Durante todo o ano, não foram poucas as vezes que falamos sobre algo ser uma das melhores ou mais legais coisas a ser lançada e 2014, com muitas singularidades, foi um ano pra lá de surpreendente, musicalmente falando. No primeiro semestre, fomos presenteados com uma enxurrada de discos de estreias, conhecendo mais e mais novos nomes que, até a metade do ano, definiram por conta própria se seriam ou não nomes para ficarmos de olho.
Mais a frente, também contamos com diversos retornos e muitas, mas muitas mesmo, produções do Pharrell Williams e composições da Sia Furler. A própria Sia, inclusive, foi um dos grandes retornos de 2014, apresentando o disco “1000 Forms of Fear” e se mantendo assunto com o impressionante lançamento de apenas um single, sendo ele a baladinha “Chandelier”. A música foi uma das que dissemos ser uma das melhores do ano e não mentimos, estamos aqui hoje para provar, mas não acabou.
Se lembra da Taylor Swift? A loira também voltou e com todas as forças. Em tempo que Katy Perry e Lady Gaga já não estavam tão em alta quanto no fim do ano passado, Swift se tornou uma das maiores cantoras pop da atualidade, ganhando fácil um espaço que precisou dividir com Ariana Grande, Iggy Azalea e Nicki Minaj.
E por mais que não tenha contado com nenhum grande acontecimento, o pop desse ano também ficou marcado por muitos homens, indo do queridíssimo Sam Smith, estreante vindo da Terra da Rainha, ao seu conterrâneo ruivo Ed Sheeran, passando ainda por Nick Jonas, Bruno Mars e Adam Levine, que aparece por aqui com a sua banda, Maroon 5.
Ah, e o que não faltaram foram parcerias. Ariana Grande mesmo, conquistou neste ano uma imensa lista de colaborações e, fora ela, também teve Beyoncé com Nicki Minaj, Mark Ronson com Bruno Mars, Katy Perry com Juicy J e mais. Muito mais.
Então nós listamos os trinta melhores singles de 2014, e como foi o processo de escolha, It Pop? Da seguinte forma: cada blogueiro elegeu seus 10 singles favoritos do ano que rendeu pontos para cada posição da lista. No fim os pontos foram somados e voilà, 30 nomes apareceram. Foi uma forma democrática para que pudesse ter de tudo na lista, deixando-a variada e recheada de amor. Mas deixemos de lado tanta conversa, você pode conferir quais são eles logo abaixo com comentários dos editores mais gostosos da blogosfera: Guilherme Calais, Gustavo Hackaq e Gui Tintel.
30) Little Mix - Salute
Discussões sobre feminismo nunca estiveram tão em alta e em “Salute”, as britânicas do Little Mix levantam a bandeira sem medo de retaliações. A música é, inclusive, uma das primeiras na fórmula que só virou tendência um pouco mais tarde com Ariana Grande e Fifth Harmony, repleta de uma marcante percussão e saxofone.
29) Maroon 5 - Maps
Quando o Maroon 5 anunciou o CD “V” como algo menos levado para o extremamente radiofônico “Overexposed”, pensamos um pouco sobre o que eles pretendiam trazer depois de sua superexposição, mas o susto foi o menor possível: o disco mescla muito bem o que eles já faziam de bom com a proposta ainda mais pop pós-“Moves Like Jagger”. “Maps” tem tudo o que uma boa canção pop precisa, indo do arranjo aos marcantes vocais. Isso sem falar na força do seu refrão.
28) Troye Sivan - Happy Little Pill
A fórmula de Lorde em “Royals” ditou uma tendência que fez muitos singles em 2014, mas em meio a uma proposta um tanto saturada dentro do meio alternativo, poucos conseguiram se sobressair tão bem quanto o estreante Troye Sivan na música que o catapultou para o grande público, “Happy Little Pill”. A proposta do menino é, inclusive, mais associada aos trabalhos de Lorde do que você imagina, enquanto o temos cantando sobre superficialidades do mundo que ele vivencia quando está distante de suas pílulas da felicidade.
27) RuPaul - Sissy That Walk
Todos os anos a (drag) queen of pop RuPaul lança um single que serve como tema da temporada do seu show, "RuPaul's Drag Race", e Mama Ru nunca havia acertado tanto como esse ano. "Sissy That Walk" é a farofa que pedimos aos céus, prontinha para quebrar qualquer chão que encontrar e derrubar em massa na pista de dança. Só lembrando: AVAILABLE ON ITUNES.
26) Jessie J, Ariana Grande & Nicki Minaj - Bang Bang
A carreira da Jessie J implorava por um sopro de ar fresco desde a besteira que foi sua fase “Alive” e o single “It’s My Party”, e foi em “Bang Bang” que ela o fez, convidando então dois grandes nomes do pop atual para te dar algum reforço, sendo eles de Nicki Minaj e Ariana Grande. “Bang Bang” está longe de ser a “Lady Marmalade” de geração alguma, mas cumpre com o principal objetivo de um artista pop, que é entreter, além de reunir três nomes que, sem muito esforço, sabem como chamar a nossa atenção.
25) Nick Jonas - Teacher
Nicki Jonas mostrou que passou com altas notas na Escolinha da Tia Miley de Destruição da Imagem Infantil: tirou a roupa, virou sex symbol só para virássemos o pescoço para ele. Aí ele aparece com "Teacher". Sexy, divertida e dançante na mais alta potência, Nick conduz a dança sensualmente com seus "Oma, oma, oma, omagaaaaa". Se sua mãe não te ensinou como amar, deixa que ele te ensina. Opa.
24) Ed Sheeran - Don't
Ed Sheeran foi um dos grandes nomes do ano e em seu segundo disco, “x”, conseguiu manter a qualidade de suas letras enquanto tornava seus trabalhos cada vez mais radiofônicos. Pra você ter uma ideia, os trabalhos do disco foram abertos por uma canção produzida pelo hitmaker do momento, Pharrell Williams, mas de maneira menos certeira para as rádios e ainda assim funcional, foi no segundo single do álbum que ele nos deixou no chão. “Don’t” coloca o ruivo fora de sua zona de conforto para fazer uma narrativa que chega a ser divertida de tão detalhada, sobre a traição de uma mulher que ele estava muito interessado com um velho amigo. No geral, era de se esperar uma boa dose de drama, mas ele fez melhor, apenas nos avisando, “não foda com o meu amor”.
23) FKA Twigs - Two Weeks
Dona de um dos álbuns mais misteriosos do ano, FKA Twigs demonstra todo o seu poder em "Two Weeks", single que ela, aos sussurros, vai te conquistando como uma serpente bêbada em sintetizadores dos deuses que nos fez flutuar em divindade. Obra-prima transcendental fortíssima. "Mouth-o-pen-you're-hiiiiiiiiiiigh".
22) Clean Bandit & Jess Glynne - Rather Be
Passam-se os anos, mas uma coisa nunca muda: aquela música chiclete que todo mundo sabe o refrão sempre existirá. E esse ano a tal música ficou especialmente marcada por vir de um grupo e uma garota que até então quase que desconhecido no mundo inteiro. Em uma mistura da fórmula perfeita, Clean Bandit e Jess Glynne criaram o hit eletropop fofo "Rather Be" que, com méritos, tornou-se uma das músicas mais aclamadas do ano.
21) Katy Perry & Juicy J - Dark Horse
Segundo a Billboard, o smash single de 2014 foi "Happy". Para nós foi "Dark Horse". O single mais avassalador já lançado na vida de Katy Perry a colocou a poucos passos do tão sonhado Grammy ano que vem (AGORA VAI), e não é para menos: a canção é assombrosamente perfeita e ditou estilo - já notou como o trap na música pop agora é tendência? É a Síndrome do Cavalo Preto infectando a todos, e não tem mais volta.
20) MØ - Don't Wanna Dance
Todo ano buscamos algum novato que dê aquele "up" no pop. Esse ano a vez foi de MØ. Pop na medida certa, mas sem deixar a identidade escandinava de lado, o single que antecipou seu debut album, "No Mythologies To Follow", é um acerto por completo. Letra fácil, refrão chiclete, melodia envolvente, clipe divertido. Não há molécula fora do lugar em "Don't Wanna Dance".
19) Leah McFall - Home (feat. Will.i.am)
É sempre difícil defender qualquer coisa que envolva o will.i.am, mas “Home”, da Leah McFall, é uma feliz exceção. O single da cantora revelada pelo reality show The Voice é uma produção tão redondinha, que nem parece ter saído das mesmas mãos que em outrora nos deu “Scream and Shout”. O mérito, obviamente, fica pra novata.
18) Lorde - Yellow Flicker Beat
Depois de hits, sucesso e Grammys, o que faltava para a pequena Lorde? Ser a organizadora da trilha sonora de um dos maiores filmes do ano, claro. A música tema de "Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1" conseguiu transmitir a essência do filme sem deixar o fator "heroína pura" de lado. Não é a toa que "Yellow Flicker Beat" concorre ao Globo de Ouro e disputa vaga no Oscar. Já pode levar.
17) Tove Lo - Habits (Stay High)
Sim, "Habit" é uma canção de 2013 (e já amávamos desde então), porém foi relançada (com o subtítulo "Stay High") para o aquecimento de Tove Lo no mainstream - e deu certo. O smash mais cortador de pulsos é uma faixa sincera e auto-destrutiva que reflete aquele término que todos nós já passamos da forma mais visceral e humana possível. Linda de morrer (literalmente).
16) Taylor Swift - Shake It Off
Adoraríamos que Taylor Swift tivesse lançado “Style” como single do “1989”, pois a canção com certeza estaria dentro de nossa lista, só que como isso não aconteceu, continuamos lidando bem com o que temos em mãos. “Shake It Off” foi a forma que ela encontrou de alertar o seu público quando a sua empreitada propriamente pop e, se rendendo às tendências do momento, teve como principal atrativo o uso do bom humor, tanto na letra da música quanto em seu videoclipe.
15) Charli XCX - Break the Rules
Em busca do seu lugar ao sol, Charli XCX imprimiu uma identidade pop em seu segundo álbum, “Sucker”, se afastando ao máximo do que apresentou em sua estreia, “True Romance”. As mudanças, entretanto, foram muito bem vindas, transformando-a numa das cantoras mais cheias de atitude da atualidade. “Break The Rules” traz influências do punk britânico, enquanto ela grita com uma rebeldia sem causa, mas é em seu refrão que denuncia suas verdadeiras intenções, caindo em um break que não é para as regras e sim para os fãs de uma boa produção pop.
14) Marina & The Diamonds - Froot
O comeback mais frutífero do ano foi da galesa Marina & The Diamonds com "Froot", hino milimetricamente construído com tudo que a cantora já fez de melhor na vida. O refrão é fabuloso, a letra é linda e a melodia gritantemente dançante - valeu a pena guardamos todos os nossos verões para "Froot". "Living la dolce viiiiiitaaaaa".
13) Ariana Grande & The Weeknd - Love Me Harder
“My Everything” foi o que Ariana Grande precisava para reafirmar tudo aquilo que seu disco de estreia já mostrava, mas ninguém realmente se interessava em ouvir, e “Love Me Harder” termina sendo um dos resultados mais efetivos de todo esse seu esforço. A parceria com o The Weeknd é uma das melhores faixas de R&B que escutamos no ano e funciona tão bem para os dois artistas envolvidos que simplesmente não conseguimos ver a colaboração como algo levado apenas para o lado comercial — ao contrário de “Problem” e “Bang Bang”, por exemplo —. Se for pra ela se consolidar no mercado, que seja com materiais tão bons quanto esse.
12) Hozier - Take Me to Church
Toca uma música pros gays! Hozier é uma das maiores revelações do ano e “Take Me To Church” pega na ferida dos conservadores de plantão da maneira mais classuda possível. Se assemelhando ao trabalho de nomes como o Sam Smith, a música nos prende de uma maneira impressionante, enquanto temos seu vocalista implorando pra que o leve à igreja, mesmo quando o Deus mencionado por lá não aparente ser muito simpático com homossexuais.
11) Taylor Swift - Blank Space
A cantora propriamente pop Taylor Swift não trouxe nada de novo ou espetacular no lead single do "1989", "Shake It Off", que, apesar de funcionar e ser divertida, não é tão incrível como "Blank Space". Zoando de si mesma da melhor forma, Taylor usa seus vários relacionamentos para criar uma canção fabulosa que está a espera de mais um nome na longa lista de ex-amores da moça.
10) Ariana Grande & Iggy Azalea - Problem
Fomos todos corrompidos por Ariana Grande, Iggy Azalea e essa falcatrua pop produzida pelo Max Martin. “Problem” foi a grande razão de finalmente sentirmos a necessidade de escutar um disco completo da hitmaker de “Get On Your Knees” e cumpre sua missão duplamente, funcionando perfeitamente bem como uma parceria e como carro-chefe de um disco, uma vez que despertou nossa curiosidade para o que viria a seguir. Isso porque nem falamos sobre oficializar a permanência do saxofone nas rádios pop.
9) Tinashe & Schoolboy-Q - 2 On
É impressionante ver o quanto Tinashe conseguiu conquistar em tão pouco tempo e com uma sonoridade nada comercial. Em seu disco de estreia, “Aquarius”, são singles como “2 On” e “Pretend”, porém, que respondem por todo esse sucesso de forma mais que justificável. Tem como ouvir essas canções sem se deixar levar pela simplicidade e, ainda assim, grandiosidade de suas produções? O R&B nunca esteve tão bem representado.
8) Mark Ronson & Bruno Mars - Uptown Funk
O que acontece quando o Mark Ronson se une ao Bruno Mars? A gente descobre uma música em potencial para ser a “Happy”/”Get Lucky” de 2015. “Uptown Funk” resgata muito do que Michael Jackson nos ensinou há algumas décadas, em tempo que também cai como uma luva dentro dos trabalhos já promovidos por Bruno Mars. Divertida, pegajosa e radiofônica, o cover deles para a Fleur East é uma verdadeira ode ao pop que já não encontramos nas rádios de hoje e quanto a isso só temos a agradecer. Sendo assim, muito obrigado aos envolvidos.
7) Lady Gaga - G.U.Y.
2014 rendeu só um single para Lady Gaga, mesmo com um álbum recheado de potenciais hits (R.I.P. "ARTPOP"), porém ela lançou a melhor canção do álbum. "G.U.Y." une produção magistral do Zedd com letra sinuosa, provocativa e feminista de Gaga que já nos prende de cara. Saúdam Himeros, deus do desejo sexual, filho de Afrodite!
6) Beyoncé & Nicki Minaj - Flawless
Lana Del Rey nos ensinou a torcer o nariz para remixes, mas a colaboração de Nicki Minaj com Beyoncé em “Flawless” não poderia vir mais a calhar. Desde singles como “Diva” e “Single Ladies”, Beyoncé faz questão de mostrar o poder que tem em mãos na sua posição de mulher livre e independente — mesmo casada e com uma família como muitas outras — e neste remix, eleva então a potência do seu discurso feminista de origem duvidosa, enquanto Minaj faz questão de aproveitar o momento para provocar suas inimigas. Elas acordam assim.
5) Kiesza - Hideaway
Como que do nada, uma moça de estilo excêntrico chamada Kiesza postou um vídeo no YouTube em que fazia a difícil missão de interpretar uma música em um único take, com muita dança, sensualidade e, claro, sem perder a pose. Bastou viralizar e a música cair no gosto para que o mundo conhecesse uma das maiores (senão a maior) revelação de 2014. Resgatando todo aquele ritmo noventista do Corona, a canadense Kiesza traduziu em "Hideaway" um "novo velho" estilo de música que não demorou muito pra cair no gosto do povo.
4) Iggy Azalea & Charli XCX - Fancy
Quando ouvimos a parceria da Iggy Azalea com a Charli XCX pela primeira vez, custamos a acreditar que dali sairia um hit, mas não é que rolou? “Fancy” encarna um pop com quês noventistas e letra superficial, enquanto elas apenas vangloriam o fato de serem extravagantes, e o resultado não poderia ser melhor e mais inusitado, ficando mais equilibrado do que esperávamos para o trabalho atual de ambas as artistas.
3) Nicki Minaj - Anaconda
"My anaconda don't"! Existe alguém que não soltou um dos maiores refrões de 2014? Icônica por sua bagunça e safadeza explícita, o smash hit de Minaj rasgou o verbo e colocou todo mundo pra tremer o bumbum num ano onde essa parte específica do corpo foi auge de diversas músicas - mas nenhuma surra de bunda foi maior do que a de "Anaconda". "Oh my god, look at her butt"!
2) Ella Henderson - Ghost
A missão de Ella Henderson não era das mais fáceis. Depois de ter sido eliminada no X-Factor UK, competição em que amargou um inesperado sexto lugar, as expectativas não eram boas. Muitos acreditavam que a menina de apenas 18 anos iria sumir do mapa, enquanto outros apostavam que o talento da moça era maior a tudo. Dois anos depois a resposta foi dada... e o single responsável por rebater os críticos foi a estupenda "Ghost", transbordando sentimentos e competência em pouco mais de três minutos e meio. Sem mais.
1) Sia - Chandelier
Depois de tanto escrever para outros artistas (Rihanna, Christina Aguilera, David Guetta, entre outros), Sia fez seu retorno com o disco “1000 Forms of Fear” e, de costas para o público, provou que ainda tinha muito o que mostrar com sua própria voz em “Chandelier”. A baladinha sobre uma vida desiludida e regada à um, dois, três drinks consegue soar profunda, pessoal, e ao mesmo tempo parece margear uma incerta metáfora, acertando em cheio na missão de mostrar o seu talento nas letras e vocal, mas sem revelar por completo tudo o que essa artista incrível é capaz de fazer.
Com exceção das músicas de Taylor Swift, todos os singles citados acima estão reunidos nesta playlist que montamos no Spotify. Sinta-se livre para ouvir quantas vezes quiser:
Discussões sobre feminismo nunca estiveram tão em alta e em “Salute”, as britânicas do Little Mix levantam a bandeira sem medo de retaliações. A música é, inclusive, uma das primeiras na fórmula que só virou tendência um pouco mais tarde com Ariana Grande e Fifth Harmony, repleta de uma marcante percussão e saxofone.
29) Maroon 5 - Maps
Quando o Maroon 5 anunciou o CD “V” como algo menos levado para o extremamente radiofônico “Overexposed”, pensamos um pouco sobre o que eles pretendiam trazer depois de sua superexposição, mas o susto foi o menor possível: o disco mescla muito bem o que eles já faziam de bom com a proposta ainda mais pop pós-“Moves Like Jagger”. “Maps” tem tudo o que uma boa canção pop precisa, indo do arranjo aos marcantes vocais. Isso sem falar na força do seu refrão.
28) Troye Sivan - Happy Little Pill
A fórmula de Lorde em “Royals” ditou uma tendência que fez muitos singles em 2014, mas em meio a uma proposta um tanto saturada dentro do meio alternativo, poucos conseguiram se sobressair tão bem quanto o estreante Troye Sivan na música que o catapultou para o grande público, “Happy Little Pill”. A proposta do menino é, inclusive, mais associada aos trabalhos de Lorde do que você imagina, enquanto o temos cantando sobre superficialidades do mundo que ele vivencia quando está distante de suas pílulas da felicidade.
27) RuPaul - Sissy That Walk
Todos os anos a (drag) queen of pop RuPaul lança um single que serve como tema da temporada do seu show, "RuPaul's Drag Race", e Mama Ru nunca havia acertado tanto como esse ano. "Sissy That Walk" é a farofa que pedimos aos céus, prontinha para quebrar qualquer chão que encontrar e derrubar em massa na pista de dança. Só lembrando: AVAILABLE ON ITUNES.
26) Jessie J, Ariana Grande & Nicki Minaj - Bang Bang
A carreira da Jessie J implorava por um sopro de ar fresco desde a besteira que foi sua fase “Alive” e o single “It’s My Party”, e foi em “Bang Bang” que ela o fez, convidando então dois grandes nomes do pop atual para te dar algum reforço, sendo eles de Nicki Minaj e Ariana Grande. “Bang Bang” está longe de ser a “Lady Marmalade” de geração alguma, mas cumpre com o principal objetivo de um artista pop, que é entreter, além de reunir três nomes que, sem muito esforço, sabem como chamar a nossa atenção.
25) Nick Jonas - Teacher
Nicki Jonas mostrou que passou com altas notas na Escolinha da Tia Miley de Destruição da Imagem Infantil: tirou a roupa, virou sex symbol só para virássemos o pescoço para ele. Aí ele aparece com "Teacher". Sexy, divertida e dançante na mais alta potência, Nick conduz a dança sensualmente com seus "Oma, oma, oma, omagaaaaa". Se sua mãe não te ensinou como amar, deixa que ele te ensina. Opa.
24) Ed Sheeran - Don't
Ed Sheeran foi um dos grandes nomes do ano e em seu segundo disco, “x”, conseguiu manter a qualidade de suas letras enquanto tornava seus trabalhos cada vez mais radiofônicos. Pra você ter uma ideia, os trabalhos do disco foram abertos por uma canção produzida pelo hitmaker do momento, Pharrell Williams, mas de maneira menos certeira para as rádios e ainda assim funcional, foi no segundo single do álbum que ele nos deixou no chão. “Don’t” coloca o ruivo fora de sua zona de conforto para fazer uma narrativa que chega a ser divertida de tão detalhada, sobre a traição de uma mulher que ele estava muito interessado com um velho amigo. No geral, era de se esperar uma boa dose de drama, mas ele fez melhor, apenas nos avisando, “não foda com o meu amor”.
23) FKA Twigs - Two Weeks
Dona de um dos álbuns mais misteriosos do ano, FKA Twigs demonstra todo o seu poder em "Two Weeks", single que ela, aos sussurros, vai te conquistando como uma serpente bêbada em sintetizadores dos deuses que nos fez flutuar em divindade. Obra-prima transcendental fortíssima. "Mouth-o-pen-you're-hiiiiiiiiiiigh".
22) Clean Bandit & Jess Glynne - Rather Be
Passam-se os anos, mas uma coisa nunca muda: aquela música chiclete que todo mundo sabe o refrão sempre existirá. E esse ano a tal música ficou especialmente marcada por vir de um grupo e uma garota que até então quase que desconhecido no mundo inteiro. Em uma mistura da fórmula perfeita, Clean Bandit e Jess Glynne criaram o hit eletropop fofo "Rather Be" que, com méritos, tornou-se uma das músicas mais aclamadas do ano.
21) Katy Perry & Juicy J - Dark Horse
Segundo a Billboard, o smash single de 2014 foi "Happy". Para nós foi "Dark Horse". O single mais avassalador já lançado na vida de Katy Perry a colocou a poucos passos do tão sonhado Grammy ano que vem (AGORA VAI), e não é para menos: a canção é assombrosamente perfeita e ditou estilo - já notou como o trap na música pop agora é tendência? É a Síndrome do Cavalo Preto infectando a todos, e não tem mais volta.
Todo ano buscamos algum novato que dê aquele "up" no pop. Esse ano a vez foi de MØ. Pop na medida certa, mas sem deixar a identidade escandinava de lado, o single que antecipou seu debut album, "No Mythologies To Follow", é um acerto por completo. Letra fácil, refrão chiclete, melodia envolvente, clipe divertido. Não há molécula fora do lugar em "Don't Wanna Dance".
19) Leah McFall - Home (feat. Will.i.am)
É sempre difícil defender qualquer coisa que envolva o will.i.am, mas “Home”, da Leah McFall, é uma feliz exceção. O single da cantora revelada pelo reality show The Voice é uma produção tão redondinha, que nem parece ter saído das mesmas mãos que em outrora nos deu “Scream and Shout”. O mérito, obviamente, fica pra novata.
18) Lorde - Yellow Flicker Beat
Depois de hits, sucesso e Grammys, o que faltava para a pequena Lorde? Ser a organizadora da trilha sonora de um dos maiores filmes do ano, claro. A música tema de "Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1" conseguiu transmitir a essência do filme sem deixar o fator "heroína pura" de lado. Não é a toa que "Yellow Flicker Beat" concorre ao Globo de Ouro e disputa vaga no Oscar. Já pode levar.
17) Tove Lo - Habits (Stay High)
Sim, "Habit" é uma canção de 2013 (e já amávamos desde então), porém foi relançada (com o subtítulo "Stay High") para o aquecimento de Tove Lo no mainstream - e deu certo. O smash mais cortador de pulsos é uma faixa sincera e auto-destrutiva que reflete aquele término que todos nós já passamos da forma mais visceral e humana possível. Linda de morrer (literalmente).
16) Taylor Swift - Shake It Off
Adoraríamos que Taylor Swift tivesse lançado “Style” como single do “1989”, pois a canção com certeza estaria dentro de nossa lista, só que como isso não aconteceu, continuamos lidando bem com o que temos em mãos. “Shake It Off” foi a forma que ela encontrou de alertar o seu público quando a sua empreitada propriamente pop e, se rendendo às tendências do momento, teve como principal atrativo o uso do bom humor, tanto na letra da música quanto em seu videoclipe.
Em busca do seu lugar ao sol, Charli XCX imprimiu uma identidade pop em seu segundo álbum, “Sucker”, se afastando ao máximo do que apresentou em sua estreia, “True Romance”. As mudanças, entretanto, foram muito bem vindas, transformando-a numa das cantoras mais cheias de atitude da atualidade. “Break The Rules” traz influências do punk britânico, enquanto ela grita com uma rebeldia sem causa, mas é em seu refrão que denuncia suas verdadeiras intenções, caindo em um break que não é para as regras e sim para os fãs de uma boa produção pop.
14) Marina & The Diamonds - Froot
O comeback mais frutífero do ano foi da galesa Marina & The Diamonds com "Froot", hino milimetricamente construído com tudo que a cantora já fez de melhor na vida. O refrão é fabuloso, a letra é linda e a melodia gritantemente dançante - valeu a pena guardamos todos os nossos verões para "Froot". "Living la dolce viiiiiitaaaaa".
13) Ariana Grande & The Weeknd - Love Me Harder
“My Everything” foi o que Ariana Grande precisava para reafirmar tudo aquilo que seu disco de estreia já mostrava, mas ninguém realmente se interessava em ouvir, e “Love Me Harder” termina sendo um dos resultados mais efetivos de todo esse seu esforço. A parceria com o The Weeknd é uma das melhores faixas de R&B que escutamos no ano e funciona tão bem para os dois artistas envolvidos que simplesmente não conseguimos ver a colaboração como algo levado apenas para o lado comercial — ao contrário de “Problem” e “Bang Bang”, por exemplo —. Se for pra ela se consolidar no mercado, que seja com materiais tão bons quanto esse.
12) Hozier - Take Me to Church
Toca uma música pros gays! Hozier é uma das maiores revelações do ano e “Take Me To Church” pega na ferida dos conservadores de plantão da maneira mais classuda possível. Se assemelhando ao trabalho de nomes como o Sam Smith, a música nos prende de uma maneira impressionante, enquanto temos seu vocalista implorando pra que o leve à igreja, mesmo quando o Deus mencionado por lá não aparente ser muito simpático com homossexuais.
11) Taylor Swift - Blank Space
A cantora propriamente pop Taylor Swift não trouxe nada de novo ou espetacular no lead single do "1989", "Shake It Off", que, apesar de funcionar e ser divertida, não é tão incrível como "Blank Space". Zoando de si mesma da melhor forma, Taylor usa seus vários relacionamentos para criar uma canção fabulosa que está a espera de mais um nome na longa lista de ex-amores da moça.
10) Ariana Grande & Iggy Azalea - Problem
Fomos todos corrompidos por Ariana Grande, Iggy Azalea e essa falcatrua pop produzida pelo Max Martin. “Problem” foi a grande razão de finalmente sentirmos a necessidade de escutar um disco completo da hitmaker de “Get On Your Knees” e cumpre sua missão duplamente, funcionando perfeitamente bem como uma parceria e como carro-chefe de um disco, uma vez que despertou nossa curiosidade para o que viria a seguir. Isso porque nem falamos sobre oficializar a permanência do saxofone nas rádios pop.
9) Tinashe & Schoolboy-Q - 2 On
É impressionante ver o quanto Tinashe conseguiu conquistar em tão pouco tempo e com uma sonoridade nada comercial. Em seu disco de estreia, “Aquarius”, são singles como “2 On” e “Pretend”, porém, que respondem por todo esse sucesso de forma mais que justificável. Tem como ouvir essas canções sem se deixar levar pela simplicidade e, ainda assim, grandiosidade de suas produções? O R&B nunca esteve tão bem representado.
8) Mark Ronson & Bruno Mars - Uptown Funk
O que acontece quando o Mark Ronson se une ao Bruno Mars? A gente descobre uma música em potencial para ser a “Happy”/”Get Lucky” de 2015. “Uptown Funk” resgata muito do que Michael Jackson nos ensinou há algumas décadas, em tempo que também cai como uma luva dentro dos trabalhos já promovidos por Bruno Mars. Divertida, pegajosa e radiofônica, o cover deles para a Fleur East é uma verdadeira ode ao pop que já não encontramos nas rádios de hoje e quanto a isso só temos a agradecer. Sendo assim, muito obrigado aos envolvidos.
7) Lady Gaga - G.U.Y.
2014 rendeu só um single para Lady Gaga, mesmo com um álbum recheado de potenciais hits (R.I.P. "ARTPOP"), porém ela lançou a melhor canção do álbum. "G.U.Y." une produção magistral do Zedd com letra sinuosa, provocativa e feminista de Gaga que já nos prende de cara. Saúdam Himeros, deus do desejo sexual, filho de Afrodite!
6) Beyoncé & Nicki Minaj - Flawless
Lana Del Rey nos ensinou a torcer o nariz para remixes, mas a colaboração de Nicki Minaj com Beyoncé em “Flawless” não poderia vir mais a calhar. Desde singles como “Diva” e “Single Ladies”, Beyoncé faz questão de mostrar o poder que tem em mãos na sua posição de mulher livre e independente — mesmo casada e com uma família como muitas outras — e neste remix, eleva então a potência do seu discurso feminista de origem duvidosa, enquanto Minaj faz questão de aproveitar o momento para provocar suas inimigas. Elas acordam assim.
5) Kiesza - Hideaway
Como que do nada, uma moça de estilo excêntrico chamada Kiesza postou um vídeo no YouTube em que fazia a difícil missão de interpretar uma música em um único take, com muita dança, sensualidade e, claro, sem perder a pose. Bastou viralizar e a música cair no gosto para que o mundo conhecesse uma das maiores (senão a maior) revelação de 2014. Resgatando todo aquele ritmo noventista do Corona, a canadense Kiesza traduziu em "Hideaway" um "novo velho" estilo de música que não demorou muito pra cair no gosto do povo.
4) Iggy Azalea & Charli XCX - Fancy
Quando ouvimos a parceria da Iggy Azalea com a Charli XCX pela primeira vez, custamos a acreditar que dali sairia um hit, mas não é que rolou? “Fancy” encarna um pop com quês noventistas e letra superficial, enquanto elas apenas vangloriam o fato de serem extravagantes, e o resultado não poderia ser melhor e mais inusitado, ficando mais equilibrado do que esperávamos para o trabalho atual de ambas as artistas.
3) Nicki Minaj - Anaconda
"My anaconda don't"! Existe alguém que não soltou um dos maiores refrões de 2014? Icônica por sua bagunça e safadeza explícita, o smash hit de Minaj rasgou o verbo e colocou todo mundo pra tremer o bumbum num ano onde essa parte específica do corpo foi auge de diversas músicas - mas nenhuma surra de bunda foi maior do que a de "Anaconda". "Oh my god, look at her butt"!
2) Ella Henderson - Ghost
A missão de Ella Henderson não era das mais fáceis. Depois de ter sido eliminada no X-Factor UK, competição em que amargou um inesperado sexto lugar, as expectativas não eram boas. Muitos acreditavam que a menina de apenas 18 anos iria sumir do mapa, enquanto outros apostavam que o talento da moça era maior a tudo. Dois anos depois a resposta foi dada... e o single responsável por rebater os críticos foi a estupenda "Ghost", transbordando sentimentos e competência em pouco mais de três minutos e meio. Sem mais.
1) Sia - Chandelier
Depois de tanto escrever para outros artistas (Rihanna, Christina Aguilera, David Guetta, entre outros), Sia fez seu retorno com o disco “1000 Forms of Fear” e, de costas para o público, provou que ainda tinha muito o que mostrar com sua própria voz em “Chandelier”. A baladinha sobre uma vida desiludida e regada à um, dois, três drinks consegue soar profunda, pessoal, e ao mesmo tempo parece margear uma incerta metáfora, acertando em cheio na missão de mostrar o seu talento nas letras e vocal, mas sem revelar por completo tudo o que essa artista incrível é capaz de fazer.
Com exceção das músicas de Taylor Swift, todos os singles citados acima estão reunidos nesta playlist que montamos no Spotify. Sinta-se livre para ouvir quantas vezes quiser: