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Antes de tocar no Lollapalooza, Diplo entra em estúdio com Tropkillaz e MC Bin Laden e em entrevista, fala sobre apropriação cultural

Não é novidade pra ninguém que o Diplo ama o Brasil, né? O produtor já trabalhou com vários nomes brasileiros, incluindo Bonde do Rolê e a Banda Uó, e há alguns anos, chegou até mesmo a lançar uma mixtape de remixes para funks cariocas com participação de ninguém menos que a M.I.A. que, naquele tempo, era sua fiel escudeira.

Felizmente, agora que se tornou um dos caras do momento, tendo um caso com a Katy Perry, sendo amigo da Taylor Swift e entrando em estúdio com Madonna, Lorde, Sia, Britney Spears e vários outros nomes, Di-di-diplo não perdeu seu interesse pela música brasileira e aproveitou sua viagem ao Brasil por conta do Lollapalooza — ele se apresentará com o Major Lazer neste sábado, 28 de março — pra conhecer o pessoal do Tropkillaz, produtores de “Tombei”, da Karol Conká, e entrar em estúdio com eles e o MC Bin Laden. EITA.



Pra quem não sabe, MC Bin Laden é responsável por músicas como “Bololo Haha”, “Lança de Côco” e “Tchuplin, Tchuplin”, com clipes independentes que acumulam milhões de exibições pelo Youtube. As produções, entretanto, chamam mais a atenção pelo tom bem humorado que qualidade em si, olha só:



Mas o Diplo adorou! Numa conversa com o site Thump, da Vice, o produtor afirmou que conheceu o trabalho do MC Bin Laden por intermédio do Zegon, um amigo de longa data e produtor de funk e hip-hop no Brasil, e que teve uma reação semelhante a primeira vez que escutou Bonde do Rolê. Ele também brincou sobre o funkeiro brasileiro provavelmente não conhecer o seu trabalho, RS.
“Eu não sei se o Bin Laden sabe quem eu sou. Espero que sim [risos]. Eu o conheci por intermédio do Zegon. Há um tempo, ele me mandou umas músicas dele e do MC Brinquedo. Eu sempre procuro saber o que acontece no Brasil, é importante pra mim” explicou Diplo. “O Bin Laden é incrível. Especialmente o estilo dos seus vídeos, fiquei bem empolgado quando vi. Ele é autoconsciente, consegue transformar a pegada tradicional do baile funk em algo bem original. É como quando eu ouvi Bonde do Rolê pela primeira vez. Eles não eram funkeiros, mas conseguiram fazer uma coisa particular e interessante a partir do ritmo. Eu acho legal encontrar pessoas que conseguem tirar a música do contexto tradicional”, completou.


Na mesma entrevista, também questionaram o produtor quanto às acusações de apropriação cultural, uma vez que trabalha com artistas das mais diferentes nacionalidades e, na maioria das vezes, incorpora algo da cultura deles em sua música. Seu último clipe com o Major Lazer, por exemplo, coloca o produtor e seus companheiros de trabalho dentro do contexto cultural indiano, enquanto dançam e se divertem em meio aos símbolos e visual tradicional do local. 



A resposta de Diplo foi que ele faz isso desde os treze anos e cresceu vivenciando esse misto cultural, de forma que não conseguiria evitar isso, além de, obviamente, precisar vender:
“Eu tenho feito isso por muito tempo. Eu trabalho com todo mundo. As pessoas esperavam que eu ainda estivesse na Flórida? Fazendo música country ou Miami bass?”, questionou. “Eu sempre fui atraído pela fusão de culturas, eu cresci vendo isso. Por exemplo, eu conheci o Zegon em 2003 e ele também já misturava música aqui do Brasil com hip hop. O próprio baile funk começou misturando samba com Miami bass. Tudo é uma questão de paixão pela música. Eu acho que hoje todos pertencemos a um só grupo. Uma geração que faz música sem nenhuma regra. E além disso, precisamos vender nossa música pra fazer dinheiro. A gente tem filhos, pensão pra pagar, isso custa caro pra porra!”
Dinheiro’s in everywhere.

Falando para a mesma publicação, MC Bin Laden confessou que, de fato, não conhecia o trabalho de Diplo, mas se mostrou animado em ter suas músicas reconhecidas por um produtor famoso: 
“Infelizmente eu não sei nada sobre o Diplo. Muita gente pode até me julgar, me chamar de funkeiro burro, mas não é assim. A gente faz nosso trabalho pra comunidade, pra sustentar nossa família, tá ligado? Graças a Deus nosso trabalho tá sendo reconhecido lá pra fora. Tamo aí com um dos maiores produtores mundiais, e graças a oportunidades assim a gente acaba conhecendo outras pessoas, outros tipos de música”, explicou o funkeiro. “Pra mim é uma satisfação. Ver que o nosso funk, que era só uma coisa fechada, pra comunidade, tá agora se expandindo pro mundo inteiro é muito gratificante.”
Aparentemente, a parceria de Diplo com Tropkillaz e MC Bin Laden deve integrar um dos novos álbuns do Major Lazer, que lançará na metade do ano o CD “Peace Is The Mission” e, em novembro, outro disco de inéditas. Bem que podia rolar uma parceria com a Karol Conká também, hein? Paralelamente ao trio, o produtor também se dedica aos trabalhos com Skrillex no duo Jack Ü, que lançou neste ano seu disco de estreia, com participações de Kiesza, Missy Elliot, Justin Bieber e outros.



MANDA MAIS, DIPLO, ESTAMOS ACHANDO POUCO!
disqus, portalitpop-1

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