Com novo álbum previsto pra ser lançado no próximo semestre
deste ano, a cantora Mariah Carey tinha alguns meses para nos convencer de que
seu novo trabalho valia nossas Dilmas e, certa de que seu perfil tradicional e datado
não seria o suficiente para “colocá-la” de novo no jogo, ela decidiu pedir
reforço e investiu pesado, apostando nos nomes que fazem o R&B dos dias
atuais. Em seu novo disco, podemos esperar por nomes como Darkchild, Hit-boy e
Make Will Made It, nomes que estiveram por trás dos últimos álbuns de Rihanna,
Ciara e Alicia Keys, mas ela ainda queria um pouco mais que isso, e foi
nesta parte que o ainda novato Miguel, elogiadíssimo por seu disco de estreia “Kaleidoscope
Dreams”, teve sua chance.
Lançada há algumas semanas, a primeira música de trabalho de
Mariah com seu novo álbum é “#Beautiful”, parceria com o Usher da nova geração.
A canção, que Mimi diz ter saído de uma descompromissada produção, é um acerto
do início ao fim e deve agradar tanto aos fãs de longa data aos que
ainda não eram chegados na moça dos agudos, justamente por soar como novidade —
ao menos pra quem ainda não escutou o CD do Miguel — e mostrar que Carey
finalmente deu uma pausa em suas auto-carícias, para dar uma olhada no calendário e
notar que o tempo passou.
O primeiro indício desse tombo no século atual já começa no
título da canção, que vem como as famigeradas hashtags das redes-sociais, mas
esse #detalhe é uma das poucas partes ruins do lançamento que, musicalmente falando, consegue nos encantar logo nos acordes iniciais — onde já temos uma clara noção de quem é
a atração principal da música.
Com percussão levemente dosada, risadinhas ao
decorrer da faixa e Miguel fazendo o que faz de melhor, a música é uma surpresa
agradável até seu primeiro refrão, então eis que surge Mariah com os primeiros
vocais propriamente seus e bang, não é que ela pega rapidamente o andar da
carruagem?
Em partes, pode ser preocupante para alguns fãs a maneira
com que Carey deixa sua identidade ser ofuscada por todos os quês e érres do
seu parceiro de dueto ao decorrer da canção, mas levando em consideração que
ela não tem o mesmo tempo e disposição de artistas como Rihanna, que podem se
reinventar e mostrar isso ao mundo anualmente, achamos a velocidade da mudança
válida, principalmente sendo para melhor, só nos resta saber se teremos mais
disso (ou de “Almost Home”) no novo CD.
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