Katy Perry iniciou ontem (07) na cidade de Belfast, na Irlanda do Norte sua nova turnê mundial, a "Prismatic World Tour". Apesar de já ser sua terceira turnê, apenas a "Prismatic" é uma tour de grande porte (a "Hello Katy Tour" foi bem simples e, apesar do estrondoso sucesso do "Teenage Dream", a "California Dreams Tour" tinha uma estrutura modesta para os grandes padrões mundiais). Isso por si só já é um grande feito, afinal, turnês mundiais e grandiosas são para poucos artistas, o que só mostra que Katy está no auge da atividade.
Depois de emplacar uma sucessão de hits desde o álbum anterior, o "Prism", novo álbum da cantora, trouxe mais números para sua carreira, o que possibilitou visibilidade mundial extrema. Nada melhor do que aproveitar isso com uma turnê, e a californiana com a "Prismatic Tour" mostrou porquê é um nome a ser apreciado.
Com nada menos que NOVE trocas de figurino, a "Prismatic" usou o velho macete de dividir o show em atos: "Prismatic", "Egyptian", "Cat-Oure", "Acoustic", "Throw Back" e "Hyper Neon", numa miscelânea de tudo que já fez na carreira, desde a pinta pin-up do "One of the Boys" na "Cat-Oure", o lado prismático do clipe de "Dark Horse" na "Egyptian" até uma grande festa com a "Hyper Neon".
É claro e evidente que Katy não é uma grande performer pelo seu limitado alcance vocal - isso não é um defeito tão grande, apesar do senso comum de achar que saber cantar é saber gritar -, mas a cantora conseguiu arrancar performances divertidas (como a de "Hot N Cold", numa pinta meio "The Cats", meio "Pantera Cor-de-Rosa", com uma nova versão deliciosa que já queremos nos nossos iTunes), megalomaníacas (como a de "Walking on Air" onde ela literalmente anda no ar puxada por cabos de aço) e lindíssimas (como o Encore de "Firework" - foco para o telão cheio de fogos de artifício).
Usando os telões triangulares e fenomenais como artefato principal do palco, algo feito por Madonna na "MDNA Tour", a "Prismatic" careceu de um palco mais sólido, com algumas performances onde ele fica completamente vazio. E, claro, tem que ter aqueles figurinos horrorosos e bregas que nós nos perguntamos onde estavam com a cabeça na hora que desenharam os mesmos.
No geral, a primeira impressão da "Prismatic Tour" foi positiva. Tem muita cor, várias estruturas cênicas, performances inspiradas (a de "Birthday" temos um bolo gigante feito com telas de led no palco onde a cantora é levada por balões à la "Up - Altas Aventuras" para dar uma volta por toda a arena) e até um trechinho de "Vogue" da Rainha do Pop para nos matar do coração, mas tem seus defeitos, claro, nenhuma turnê é perfeita. Algumas canções não funcionaram ao vivo ("Legendary Lovers" ficou terrível), as já faladas limitações, os figurinos desnecessários (sempre tem) e um show escuro demais, principalmente quando paramos para ver que a turnê é baseada na ideia de um prisma. Mas vai ver taí o tal lado "dark" da nova era da cantora, né?