Há tempos reclamamos aqui no blog sobre o quão decepcionante os filmes de terror têm sido e o quão despreocupados os produtores, diretores e roteiristas demonstram estar, não buscando inovar. A grande preocupação de hoje é trazer nomes conhecidos e, as vezes, realmente relevantes, que tenha conseguido algum grande feito no passado, ou tenha reinventando uma antiga fórmula recentemente. "Renascida do Inferno" carrega nomes de peso, seja no elenco ou na produção, mas seria isso necessário para um grande filme de terror?
Em "Renascida do Inferno", um grupo de médicos - liderado pela Doutora Zoe (Olivia Wide pós-"House" rs) - busca uma maneira de trazer os mortos de volta à vida, através do soro Lázaro. Porém, ao "brincarem de deuses", nada ocorre como esperado. Começando pelo cachorro que eles trazem de volta à vida, que apresenta um comportamento estranho. Tudo chega ao extremo quando acontece um acidente durante um dos testes e Zoe morre, fazendo com que seu amante (Mark Duplass) traga ela de volta com auxílio do soro. Entretanto, nossa protagonista passa a ser a grande antagonista daqui.
Logo que topamos com o seu maravilhoso cartaz e trailer, já sabíamos que "Renascida do Inferno" era um longa para ficarmos de olho, podíamos ter um dos grandes potencias de 2015. Nunca fizemos um papel de trouxa tão grande. Novamente refletimos com aquela velha lição: de que adianta um trailer bem montado e posters chamativos quando acaba sendo entregue um "Annabelle"?
O longa de David Gelb cria o embate entre dois pontos: religião e ciência. Em certo momento, temos um breve diálogo evocando a discussão, com o lado científico comandado por Mark Duplass, e o lado religioso defendido pelo personagem de Olivia Wide. O questionamento se aquece ali, e (quase) perde o fogo no decorrer do filme. Em diversas cenas a fé prevalece, mas em outras as bases científicas tomam conta, não dando uma real explicação aos acontecimentos. Não é tomado um (real) partido, há uma unificação dos dois, criando algo confuso.
Logo que topamos com o seu maravilhoso cartaz e trailer, já sabíamos que "Renascida do Inferno" era um longa para ficarmos de olho, podíamos ter um dos grandes potencias de 2015. Nunca fizemos um papel de trouxa tão grande. Novamente refletimos com aquela velha lição: de que adianta um trailer bem montado e posters chamativos quando acaba sendo entregue um "Annabelle"?
O longa de David Gelb cria o embate entre dois pontos: religião e ciência. Em certo momento, temos um breve diálogo evocando a discussão, com o lado científico comandado por Mark Duplass, e o lado religioso defendido pelo personagem de Olivia Wide. O questionamento se aquece ali, e (quase) perde o fogo no decorrer do filme. Em diversas cenas a fé prevalece, mas em outras as bases científicas tomam conta, não dando uma real explicação aos acontecimentos. Não é tomado um (real) partido, há uma unificação dos dois, criando algo confuso.
Além da premissa de "brincar de deus", usada para guiar o longa, "Renascida do Inferno" se apoia em uma das mais batidas ideias de como se representar o inferno. Em várias mídias, o inferno é apontado como uma espécie de momento, um fato marcante e ruim que acontece na vida de algum indivíduo, repetindo-se incansavelmente, um looping infinito. Outro ponto que o longa reaproveita, é a questão do tempo no inferno ser diferente do mundo dos humanos, anos por lá passam por questão de segundos por aqui. Por fim, a terceira e última ideia, é a mais sutil. Lembram-se dos momentos finais do quase-ruim "O Grito 3"? Tudo se repete em "Renascida do Inferno", porém de sua maneira, conseguindo criar um bom (e surpreendente) twist nos segundos finais. Procura-se originalidade, mande um email para gente caso encontre.
Outra questão a ser elevada, é que o filme não consegue decidir seu protagonista. Temos cinco personagens, dois deles se candidatam a vaga, mas um terceiro (e secundário) consegue, aparentemente. Em primeiro momento, é claro, temos Zoe como foco, mas então ela se torna nossa antagonista. Seu marido, depois de tais acontecimentos, é chamado para preencher a vaga. MAAAS, uma terceira personagem que surge como a "fora da caixa" - a guria é chamada para documentar em vídeo os testes com o soro -, ganha tal posto no último ato do filme. A escolha de protagonista não é o último problema envolto ao elenco, dois personagens da gama principal servem apenas como enchimento e acabam sendo mal aproveitados.
Enfim, "Renascida do Inferno" procura reaproveitar diversas ideias, mas se perde com uma simples e grotesca execução. O longa se apoia em nomes de peso no elenco, mas não sabe aproveitá-los devidamente e não encontra seu protagonista em seus quase 90 minutos de duração. Apesar de diversos pontos negativos, o filme diverte os mais desatentos aos detalhes e quem quer apenas levar alguns bons sustos.
Outra questão a ser elevada, é que o filme não consegue decidir seu protagonista. Temos cinco personagens, dois deles se candidatam a vaga, mas um terceiro (e secundário) consegue, aparentemente. Em primeiro momento, é claro, temos Zoe como foco, mas então ela se torna nossa antagonista. Seu marido, depois de tais acontecimentos, é chamado para preencher a vaga. MAAAS, uma terceira personagem que surge como a "fora da caixa" - a guria é chamada para documentar em vídeo os testes com o soro -, ganha tal posto no último ato do filme. A escolha de protagonista não é o último problema envolto ao elenco, dois personagens da gama principal servem apenas como enchimento e acabam sendo mal aproveitados.
Enfim, "Renascida do Inferno" procura reaproveitar diversas ideias, mas se perde com uma simples e grotesca execução. O longa se apoia em nomes de peso no elenco, mas não sabe aproveitá-los devidamente e não encontra seu protagonista em seus quase 90 minutos de duração. Apesar de diversos pontos negativos, o filme diverte os mais desatentos aos detalhes e quem quer apenas levar alguns bons sustos.