Taylor Swift tem se tornado uma das maiores artistas pop para ficar de olho e isso não é de hoje. Com o disco “Red”, Swift reforçou o que já pensávamos quanto ao seu talento para videoclipes e, desde “We Are Never Ever Getting Back Together”, nos presenteou com uma série de ótimas produções, somadas às performances sempre tão excitantes em premiações e, claro, o fato dela não levar jeito algum pra ser qualquer outra coisa que não fosse ela mesma.
Desde dezembro do ano passado, acompanhamos mais e mais cantoras se desdobrando para fazer e acontecer enquanto apenas tentavam repetir o feito de Beyoncé que, pelo o que dizem, reinventou a forma de se lançar álbuns, mas quando Taylor começou a promover seu novo CD, intitulado “1989”, tudo o que vimos foi o bom e velho modo de se lançar discos e em sua melhor forma.
Introduzido ao público pelo single “Shake It Off”, o CD “1989” veio com a promessa de ser o primeiro material totalmente pop de Taylor Swift e, de início, tudo o que fizemos foi torcer o nariz para esta ideia. Não gostamos de quando essas artistas se dividem por gêneros, ainda que eles existam implicitamente, e sim de vê-las como artistas boas ou ruins, apenas fazendo música, e se em “Red” Taylor já havia se garantido no hall das divas pop, cada vez mais distante do título de cantora country, qual seria a grande novidade no “1989”?
Está certo. O número de ex-namorados da cantora nos últimos doze meses foi bem menor do que acompanhamos no ano retrasado e isso, por sua vez, poderia atrapalhar a divulgação do disco, preparado durante um período aonde ela não fez muita coisa além de amizade com a neozelandesa Lorde, mas não era de se esperar que o plano de torná-la algo propriamente pop daria tão certo e a ficha só foi mesmo cair quando, depois de “Shake It Off”, vimos nossos ânimos à flor da pele para tudo o que se referia ao seu novo CD.
“Out Of The Woods” e “Welcome To New York”, alguns dos buzz-singles do disco, foram muito bem recebidos pelo público, mas nossa surpresa mesmo ficou a cargo de “Track 3”, uma faixa que, na realidade, nunca existiu, mas por um suposto erro do iTunes, que mais soou como uma forma da própria gravadora testar os poderes de Taylor Swift, apareceu como um lançamento da cantora e, *booom*, atingiu em questão de horas o topo da parada do Canadá.
Não estamos falando de uma parada da Ásia, aonde Avril Lavigne e Lady Gaga ainda são hitmakers, mas de uma das principais potências do mercado atual, vizinha dos EUA, e uma faixa que, na prática, não passava de alguns zumbidos, sendo número um. Talvez isso nem seja lá tão impressionante, até porque hoje trocaríamos muita coisa que já foi número um por simples zumbidos, mas não deixamos de notar o fato de Taylor Swift estar sendo tratada como uma artista propriamente pop, justamente quando, aos pedidos de sua gravadora, se intitula como tal. Ainda que já a víssemos desta forma desde o CD “Red” ou, pra ser mais exato, o smash “I Knew You Were A Trouble”, aonde tínhamos a ex-cantora country se aventurando nas batidas do Max Martin e, veja só você, no dubstep.
A questão é que Taylor Swift tem conquistado uma estabilidade pop que não encontramos em qualquer esquina ou cantora. Katy Perry, que por muito tempo foi considerada uma incontestável hitmaker, até atrapalhando os planos de Lady Gaga e a sua tão sonhada revolução (art)pop, é uma das que tem sofrido para emplacar singles e, sua última empreitada, “This Is How We Do”, não conseguiu ir muito longe nem quando ela acertou no que mais elogiamos em toda sua carreira, os clipes. Mas Taylor Swift não. Ela fez de “Shake It Off”, uma canção quase que inexpressiva e com clipe medianamente convincente, um single número um e, no que depender do seu público, adeptos à comprar até zumbidos no iTunes, deverá ir muito mais longe e isso, por mais que seja muito positivo, afinal, queremos ver mais divas pop que queiram ser mainstream e, de fato, vendam, nos assusta.
Mas deixemos para ver até aonde esse fenômeno consegue alçar voo. Por ora, apenas compre “1989” no iTunes.