Perdemos a conta de quantos singles Rihanna lançou antes do disco “ANTI”, assim como assistiremos pelos próximos três ou quatro anos com Fergie, Iggy Azalea, entre outros nomes, e, por esses exemplos, é possível perceber o quanto os singles seguem tendo um importante papel na divulgação de novos álbuns, sendo o primeiro contato de um novo trabalho com o público, convencendo-o ou não a escutá-lo o CD completo quando ele existir e, se não for da Beyoncé ou Taylor Swift, estiver disponível no Spotify.
Neste ano, também fomos muito bem servidos nesse quesito e, de “Formation” à “Work From Home”, tivemos opções para todos os gostos.
Esses são os 50 melhores singles de 2016:
50. NEIKED, “Sexual”
49. Broods, “Free”
Tudo é grandioso, épico e estranhamente convidativo no disco novo do Broods, “Conscious”. Em “Free”, a dupla neozelandesa parece transitar entre a sonoridade que os revelou, do álbum “Evergreen”, a proposta pop de seu novo trabalho, acompanhada por uma percussão agressiva, intimidadora, seguida de um coral ao fundo, até que se desmancha sob o synthpop do seu refrão. A trilha sonora perfeita e fora de hora para “Jogos Vorazes”. – Guilherme Tintel
48. AlunaGeorge, “I’m In Control”
A parte boa em repetir o que já foi feito por outros artistas, é a possibilidade de perceber todos os erros e acertos, com a intenção de aperfeiçoar ao máximo aquilo que chegará ao público com o seu nome. AlunaGeorge fez a lição de casa como ninguém. – Guilherme Tintel
47. Twenty One Pilots, “Heathens”
Quando conhecemos o trabalho do twenty one pilots, jamais imaginaríamos que eles emplacariam três hits num mesmo ano, incluindo uma música para um dos maiores blockbusters do ano. “Heathens” é obscura, radiofônica e inusitadamente divertida, combinando bem elementos que passeiam por toda a discografia da dupla, assinada pelo mesmo selo do Panic! At The Disco, Paramore e Fall Out Boy. É estranho pensar que esse foi o mais perto que as paradas chegaram do rock em 2016. – Guilherme Tintel
46. Fifth Harmony, “Work From Home”
No que se tornaria um dos seus maiores sucessos, foi misturando pop e R&B que as Fifth Harmony retornaram nesse ano, abrindo os trabalhos da era “7/27”. Tanto na sonoridade quanto na letra, repleta de duplos sentidos, “Work From Home” revela uma faceta mais madura e consistente do, até então, quinteto, que nos conquista nas primeiras audições e, de certo, mostra que elas ainda tinham muito o que explorar do grupo como um todo. – Nathalia Accioly
45. Years and Years, “Meteorite”
Se existe algo de ruim em “Meteorite”, é o fato dela ter sido lançada apenas para a trilha sonora de um filme. – Guilherme Tintel
44. MØ, “Final Song”
Muita coisa mudou desde que MØ sentiu o gosto do mainstream, com o sucesso de “Lean On”, do Major Lazer, e não há dúvidas quanto a forma que essa colaboração influenciou seus trabalhos seguintes, tanto para o bem quanto para o mal. “Final Song”, felizmente, é a parte boa da história: uma produção pop impecável, que cresce ao decorrer da canção e, apesar da febre tropical ter tornado essa sonoridade bastante genérica, demonstra a sobrevivência de sua personalidade sob os novos arranjos, da maneira como nos guia com seus vocais à própria letra da canção. – Guilherme Tintel
43. Azealia Banks, “The Big Big Beat”
Azealia Banks é uma das artistas femininas mais completas do hip-hop atual e, quanto mais se torna motivo de discussões por comparações ou rixas fomentadas pela mídia, mais lamentamos o quanto a sua música, sempre tão foda, segue sendo eclipsada. “The Big Big Beat” leva a rapper de volta para o som que garantiu seu primeiro hit, “212”, tornando perceptível sua evolução também como cantora e, goste dela ou não, te fazendo um irrecusável convite para dançar. – Guilherme Tintel
42. Die Antwoord, “Banana Brain”
Agora amigos de Skrillex, Diplo e companhia, o som do Die Antwoord está bem mais de acordo com o que a música eletrônica e hip-hop têm soado nos EUA, mas, em “Banana Brain”, eles ainda carregam uma autenticidade que os mantém com o mesmo gás de seus primeiros trabalhos, agora com maiores cuidados quanto a qualidade do que chega ao público. Quando crescermos, queremos ser tão legais quanto eles. – Guilherme Tintel
41. Snakehips, “Cruel”
Embora não tenha alcançado a mesma projeção de “All My Friends”, com Tinashe e Chance The Rapper, a parceria dos Snakehips com Zayn, “Cruel”, se desenvolve dentro de uma atmosfera muito singular, perfeita para os planos do cantor, que segue se afastando do som que fazia com a boyband One Direction. O encontro do synthpop e R&B é pontuado de uma forma tão certeira, que dificilmente imaginaríamos algo entre eles dando errado. – Maicon Alex
40. James Arthur, “Say You Won’t Let Go”
James Arthur foi do céu ao inferno com apenas quatro anos de carreira, mas fez das críticas o seu maior incentivo para seguir em frente, se rendendo através do seu melhor: o talento. Embora nos remeta ao que viemos ouvindo há algum tempo com Ed Sheeran, a baladinha “Say Won’t Let Go” sobressai a personalidade de Arthur sob sua imponente letra, sobre um relacionamento atemporal, com um conjunto que vai de um belo e acústico arranjo aos vocais passionais, já característicos dele, que foi uma das maiores revelações do X-Factor e, com essa música, garantiu um dos maiores hits do ano. – Maicon Alex
39. Nick Murphy, “Stop Me”
Uma das primeiras amostras de Nick Murphy em seu trabalho de estreia, “Stop Me”, expressa bem toda a urgência de sua nova persona, bem distante da calmaria que predominava o som do seu projeto como Chet Faker. Com sirenes e riffs de guitarra incorporados entre um arranjo eletrônico, é uma música que, na medida que nosso imaginário permitir, soa como uma corrida de moto em alta velocidade, sem que saibamos aonde vamos parar. – Guilherme Tintel
38. Bruno Mars, “24K Magic”
Goste de Bruno Mars ou não, é impossível ficar parado quando toca “24K Magic”. O primeiro single do seu álbum de mesmo nome é um aperfeiçoamento do que ele começou com Mark Ronson, em “Uptown Funk”, e explora da melhor forma possível a sua inspiração em artistas como James Brown e Prince. – Guilherme Tintel
37. Chance The Rapper, “No Problem”
Um dos maiores feitos de Chance The Rapper, além do álbum “Coloring Book”, é o fato de ter entregue um dos melhores trabalhos do ano sendo artista independente e, em “No Problem”, é justamente sobre isso que ele trata, avisando as gravadoras que, definitivamente, é melhor não entrarem no caminho dele. Tudo isso é entregue em meio ao seu arranjo divertidamente apoteótico, composto por um coro gospel, samples de risadas e até uma participação do Lil Wayne. Grandiosa do início ao fim. – Guilherme Tintel
36. Florrie, “Real Love”
Se tivéssemos uma lista das melhores músicas para cantar em voz alta, ela com certeza estaria em primeiro lugar. – Guilherme Tintel
35. Alicia Keys, “Blended Family (feat. A$AP Rocky)”
Em seu registro mais pessoal, Alicia Keys descobriu a grandiosidade na simplicidade e, em “Blended Family”, retrata de forma gentil e carinhosa a sua relação com o enteado, filho do casamento de Swizz Beats com a musicista Mashonda Tifrere. Sua sonoridade, apesar de contida, completa a narrativa de sua letra, contando ainda com a participação do rapper A$AP Rocky e um tímido coro ao fundo. – Maicon Alex
34. Mac Miller, “Dang! (feat. Anderson Paak)”
Como as parcerias de Mac Miller em seu disco “The Divine Feminine” não nos deixam mentir, o cantor se esforçou para reinventar sua sonoridade, buscando algo bem próximo do que conferimos com o classudo e já icônico “To Pimp a Butterfly”, de Kendrick Lamar. O mais próximo que ele chegou disso, com exceção da colaboração com o próprio Lamar em “God Is Fair, Sexy e Nasty”, aconteceu na parceria com Anderson Paak, “Dang!”, que resultou numa das músicas mais sexys do ano. – Guilherme Tintel
33. Bastille, “Send Them Off!”
“Você não vai exorcizar minha mente?”, implora Dan Smith em “Send Them Off!”, um dos melhores momentos do álbum novo do Bastille, “Wild World”. Neste segundo trabalho, a banda foi pega pela ambição de repetir os sucessos de seu disco de estreia, mas evoluiu significativamente em relação as suas letras, buscando cada vez mais referências na literatura, como é o caso de Blatty (autor de “O Exorcista”, de 1971) e Shakespeare (“Otelo, o Mouro de Veneza”, 1603), responsáveis pelos versos dessa canção. – Guilherme Tintel
32. Beck, “Wow”
Ganhador do famigerado Grammy que deveria ter sido da Beyoncé, de 2014, o músico Beck segue com suas habituais reinvenções sonoras na espetacular “Wow”. Cheia de camadas, a hipnotizante produção vai do hip-hop ao pop sem se perder, apenas reafirmando o quanto ele é talentoso e, apesar dos aviões, merece o reconhecimento por seu trabalho, sempre tão foda. – Maicon Alex
31. RuPaul, “Read U Wrote U”
A música drag conquistou as paradas no ano passado, sendo um dos maiores exemplos o sucesso de Adore Delano e seu primeiro disco, “Till Death Do Us A Party”, e nesta mesma linha, foi a vez de RuPaul assumir o controle dessa reinvenção, ao lado de todo o elenco da segunda temporada de seu “All Stars”, com o dançante trap de “Read U Wrote U”. – Guilherme Tintel
30. Brooke Candy, “Happy Days”
Brooke Candy segue se redescobrindo musicalmente e, ao lado de Sia, encontrou uma faceta mais introspectiva de si mesma, disposta a se afastar das frenéticas batidas dos seus primeiros trabalhos, para a calmaria da autobiográfica “Happy Days”. Seu arranjo eletrônico e crescente a inclui na lista de músicas tristes que nos fazem dançar e, de certo, um dos seus melhores versos é quando ela menciona suas “pílulas para ficar acordada / pílulas para dormir”. – Guilherme Tintel
29. ZAYN, “Pillowtalk”
“Pillowtalk” é, definitivamente, um passo à frente de tudo o que Zayn fez na One Direction, tanto na mistura do R&B contemporâneo com batidas eletrônicas, quanto na letra sem censura alguma. Dizem os fãs que isso era exatamente o que eles esperavam de sua estreia solo, entretanto, foi algo que nos surpreendeu, mostrando que o cantor tem tudo sob controle para segurar uma carreira por conta própria. – Nathalia Accioly
28. Drake, “Pop Style (feat. The Throne)”
A única música do Drake que a Taylor Swift jamais cantaria numa propaganda da Apple Music. – Guilherme Tintel
27. Little Mix, “Shout Out To My Ex”
Esse foi o ano em que as paradas inglesas acompanharam quase que simultaneamente os hits americanos, entretanto, eles se permitiram alguns luxos, como foi o caso de “Shout Out To My Ex”, que abriu os trabalhos do Little Mix com o álbum “Glory Days”. A indireta mais direta de 2016 é descontraída, dançante, catchy e dona de um dos melhores refrãos do ano. Uma harmonia que não encontramos fácil por aí. – Guilherme Tintel
26. Banks, “Gemini Feed”
O disco novo da Banks, “The Altar”, demonstra uma evolução enorme no seu trabalho desde sua estreia, “Goddess”, e um dos melhores exemplos disso é o single “Gemini Feed”, uma introspectivamente explosiva produção, que em nada perde para o que tanto enaltecemos com Lorde, indo na contramão da perda de identidade que o pop alternativo sofreu desde que atravessou o mainstream. – Guilherme Tintel
25. The 1975, “Somebody Else”
Essa música estaria numa posição mais alta da lista se fosse cantada pela Carly Rae Jepsen, mas como não é o caso, apenas comemoramos o fato de ser uma produção boa o suficiente pra nos convencer a ouvir o disco dessa banda, aquele do título grande demais pra caber num tweet. “Somebody Else” talvez tenha sido uma das músicas que mais ganhou covers em 2016 e, até que Carly faça a sua versão, estamos seguros em dizer que a melhor versão segue sendo da própria The 1975. – Guilherme Tintel
24. Meghan Trainor, “No”
Meghan Trainor exagerou quando disse que encontrou a fórmula para a música pop perfeita, mas deu o seu melhor em “No”, que abriu os trabalhos do disco “Thank You”. Sua redenção pop noventista foi o mais próximo que chegamos de um clássico da Britney Spears – dentro de um ano que a própria lançou um CD inteiro de músicas novas – e nos convenceu a torcer menos o nariz para a eterna Badabes, com o acréscimo dessa ser uma dançante música sobre empoderamento feminino. Nosso voto é sim. – Guilherme Tintel
23. MIA, “Go Off”
Se você parar para analisar todas as camadas por trás das canções de M.I..A, consegue pirar antes de entender como ela consegue fazer tantas coisas distintas funcionarem bem em conjunto. Seu disco “AIM” vai de samples do funk brasileiro à parceria com ex-One Direction e, em “Go Off”, o que temos é uma inusitada colaboração com Skrillex, que resultou num dos momentos mais interessantes do hip-hop em 2016. – Guilherme Tintel
22. Fergie, “M.I.L.F. $”
Basta ler o nome dessa música para o corpo involuntariamente começar a nos responder. Foi longa a espera por músicas novas da Fergie e, quando surgiu, a líder do Black Eyed Peas fez parecer que o tempo não passou para ela, sendo “M.I.L.F. $” uma explosiva e chiclete produção pop, que nos conquista por sua grandiosidade, além da inusitada temática, que mostra seu orgulho sobre ser uma mulher mais velha e, sem se deixar levar pelo preconceito, tão sexy e dona do seu próprio corpo quanto em outrora. – Guilherme Tintel
21. Zara Larsson, “Ain’t My Fault”
Ao tocar do alarme, a profecia se cumpriu. Se tivéssemos que resumir “Ain’t My Fault” numa só palavra, chutaríamos ‘explosiva’. Do pop ao trap, a primeira empreitada da sueca Zara Larsson após o sucesso de “Lush Life” foi ousada e certeira, soando como uma banger que, se não fosse todo o conceito de “ANTI”, provavelmente poderíamos ouvir com Rihanna, numa combinação que nos deixa no chão do seu arranjo à ágil composição, repleta de palminhas e com um refrão arrasador. O nome dela é um que não devemos nos esquecer tão cedo. – Nathalia Accioly e Guilherme Tintel
20. Britney Spears, “Make Me... (feat. G-Eazy)”
Britney Spears já teve ótimos primeiros-singles, como “Hold It Against Me”, assim como também já nos apareceu com “Work Bitch”, de forma que é sempre inevitável que bata aquela preocupação quando ela está prestes a lançar um novo trabalho. A parceria com o rapper G-Eazy, “Make Me”, entra para a lista dos acertos, com exceção do fato de ser uma parceria com o rapper G-Eazy, que talvez seja um dos barros mais desnecessários de 2016. Vida que segue. – Guilherme Tintel
19. Cappa, “I’m Good”
Você sabe que um refrão é bom quando, na primeira audição, já se sente confortável para assumir que precisa aprender a cantá-lo do início ao fim. No caso de “I’m Good”, da cantora Cappa, nós vamos te dar uma força: “I don’t wanna dance wiith you / I don’t wanna kiss-goodnight / Don’t care about your money / And I don’t wanna drink tonight / You better run before the thrive / You just look at... not the type / If you get someone else to go, you should /Cause I’m good (I’m good)”.
18. Foxes, “Cruel”
Certas coisas são difíceis de entender, como o fato de que “Cruel”, da Foxes, não está entre as mais ouvidas do Spotify, enquanto encontramos na lista músicas como “Don’t Wanna Know”, do Maroon 5. Esse foi um dos melhores singles da inglesa com seu segundo álbum, “All I Need”, qual também não fazemos ideia da razão de não estar entre os mais vendidos de todos os tempos. – Guilherme Tintel
17. Selena Gomez, “Hands to Myself”
“You’re metaphorical gin and juice” é um dos melhores exemplos de intertextualidade na música pop de todos os tempos. – Guilherme Tintel
16. Margaret, “Cool Me Down”
Essa é a música que todos esperavam ouvir Rihanna cantando em um novo disco. – Guilherme Tintel
15. The xx, “On Hold”
Quando Jamie xx lançou o álbum “In Colour”, já era esperado que suas influências eletrônicas respingassem nos trabalhos com The xx. O que os fãs talvez não esperassem, é que a mudança fosse tão perceptível o quanto foi em “On Hold”, que abriu os trabalhos da banda com seu novo disco, “I See You”. Com direito à break eletrônico e baixo remixado, a música soa como um encontro do antigo The xx com o tal Jamie, numa fórmula que não deserda os antigos fãs, mas agrega um novo público. – Guilherme Tintel
14. Dua Lipa, “Blow Your Mind (Mwah)”
No ano em que as divas pop ficaram conceituais, Dua Lipa chegou exatamente no caminho contrário. “Blow Your Mind (Mwah)” soa como a junção da atitude badass da P!nk, uma de suas influências, com um arranjo que, facilmente, poderia ser de algum novo disco da Katy Perry, formando um pop divertido e dançante, que imprime bem a identidade da cantora, ainda novata, e nos faz desejá-la por perto pelos próximos anos. – Nathalia Accioly
13. Rag’N’Bone Man, “Human”
Com um impacto semelhante ao que foi “Take Me To Church”, do Hozier, uma das grandes revelações britânicas do ano, Rag’n’Bone, faz em “Human” o suficiente pra que nossos olhos e ouvidos fiquem bem atentos aos seus passos do futuro. Com um tom profundo e instigante, somado à honestidade de sua letra, a música vai na contramão dos hits que seguem conquistando as paradas e, sem dúvidas, deixa nossas expectativas no céu quanto ao seu aguardado álbum de estreia. É impossível não se arrepiar ao ouvi-la.
12. Emeli Sandé, “Hurts”
Emeli Sandé ficou encarregada de nos entregar uma das produções mais interessantes do ano e o fez em seu single de retorno, a poderosa “Hurts”. O maior mérito dessa canção foi reunir num só lugar tudo o que a britânica já nos apresentou de melhor: grandes vocais e letra amargurada, dentro de uma melodia crescente, que explode sob palmas e percussões, de uma forma que só ela seria capaz. – Maicon Alex
11. Adele, “When We Were Young”
Chega a ser covardia comparar as baladinhas de Adele com qualquer outro artista, mas se tem uma coisa que todos concordam, é que a britânica sabe como nos deixar naquela bad, mesmo quando nada de ruim está realmente acontecendo em nossas vidas. “When We Were Young”, sem pensar duas vezes, não só é uma das melhores músicas do álbum “25”, como também de toda a carreira da cantora, com uma produção que contrasta o tom de seus vocais, quase crus, com um arranjo simples, levado ao piano, e cresce até chegarmos ao épico coro e, muito provavelmente, algumas lágrimas aí do outro lado. – Guilherme Tintel
10. Frank Ocean, “Nikes”
Da crítica contra o materialismo ao sutil posicionamento sobre o movimento Black Lives Matter, com menção ao adolescente morto por autoridades americanas, Trayvon Martin, a sutileza com que Frank Ocean consegue acertar em quais feridas tocar no primeiro single de “Blonde”, a canção “Nikes”, é de impressionar. E tudo isso é guiado por um R&B nada radiofônico, mas intrigante, que te convence a descobrir o que te aguarda no final. O que, neste caso, são os vocais do próprio cantor e a aguardada quebra do seu jejum musical. – Guilherme Tintel
09. Major Lazer, “Cold Water”
Diplo e sua trupe do Major Lazer conseguiram espremer até a última gota de “Lean On”, com a dinamarquesa MØ, e após algumas tentativas de repetir o smash hit, acertou ao juntar a cantora com o canadense Justin Bieber, na faixa “Cold Water”. Levando em consideração que Bieber já vem de um histórico com “What Do You Mean” e “Sorry”, não dá pra ouvir “Cold Water” como uma novidade, de fato, mas o hit esconde muitas camadas em seu arranjo, que crescem gradualmente e, por conta disso, torna a música mais interessante do que suas primeiras audições sugerem. Ouvi-la com fones de ouvido é uma boa sugestão. – Guilherme Tintel
08. Kanye West, “Fade”
Quando Kanye West topou com a tendência tropical, o resultado foi bem mais interessante que a preguiçosa “One Dance”, do Drake, ou a desastrosa “Don’t Wanna Know”, do Maroon 5 com Kendrick Lamar. “Fade”, do álbum “The Life of Pablo”, é composta por uma combinação de samples que, como de costumo quando se trata de Kanye, dão uma cara completamente nova para as canções, sendo o resultado esse hino da porra que você respeita. Nós sentimos o impacto. – Guilherme Tintel
07. Sia, “Cheap Thrills”
Com o sucesso, a cantora e compositora australiana Sia passou a entregar alguns trabalhos um tanto quanto genéricos, a exemplo das baladinhas do álbum “This is Acting”, mas algumas canções fugiram à regra e, nesta leva, incluímos a maravilhosa “Cheap Thrills”. Recusada por Rihanna na época que gravava o disco “ANTI” (caralho, Blue Ivy, tu é muito burra!), a faixa incorpora a mensagem positiva de Sia sob um arranjo dançante, todo levado pelo dancehall que dominou 2016, e garante um dos melhores momentos musicais do ano. – Guilherme Tintel
06. Lady Gaga, “Million Reasons”
Despida de todos seus exageros, foi na voz e violão que Lady Gaga convenceu seus fãs com a era “Joanne”. A baladinha “Million Reasons” é uma das melhores músicas lentas da sua carreira e, apesar de ser fichinha para os brasileiros, que passaram o ano ouvindo Marília Mendonça e Simone & Simaria, causa certo choque ao vir de Gaga, principalmente após o rock explosivamente dançante de “Perfect Illusion”. Nos surpreendeu positivamente. – Guilherme Tintel
05. Clean Bandit, “Tears (feat. Louisa Johnson)”
Foi difícil pensar em singles de artistas eletrônicos que não tenham caído na fórmula pós-“Sorry”, que infectou as rádios em 2016, mas se tiveram artistas que fugiram disso da melhor forma possível, foram Clean Bandit e Louisa Johnson, com a icônica “Tears”. No que é quase uma releitura de “I Will Survive”, a colaboração entre as duas revelações britânicas, sendo ela uma das vencedoras do X-Factor, é daquelas que soam grandiosas desde a primeira audição e, daí em diante, a tendência é melhorar. – Guilherme Tintel
04. Rihanna, “Love On The Brain”
Todos amamos as músicas dançantes da Rihanna, mas não dá pra negar que, quando se arriscou em fazer um som mais classudo, a barbadiana se saiu muito bem. Certas músicas soam como clássicos desde a primeira audição e, sem exageros, essa foi a sensação que tivemos ao ouvir “Love On The Brain” e toda sua proposta nostálgica, que resgata o doo-wop dos anos 60 e explora ao máximo o potencial vocal da cantora. O amor subiu à cabeça. – Guilherme Tintel
03. The Weeknd, “Starboy (feat. Daft Punk)”
“Can’t Feel My Face” tornou The Weeknd uma estrela, mas foi em seu trabalho seguinte, “Starboy”, que o canadense se permitiu aceitar o título, contando com uma forcinha dos pais da música eletrônica, Daft Punk, e uma das produções mais certeiras da música pop em 2016. Em algum lugar do universo, Michael Jackson está exatamente como neste GIF. – Guilherme Tintel
02. Ariana Grande, “Into You”
Se nos pedissem para definir a fórmula perfeita para uma música pop, provavelmente enviaríamos o link do Spotify para “Into You”, da Ariana Grande. A construção dessa faixas é uma das coisas mais interessantes que ouvimos na música pop desse ano, com um refrão glorioso, que nos prende tão bem quanto Katy Perry conseguiu com a sua “Teenage Dream”. É daquelas músicas que dificilmente veremos Ariana superar e, com o perdão pela expressão, que hino da porra! – Nathalia Accioly e Gui Tintel
01. Beyoncé, “Formation”
Você provavelmente já se cansou de ver listas com Beyoncé no primeiro lugar, assim como os fãs dela já desistiram das tantas piadas sobre essas listas serem compradas por Jay Z, mas o que resta a todos é aceitar: ela fez um dos trabalhos mais fodas do ano e, obviamente, merece ser reconhecida por isso. “Formation” não só foi a primeira música de Beyoncé sobre racismo e o feminismo negro, como foi também a música que fez todos questionarem o que significava ter “hot sauce in my bag swag”. – Guilherme Tintel
Ouça a lista completa pelo Spotify: