Como você provavelmente viu por sua timeline nas redes sociais, a NFL confirmou quem será a atração do intervalo do Super Bowl em 2018 e, confirmando os rumores, o nome anunciado foi…
JUSTIN TIMBERLAKE!
O ex-namorado de Britney Spears, que atualmente trabalha em seu novo disco de inéditas, não lança um novo álbum desde o “The 20/20 Experience”, de 2013, e após esse trabalho, até emplacou o hit “Can’t Stop The Feeling”, para a trilha-sonora de “Trolls”, mas muito provavelmente aproveitará a plataforma do evento esportivo para alavancar seu novo trabalho, assim como Lady Gaga poderia ter feito na sua edição, mas vida que segue.
A questão é que esse não será o primeiro Super Bowl de Timberlake e, caso você não se recorde, a primeira vez que o cantor se apresentou no grande evento foi em 2004, quando aconteceu o acidente com o figurino de Janet Jackson, que expôs um de seus mamilos durante a transmissão ao vivo e, por conta do machismo e conservadorismo americano, manchou sua carreira até os dias atuais.
Em um dos maiores exemplos do privilégio branco e masculino em exercício, Justin Timberlake não só manteve sua carreira intacta após o ocorrido, como pode evitar falar sobre o assunto durante um bom tempo, mas, com a sua volta ao Super Bowl, é inevitável que resgatemos esse episódio e, mais do que isso, que cobremos uma forma dele se redimir com Janet, que não conseguiu emplacar qualquer outro trabalho após o chamado “Nipplegate”, enquanto ele usufruía da oportunidade de se desvencilhar do assunto.
Pra você ter uma ideia sobre o quanto esse episódio foi significativo para os EUA, foi depois desse acidente que as transmissões ao vivo passaram a adotar um atraso de 5 segundos na televisão, ganhando, assim, uma ágil vantagem para se prevenirem de outros acontecimentos do tipo, e é desta forma que eles censuram, por exemplo, palavrões em apresentações ao vivo durante grandes premiações.
Quem acompanha o show do intervalo do Super Bowl, sabe que os músicos costumam contar com dois ou mais artistas convidados e, assim como em 2004, nada mais justo do que Justin Timberlake dividir o palco com Janet Jackson na edição de 2018, dando para ela a chance de retomar os holofotes que lhes foram tirados tão injustamente.
No mesmo ano de toda a controvérsia, Janet lançou o álbum “Damita Jo”, que alcançou o topo da Billboard Hot 200 e chegou a vender 3 milhões de cópias mundialmente, mas todos seus trabalhos seguintes acompanharam seus números caindo significativamente, como foi o caso de seu último álbum, “Unbreakable” (2015), que vendeu apenas 250 mil cópias nos EUA.
Timberlake, por sua vez, levou dois anos até revelar seu primeiro material após o evento e, na contramão do que rolou com Janet Jackson, teve um de seus momentos mais expressivos, com o disco “FutureSex/LoveSounds” (2006), seguido do seu último e também bem sucedido “The 20/20 Experience”.
De Janet Jackson a Kesha, são muitos os exemplos de mulheres que tiveram suas carreiras prejudicadas pelas ações e omissões de outros homens, de forma que, no palco do próximo Super Bowl, Justin Timberlake não tem mais do que uma obrigação a ser feita. E é bom que ele não nos decepcione.