review, só pra não correr o risco de acabar me contradizendo, mas aqui eu estou mais que certo: essa É a melhor do álbum. Em "Lost In Paradise", produzida pelo Stargate com o Labirinth, Rihanna consegue acertar na letra e na batida da canção, mesclando tanto o lado marrudo de faixas como "Phresh Off The Runway" como o emotivo de outras como "What Now". "Talvez seja errado, mas parece tão certo se perder no paraíso". Fecha o álbum com chave de ouro.

Resumindo: pelas prévias, parecia uma estratégia interessante ter "todas as Rihannas" juntas em um só disco, porém, escutando-o na íntegra, tudo soa confuso demais. De forma isolada, o "Unapologetic" possui ótimas faixas e até algumas apostas para bons singles, mas se torna quase impossível encontrar uma conexão entre elas, se não a temática amorosa e essa postura de arrependimento, que acaba indo contra o objetivo inicial do disco, que seria apresentar algo sem remorso — dar a cara à tapa. Rihanna foi muito corajosa, fazendo algo tão íntimo quanto o "Rated R", mas errou quando tentou unir o que funcionaria nas rádios no meio de tudo isso. Os destaques ficam para "Phesh Off The Runway", "Diamonds", "Nobody's Business (feat. Chris Brown)", "Stay (feat. Mikky Ekko)", "No Love Allowed" e "Lost In Paradise".
0

Nenhum comentário

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.

disqus, portalitpop-1

NÃO SAIA ANTES DE LER

música, notícias, cinema
© all rights reserved
made with by templateszoo