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Video Review: Taylor Swift quer ser pop, mas não sabe aonde se encaixar no clipe de 'Shake It Off'


Quando Taylor Swift deu os primeiros indícios do seu retorno com o sucessor do aclamado “Red”, muito especularam sobre o que a cantora, que há tempos deixou de fazer música country, nos traria. Mas, de certo, ninguém esperava que seu lançamento, por mais inesperado que fosse, soasse como o que ela nos apresentou em “Shake It Off”.

Lançada um pouco depois de um livestream no site Yahoo!, a nova música de Taylor Swift já chegou ao mundo com seu videoclipe, para o bem e para o mal. Na visão geral, isso é um perfeito material pop, com a cantora soltando versos sobre o que já disseram dela e como reage a isso, enquanto, visualmente, parece tentar encontrar o seu espaço neste cenário pop, indo dos clipes com bundudas fazendo twerk às coreografias mais convencionais, mas não se sente realmente confortável em canto algum.

Liricamente falando, “Shake It Off” é um completo regresso para a carreira de Taylor Swift. Em seu álbum anterior, a cantora veio repleta de singles bem pop e soube fazer isso mesclando a fórmula radiofônica com o seu lirismo convencional, o que nos rendeu hinos como “We Are Never Ever Getting Back Together” e “I Knew You Were A Trouble”, mas aqui encontramos versos como “haters gonna hate” e outras rimas que alcançam o ápice da obviedade, o que faz com que o lançamento perca alguns pontos, mas o segredo da canção ainda está em sua sonoridade, realmente inédita no seu histórico de canções até aqui, e em versos mais convincentes, como o que ela entoa “já namorei várias vezes, mas não consigo fazê-los ficar... pelo menos é isso o que dizem”.

De volta ao clipe, um dos seus principais elementos é o bom-humor, aqui mais utilizado para realmente ser engraçado do que sarcástico em si, mas não tem como assisti-la encarnando o papel de menina desajeitada sem nos lembrar que ela fez isso de uma maneira bem melhor em vídeos anteriores, como “You Belong With Me” e “Mine”. Mas na falta disso, ainda somos conquistamos pela dinamicidade da produção, que trabalha bem nesta variação de cenários e culturas, enquanto ela segue procurando um espaço que realmente se encaixe.

Pela internet, muitos também discutiram quanto à questão do racismo, por ela mostrar a parte ligada aos negros e hip-hop com os estereótipos preconceituosos, mas custamos a entender qual foi a parte ruim aqui, quando ela apenas reproduziu um cenário tão frequente em outros clipes do gênero, até de uma maneira irônica, como Lily Allen também fez há pouco em “Hard Out Here” e todos aplaudiram pela genialidade.



Por fim, a gente espera que o novo disco de Swift, “1989”, realmente oficialize a sua redenção ao pop, mas que ao menos faça isso com mais personalidade, pois isso sabemos que a moça tem de sobra.
disqus, portalitpop-1

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