Não há dúvidas, a cantora Anitta é sim um dos maiores nomes pop nacionais da atualidade, mas ao mesmo tempo em que torcemos pra que seu nome fique cada vez maior, tememos o que sua gravadora, Warner, será capaz de fazer para manter o fenômeno em seu auge e, mais, qual será sua tática para o momento em que não se sentir tão poderosa, mas deixemos o futuro de lado, afinal, a mulher continua com tudo e, depois de lançar um novo álbum, acompanhado do seu primeiro DVD ao vivo, Anitta nos trouxe também outro grande videoclipe.
Pensando em sua videografia e na mania dos fãs em ressaltar incessantemente sobre ela estar em um nível "diva gringa" de videoclipes, dá pra dizer que Anitta mira na Rihanna e Beyoncé, mas é quase nossa Katy Perry. Hitmaker, ela adora uma grande produção, cheia de trocas de cenários e figurinos, mas por experiência própria, aprendeu que menos é mais, vide seus melhores clipes, "Show das Poderosas" e o recente "Cobertor", ainda assim, a cantora vem de um gênero que teve como última tendência a ostentação e, pensando nisso, quer nos mostrar que continua rendendo e, claro, podendo gastar. Quanto maior, melhor? Não, nem sempre.
O novo single de Anitta com seu segundo álbum, "Ritmo Perfeito", é a canção "Na Batida" e, não sei vocês, mas pelo menos eu a acho terrível ("me digas qual sua música favorita da Anitta e te direi quem és"). Ela soa justamente como aqueles singles de outras cantoras que tentaram repetir sua "Show das Poderosas" e, gente, isso não é nem um pouco sadio para sua carreira, tanto saturando seu nome quanto a sua sonoridade, o que também cansa o público. Além do mais, o novo disco não chega a ser incrível, mas tem sim algumas coisas muito boas e que, mesmo sem esse apelo "funk-pop", merecem ser trabalhadas — como sua canção título. (Então fica a dica, Warner!) MAAAAS, tudo ainda parece estar sob controle e, enquanto a música é uma verdadeira cópia desastrosa do seu grande sucesso, o clipe conseguiu alçar vôo até o topo da nossa lista de favoritos da sua carreira.
Com direção do Fred Ouro Preto, "Na Batida" deixa de lado a fragilidade romântica do último clipe de Anitta para reforçar seu empoderamento. No vídeo, temos a cantora roubando a atenção em várias ocasiões diferentes (um jantar de gala, coletiva de imprensa, festa de rua), enquanto uma segunda mulher se acaba de ciúmes pelo rapaz que não tira os olhos da cantora.
Falando em partes técnicas, tudo funciona muito bem. Os jogos de câmera são ágeis, mas sem nos deixar perdido em meio à historinha, e as trocas de figurinos e cenários, ainda que sejam bem exageradas, também parecem se encontrar em algum momento, sem perder o fio da meada, e há muita sensualidade e bom-humor, mas ainda assim, lamentamos o fato do conceito dar margem para uma maior exploração, enquanto se limitaram a deixá-la no papel de mulher que deixa os outros ba-ban-do. De novo.
Uma das principais coisas que sentimos falta foi de uma grande coreografia. Isso sim era algo que deveriam herdar de "Show das Poderosas" e, bem, se fizessem certo, até justificariam essa escolha de single, mas não rolou. Até há uma dança para "Na Batida", mas no clipe ela não é o destaque e, com tantas informações, ficamos na dúvida se é ela quem passa despercebida ou realmente não conta com nenhum momento, de fato, marcante.
Desde quando conhecemos o trabalho de Anitta, com o clipe de “Meiga e Abusada”, a acompanhamos lançando um clipe bom atrás do outro, com exceção de alguns deslizes (“Não Para”, por exemplo), mas algo que também nos incomoda nesta altura do campeonato é essa necessidade da equipe em lançar clipes nesta postura de quem tem algo a provar pra alguém. Ela não precisa encenar essa superioridade o tempo todo, é até mesmo chato. Que a Fabíola Reipert e seus seguidores continuem falando merda sobre a ex-MC Larissa, ela já provou até o suficiente, agora só precisa seguir em frente. Ao infinito e além.