Quando lançaram o disco “Take Me Home”, de certo os meninos do One Direction já tinham feito a lição de casa quanto ao desafio do segundo álbum. Com a certeza que no ano seguinte teriam outro disco nas lojas, devido ao contrato com a gravadora do Simon Cowell, o quinteto nem apostou em muitas mudanças se comparado ao disco de estreia “Up All Night”, mas foi nos pequenos detalhes que o segundo cd mostrou algumas evoluções, como em suas letras ou, sonoramente, em canções tipo aquela composta pelo Ed Sheeran, “Little Things”.
Dado como finalizado os trabalhos
com esse disco, eles partiram quase que sem pausas para a divulgação do filme “This
Is Us”, e de certa forma até nos preocupando, visto que o curto intervalo entre
todos esses lançamentos poderia desgastar tanto a imagem quanto sonoridade
deles, além de torná-los também um pouco limitados criativamente, e isso só se
confirmou com o single “Best Song Ever”. Dissemos o que pensávamos e,
obviamente, as fãs do grupo reagiram de forma negativa, mas o que importa é que
eles conseguiram não só reverter o jogo com o clipe da canção, como também
provar que SIM, ainda dá pra se reinventar soando tão comercial quanto
anteriormente, e essa resposta veio no single seguinte, “Story Of My Life”.
Numa primeira ouvida, tudo pode
soar comercialmente perfeito, principalmente vindo de um dos grupos que mais
venderam no último ano. Mas basta escutá-la mais algumas vezes pra notar que
ela é mais do que isso. O apelo indie, o peso das cordas country adotadas pelos
artistas folk, até a ordem com que dividem os vocais aqui fazem a diferença,
fazendo desse single um dos lançamentos pop mais interessantes e inteligentes
desse ano. Como cumprir alguns requisitos para as rádios se faz necessário, em “Story
Of My Life” eles garantem o fator chiclete em seu refrão, onde repetem
incansáveis vezes o título do novo single, só que o trunfo da composição — aqui
assinada por todos os integrantes ao lado de Jammie Scott, John Ryan e o também
produtor Julian Bunetta — se esconde entre os versos, onde temos coisas
incríveis tipo “nesta manhã ela me disse que não sente mais o mesmo sobre nós
em seus ossos, pra mim parece que essas palavras estarão na minha lápide quando
eu morrer” ou “deixe meu coração aberto, mas continue aqui mesmo na sua gaiola”.
A relação é interessante. “Gotta Be You” no disco de estreia, “Little Things” em seu sucessor e agora “Story Of Life”, três baladinhas lançadas como segundo single de seus respectivos álbuns e, de forma impressionante, soando bem mais interessante que seus singles principais. O melhor disso é que a coincidência ainda permite traçar uma linha do tempo, fazendo com que notemos o quanto eles evoluíram neste período tão pequeno. Coisa que talvez nem tenha passado pela cabeça de muitos, que devem ter escutado o tal single apenas como mais um lançado pela “boyband do momento” e, na melhor das hipóteses, ainda o associado à nomes como Mumford & Sons, Of Monsters and Men, The Lumineers e/ou [coloque aqui o nome de uma banda indie que toca banjo]. Seja como for, no que depender das semelhanças, “Story Of My Life” tem tudo pra nos fazer acreditar que “Midnight Memories”, o terceiro álbum da boyband, será mais um acerto na sua breve carreira. Ponto para o 1D!