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Asian Round-Up: Kyary, Rainbow, Flower com Little Mix e mais atos asiáticos melhores que sua favorita nessa semana

Se vocês já não sabiam, fiquem sabendo agora: quando o assunto é pop, tudo na Ásia é intensificado. Da frequência de lançamentos (um ano de pop asiático equivale a sete anos de pop ocidental, igual vida de cachorro) ao número aceitável de integrantes dentro de um grupo, tudo é exagerado e o que é considerado aceitável na Ásia acaba parecendo uma paródia para o olhar ocidental não treinado. E isso é algo totalmente compreensível, claro. Mas ainda assim eu peço que você baixe sua guarda por meia hora, pra ver que Coreia, Japão, Taiwan e até Tailândia são capazes de te divertir tanto quanto qualquer britânica ou americana mainstream.

E se você curte girlbands ou boybands, a Ásia se torna uma obrigação, já que hoje elas fazem mais sucesso por lá do que em qualquer outro lugar. Então ver Little Mix no Japão se engraçando com Flower (uma sub-unit das E-Girls focada em bondage lésbico e midtempos introspectivas) é algo totalmente coerente. Afinal, Little Mix vem planejando se expandir no mercado asiático desde que lançaram versões alternativas em coreano e japonês de “Wings”, numa clara tentativa de espelhar o sucesso alcançado por One Direction na Ásia e encher o rabo. de. dinheiro (eles já venderam 700 mil álbuns no Japão, pensem nisso). Com vocês, “Dreaming Together”:


Eu poderia ficar hating no resultado final por ser básico, mas minhas expectativas para esse negócio estavam tão no chão que acabei gostandozinho da coisa toda. Tem mais cara de música tema motivadora de anime do que de motherfucking jam da noite, mas isso não é necessariamente um problema. O único problema nessa coisa toda é isso aqui mesmo:



Perrie e Reina (a Nicole Scherzinger do Flower que canta tudo enquanto as outras fazem espacates em volta dela) têm basicamente a mesma idade, então por que a gata do Flower está easy, breezy and beautiful e Perrie parece Elke Maravilha? Eu digo qual a razão: essa maquiagem pesadíssima que enfiaram nas Little Mix envelheceu as quatro em uns dez anos. Se eu fosse elas processava os responsáveis, já que a tentativa de expandir sua fanbase e relevância no Japão definitivamente não vai ser tão bem sucedida se as quatro parecerem soccer moms.

Outra japonesa digna de nota essa semana foi a elusive chanteuse Kyary Pamyu Pamyu, que após quase um ano sem lançar um single está de volta com “Mondai Girl”, humilhando Mariah, Ariana e todas as outras que não possuem um alcance vocal tão poderosíssimo quanto o dela:


Muita gente compara kyary com aquela moça lá que cantou Noviça Rebelde no Oscar, mas me digam: aquela moça por acaso tem a audácia de abrir seu single de dance-pop-infundido-com-disco com um sample do battle theme de Final Fantasy IX? Ela tem a audácia de fazer cosplays arrebatadores de Legalmente Loira, Astronema E UM TRIÂNGULO para o clipe? Não, ela não tem. E isso tudo está só no preview do clipe (os editores dela não conseguiram terminar essa lambança a tempo pro lançamento), porque com certeza na versão completa ainda teremos kyary cagando na sua competição com o polêmico vestido branco e dourado. Aguardem e verão. <3

Deixando o Japão de lado e indo para a Coreia, vocês já viram aqui no It Pop que os balzaquianos do Shinhwa lançaram um single ótimo recentemente, assim como o VIXX, uma boyband rookie que de fato merece reconhecimento. O que vocês não viram foi que Rainbow, uma girlband que eu honestamente achava que estava morta (elas não lançavam nada tinha dois anos, e enquanto isso no ocidente é de boa, na Ásia significa que sua carreira está acabada), voltou para salvar o pop com “Black Swan”.


Essa é honestamente a minha faixa favorita do ano até aqui, com um arranjo incrível e com uma estrutura arriscada e que te engana tantas vezes que a sensação ao final é o mesmo atordoamento que as integrantes descrevem estar sentindo na letra, que serve Natalie Portman em Cisne Negro realness. Isso sem contar o clipe, tremendamente sombrio e elegante. Boa sorte pras outras girlbands esse ano, elas vão precisar. Masssssss se mulheres expondo sua sexualidade não é sua praia, LOVELYZ está de volta para purificar toda a sujeira do k-pop com sua angelical beleza e pura inocência (destaque pro TÊNIS DE SALTO ALTO de uma das gatas):


Uma pena que a integrante delas que foi acusada de ser uma lésbica estupradora amante de plugues anais e que fez sua ex-namorada perder o emprego ainda esteja internada após não conseguir lidar com os boatos sobre sua pessoa, não fazendo parte desse lançamento (e sim, tudo o que eu acabei de dizer de fato foi veiculado pela mídia coreana).

Por fim, em Taiwan Jolin Tsai ainda não está satisfeita após ceifar os apliques de 80% de todas as supostas divas da Terra, já que ela acabou de relançar seu álbum celestial de 2014, “PLAY”, que agora se chama “rePLAY” e vem com um DVD especial com todos os videoclipes confrontantes que ela lançou nos últimos meses. É sério, ninguém mainstream ousaria lançar metade do que ela lançou pra esse álbum. Veja Jolin jogar a gênero normatividade no lixo em “Gentlewomen”:


E depois veja ela criticar comentadores da internet, o culto ao corpo, hipsters pedantes e pseudo celebridades em “PLAY”, o lead single do álbum. Os clipes de sua favorita não sobreviverão à comparação. Agora não sejam preguiçosos e assistam a pelo menos uns dos dois clipes aí porque todos tão valendo a pena. E se ainda assim você achar tudo uma merda, tudo bem. Ao menos eu tentei. É isso, até qualquer outro dia.

Bruno Carvalho é do blog Asian Mixtape e, aqui no It Pop, nos mostrará o melhor da música asiática em geral. Com uma dose de bom humor, como deve ser. Certifique-se de não deixar uma só dica do cara passar, tá? E falando em passar, aproveita pra dar uma passadinha no blog dele, que é super legal (não foi ele quem escreveu esse rodapé, juro)! :D
disqus, portalitpop-1

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