Como prometido, chegou a hora de dar uma passada pelo que os japoneses têm lançado de bom nesses últimos tempos. E acho que não existe maneira melhor de se começar do que com o duo que estreou nesse dia 15, Young Juvenile Youth. Ele é formado por uma hipster aí (Yuki) e o produtor dela (JEMAPUR), e o que os dois entregam nesse debut é absolutamente incrível:
A batida minimalista e o vocal dela casam tão bem com a cabeça girando e porras loucas acontecendo no clipe que mesmo a coisa toda sendo low budget ela se torna instantaneamente memorável. É o tipo de clipe que fica na memória e te deixa abobado por ninguém ter pensado nisso antes. Björk deveria abrir o olho, é só o que eu digo pra ela. Mas Björk não é a única a precisar pegar uma passagem pro Japão pra apagar sua competição nipônica, o povinho do indie rock também deve fazer o mesmo:
Eu curto um indie rock levinho e pedante tanto quanto qualquer um, então quando Imagine Dragon e Kodaline lançaram dois álbuns inespecíficos mês passado, eu fiquei tão desgostoso que voltei meu olhar para a Ásia procurando pelo que esses pedantes não conseguiram me entregar. Daí eu descobri esse Alexandros e fiquei realmente surpreso com o som deles, que de fato era o que eu queria ouvir e ainda trazia em seu clipe uma gata usando uma peruca que eu achei só existir em Gundam. Pegando a deixa do rock e indo na direção do metal farofa, temos o encontro do Sandaime J Soul Brothers (uma das maiores boybands no Japão hoje) com o Slash:
A combinação no papel é ridícula, mas a execução inspirada em Mad Max está excelente. Sem contar que rola um tiozinho seboso com bigodinho de taxista oversinging enquanto dois tornados perigosíssimos giram atrás dele. /o/ Boybands irrelevantes feito One Direction jamais conseguiriam em comparação. Passando das boybands para girlbands, vale destacar que Perfume, o trio de mocreias mais imaculado do synthpop, está com single novo depois de escalpar metade do Texas com sua apresentação no SXSW:
Pick Me Up é o que acontece quando a visão ocidental de EDM bate de frente com a maneira japonesa de se fazer synthpop. O refrão é evocativo de Avicii e Calvin Harris, com um toque distintamente de Yasutaka Nakata (o produtor delas). A faixa combinada com a coreografia impecável e o clipe fumadíssimo e sem sentido algum é uma total vencedora, e caso ela estivesse em inglês eu acho que nem o mais redneck dos americanos sentiria estranhamento caso isso tocasse no rádio... não posso dizer o mesmo de outra cria de Yasutaka Nakata, uma tosca que debutou no fim de março com um single que narra como ela se sentiu ao cortar a franja demais:
É inegável que essa mina (Natsume Mito o nome) é tosquíssima. Mas é triste ver como ela está tentando ser adorável e bonitinha sem ter a menor ideia de como fazer isso. Ela é tão inofensiva e tosca que isso te desarma e você acaba curtindo a coisa toda por pena. Ao menos foi isso que aconteceu comigo. Eu estava totalmente pronto pra arrastar essa quenga na lama, mas após assistir as quase DEZ VERSÕES DIFERENTES DO CLIPE no youtube, eu acabei amando a música e a tosquice inata dela. Não me entendam errado, isso é ruim pra cacete, mas é o meu tipo de ruim. Vai, tosca. <3
Fechando com mais uma solista japonesa (e uma que todos vocês devem conhecer já), temos Koda Kumi, que conseguiu seu DÉCIMO ÁLBUM NÚMERO UM recentemente no Japão. E não se enganem, a popularidade dela erodiu quase tão rápido quanto a de Lady Gaga, é só que Koda é o Adam Lambert japonês e sempre escolhe estrategicamente as semanas certas para lançar suas merdas, garantindo primeiros lugares com recordes históricos negativos de vendas. Isso obviamente faz dela mais icônica do que sua favorita e esse último single dela piranhando numa garagem dizendo LAQUI LAQUI ao invés de "Like It" está gostosinho, então ponto pra ela. E é isso, gente. Até mais um Asian Round Up!
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