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Oscar Review: Martin Scorsese jorra humor-negro no divertido "O Lobo de Wall Street"!


FILME: O Lobo de Wall Street (The Wolf of Wall Street)
DIREÇÃO: Martin Scorsese
ROTEIRO: Terence Winter
PAÍS: Estados Unidos
ELENCO: Leonardo DiCaprio, Jonah Hill, Margot Robbie, Matthew McConaughey, Jon Favreau, Kyle Chandler, Jean Dujardin, Jon Bernthal
CATEGORIAS NO OSCAR: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Ator (Leonardo DiCaprio), Melhor Ator Coadjuvante (Jonah Hill), Melhor Roteiro Adaptado.

Depois de arrebatar o mundo com o belíssimo "A Invenção de Hugo Cabret", uma homenagem rica ao Cinema, Martin Scorsese volta às origens em "O Lobo de Wall Street", filme que traz vários pontos que fizeram a fama do diretor. Em "O Lobo...", conhecemos Jordan Belfort (Leonardo DiCaprio numa atuação antológica), um corretor da bolsa de valores de Nova Iorque riquíssimo que tem como prazeres bebidas, drogas e mulheres. Essa é a forma carinhosa de dizer, porque palavrões e a forma vulgar de se dizer isso estão em todo minuto do filme. Todo. São exatos 569 "fuck" e derivados, fazendo deste o filme ficcional com o maior uso da palavra na história - são 3,18 "fuck" por minuto.

E são muitos minutos. 180, para ser mais exato. De cara as três horas de duração podem espantar muita gente, mas é impressionante como Scorsese consegue manter o ritmo durante todo o filme. As atuações inspiradíssimas de todo o elenco, principalmente de DiCaprio, Jonah Hill e Margot Robbie, criam cenas antológicas, como a primeira vez que eles se drogam (im-pa-gá-vel), ou o castigo de Robbie, interpretando a esposa de DiCaprio.

O filme vai relatando como Jordan conseguiu erguer aquele império (tudo à base de muita heroína, pra resumir) e como ele pretende manter, sempre burlando a lei quando necessário. Com doses cavalares de humor-negro, Scorsese e seu roteirista, Terence Winter, orquestram passagens elétricas, energéticas, hiper-ativas, que facilitam o andar da carruagem, aliados com uma montagem eficiente.

O maior feito de DiCaprio nessa quinta parceria com o diretor e que lhe rendeu mais uma indicação ao Oscar é ser gente como a gente. O personagem é lunático, doido de pedra, mas quer como qualquer um vencer na vida, ainda que os meios por ele adotados sejam errados. Mesmo não sendo o favorito da categoria (Matthew McConaughey por "Clube de Compras Dallas" é o grande nome da vez), DiCaprio merece grandes elogios por dar vida a um personagem complexo e estranhamente cativante.

Com muito sexo, drogas e "fucks" (há momentos com uma só frase e quatro "fuck" dentro dela), "O Lobo de Wall Street" é um grande recital divertidíssimo sobre como podemos perder nossas bússolas morais por causa de vícios. Não é um filme para todos, tanto no momento de fazê-lo quanto de assisti-lo. David O. Russell com seu "Trapaça" está aí para provar.


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