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Album Review: as g a r o t a s são as musas do gingado de Pharrell com o "G I R L"!


É impossível começar algum post sobre o Pharrell Williams sem citar que 2013 foi o seu ano. O produtor que está na ativa desde os anos 90, vem trabalhando, na maioria das vezes, apenas por detrás das cortinas do mundo da música. Juntamente com Chad Hugo, começou sua carreira na produção de músicas, na qual atuavam sob o nome de "The Neptunes", que foi responsável pelo smash-hit "I'm Slave 4 U", da princesinha do pop, Britney Spears.



Ainda junto de Chad e agora com Shay Haley, formou também a banda de hip-hop N.E.R.D. (No one Ever Really Dies), e dela surgiram vários hits, como os clássicos "Lapdance" e "Hypnotize U". E não demorou muito para que o responsável por grandes sucessos - como o primeiro CD do Justin Timberlake, o "Justified", e os hinos de uma geração "Hollaback Girl", da Gwen Stefani, "Give It 2 Me", da Madonna e "Milkshake", da Kelis - fizesse sucesso mundo afora.

E tentando usufruir desse sucesso que começava a receber, Pharrell anunciou que estava a trabalhar num material solo e logo depois lançou seu primeiro single, "Can I Have Like That" com participação da Gwen Stefani, que estaria incluso em seu debut álbum "In My Mind", mas que não caiu na boca do povo, sofrendo diversas críticas negativas da mídia e de seus fãs.



Já nessa década, Williams colaborou com um grande leque de artistas, indo do pop, com o Robin Thicke, à música eletrônica, com Daft Punk. E foi junto a eles que o cantor conseguiu entrar no topo das paradas do ano passado, com os dois singles arrasa-quarteirões "Get Lucky" e "Blurred Lines". Com todo esse hype, o também estilista, aproveitou novamente a oportunidade para anunciar de surpresa que o seu segundo álbum solo seria lançado num intervalo de duas semanas. E é sobre ele que estamos aqui para falar.

Pharrell nunca escondeu de ninguém a admiração que tem pelas mulheres, e é justamente sobre isso que as 10 faixas do disco tratam, uma exaltação ao sexo feminino. Isso já fica bem claro na música que abre o trabalho, "Marilyn Monroe". Introduzida pelo som de uma orquestra e pela palavra "different", é exatamente tudo que encontramos aqui, totalmente diferente, e que fique bem claro, de seus trabalhos solos antigos. Na letra, temos a descrição de uma mulher também diferente de qualquer outra, até mesmo de Marilyn Monroe, Cleópatra e Joana D'arc, que é tudo o que ele sempre quis. "O que podemos fazer? Somos românticos incorrígiveis". Em seguida, temos a ótima e animada "Brand New", que é também a primeira parceria do CD, com o cantor Justin Timberlake. Assemelhando-se ao último trabalho do Timberlake, é sem dúvidas a mais dançante, com todo o swing que apenas os dois conseguem trazer, marcada pela batalha de falsetes que eles travam durante todo o refrão. 



Com base em riffs de guitarra, "Hunter" é uma das melhores faixas do álbum, com todo um ritmo de rock setentista, mas que deixa a desejar pela falta de originalidade da letra, que basicamente fala sobre caçar a desejada como um animal. Agora, o que esperar de uma música que começa com "faz a kuceta jorrar"? "Gush" é a faixa que fala mais explicitamente sobre sexo, sendo a mais "hot" do CD e produzida ao som de toques de baixos. Aqui, Williams está cansado de ser um bom cara e essa noite quer ser "dirty". Temos aqui uma das melhores frases de todo o disco: "light that ass on fire"! Ótima pra se usar em uma paquera nas baladas da vida.

A próxima é a já mundialmente conhecida "Happy", que também faz parte da trilha sonora do filme "Despicable Me 2". A divulgação desta foi iniciada pelo lançamento de um site especial, que continha um clipe com duração de 24 horas (pra quem ainda não viu, ou pra quem tem paciência de assistir todo, aqui está). Todo o ritmo da música é realmente como diz o título, de felicidade, sendo impossível não esboçar um sorriso ou querer sair pela rua estalando os dedos ao som dela. "Come Get It Bae" é uma das grandes decepções daqui e ao mesmo tempo uma das parcerias que mais combinam, juntando o humor do Pharrell e a safadeza da Miley. Diferente de "#GETITRIGHT" do disco da Molly, essa não tem muita graça, mas que nos convence pelos vocais arranhados da mesma e também pela letra de duplo sentido: "Vai com calma na embreagem, porque garota eu gosto de você".



Agora se existe alguma união que só produz hits certeiros, esta só pode ser Pharrell Williams e Daft Punk. Responsáveis pelo grande sucesso global de "Get Lucky", os três repetem a mesma fórmula em "Gust Of Wind", e funciona direitinho. Com uma pequena participação do compositor Hans Zimmer, que produziu as trilhas sonoras de inúmeros filmes, como "O Espetacular Homem-Aranha 2", "Up - Altas Aventuras" e "O Chamado", é uma das melhores músicas do disco, e ficamos gratos por saber que todas as canções serão single, porque esta PRECISA ser. "Lost Queen" também é outra que entra no pódio das três melhores. Na primeira parte, banhada com um ritmo africano, temos a letra mais linda desse trabalho. que logo depois segue para a faixa escondida "Freq", que conta com os vocais da JoJo, mas que não recebe um destaque tão grande, servindo apenas para acompanhar a voz de Pharrell.

"Know Who You Are" já é hino! É um dueto com a Alicia Keys e senhor, que dueto. Com uma leve batida de reggae, a canção é uma daquelas pra dedicar ao amor da sua vida, ou apenas para relaxar após um péssimo dia no trabalho, mas que funciona também como um hino feminista. "E garota, não deixe eles dizerem que você não merece descansar / E se eles não quiserem se juntar a nós, tudo bem, mas agora é a nossa hora". A última do CD, "It Girl", não está nessa posição a toa, já que é a mais genérica de todo este trabalho, soando bastante chata aos ouvidos de qualquer um, mas que resume direitinho o conceito do CD. "Você é A garota, hey, hey, minha inspiração".



Resumindo: Assumindo o risco de talvez parecer mais do mesmo em sua sonoridade, "G I R L" é toda a junção de seus trabalhos anteriores em que atuou como produtor, no qual provavelmente estava preparando o terreno nas rádios para finalmente aparecer como ator principal. Talvez parecendo machista e até sexista em algumas músicas (esse foi o grande problema de "Blurred Lines"), Pharrell tentou, ao seu próprio jeito, preparar uma homenagem as mulheres, elegendo-as musas responsáveis por toda sua inspiração.
disqus, portalitpop-1

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