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De volta para o futuro com Criolo e a distópica São Paulo de 2044 no seu novo clipe em curta-metragem!


Dono de um dos projetos audiovisuais mais fantásticos que a gente já conferiu, o rapper, cantor e compositor Kleber Cavalcante Gomes, aka Criolo Doido, tá de volta com um videoclipe conjunto para "Duas de Cinco" e "Cóccix-ência", ambos singles lançados no ano passado, com direção do Diego Cisma. Pronto pra elevar ainda mais o seu nível com a gente, o cara, que já havia passado pelo blog com o clipe de "Mariô", nos mostra a sua visão para o futuro do Brasil, numa alerta genialmente provável, além de distópica.

No clipe, que veio como um curta-metragem, Criolo narra a história de três amigos que vivem no Grajaú, bairro onde viveu e cresceu em São Paulo, e matam aula pra roubar e sustentar um vício em drogas. Toda a sinopse seria bem clichê pensando em muitas coisas nacionais que já assistimos e, se a história fosse contada nos morros cariocas, até daria uma bela sequência para "Cidade de Deus", mas e se a gente disser que o curta do cara se passa no Brasil de 2044?

Falando sobre o clipe, Criolo explica vê-lo como uma forma de nos alarmar ao que estamos guardando para o futuro e a ideia, por mais que aqui seja enfeitada por meio de apetrechos ultra-tecnológicos e um mega-avanço da tecnologia nas periferias, de forma que nosso governo só poderia tornar real depois de uma dezena de Copas do Mundo (cálculo aproximado), soa não só atual, como também bem provável, infelizmente, para os próximos 30 anos. É uma clara crítica ao governo e a sociedade, que além de sucinta, é também classuda pra caralho, com o perdão do palavrão. Olha só:


Até o momento, Criolo possui apenas dois álbuns de estúdio lançados, sendo eles "Ainda Há Tempo" (2006) e "Nó Na Orelha" (2011), mas, no que depender dele, o terceiro disco não deve sair tão cedo. Numa recente entrevista, ele, que foi descoberto pelo ~mainstream~ nos últimos quatro anos da sua carreira de aproximadamente 25, confirmou não ter pressa pra lançar sua próxima produção, afirmando que a "arte não está ligada a uma esteira competitiva em que quanto mais você aparecer, mais louros você colher, maior vai ser o seu cachê". Isso soa bem inteligente para nós.
disqus, portalitpop-1

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