Há um bom tempo nós não passávamos por uma divulgação tão pesada quanto a do clipe de "Bad Blood". Em tempos onde Lady Gaga, a rainha do marketing e dos videoclipes, está distante do mercado, Taylor aproveitou para ter certeza de que todo mundo iria ao menos ouvir falar do seu novo clipe (deu tão certo que ela quebrou o recorde da VEVO e tem agora o clipe mais assistido em 24h da plataforma). Foram nada mais nada menos que DEZOITO pôsteres, um para cada personagem do clipe. E não foram quaisquer personagens: todas estrelas amigas de Taylor. Vamos à lista: Lily Aldridge, Zendaya, Hayley Williams, Gigi Hadid, Ellie Goulding, Hailee Steinfeld, Lena Dunham, Karlie Kloss, Serayah McNeil, Jessica Alba, Martha Hunt, Ellen Pompeo, Mariska Hargitay, Cara Delevigne, Cindy Crawford, Selena Gomez e Kendrick Lamar.
Você deve ter notado que o Kendrick Lamar é o único homem no meio de todo esse estrogênio. É porque a versão do single foi alterada num remix onde o rapper retira os versos de Taylor para colocar suas rimas, dando toda uma pegada forte à canção e ao clipe, uma ode bem pussy power.
"Bad Blood" conta a história de Catastrophe (Swift) e Arsyn (Selena Gomez), duas amigas que tentam recuperar uma maleta com um bando de brutamontes. Quando conseguem derrotar todos, Arsyn trai Catastrophe, rouba a mala e a joga pela janela, começando então um círculo de vingança de Cat, que, com a ajuda de um exército, vai lutar contra Arsyn. Assim como em "Telephone" da Gaga & Beyoncé, "Bad Blood" traz o tema vingança de forma estilosa, pop e, claro, com Tarantino no meio.
Já na primeira cena temos referência ao filme "Kill Bill" do Tarantino. Os brutamontes que as protagonistas derrotam estão mascarados como os vilões que lutam com Uma Truman. Logo depois, Arsyn abre um pó compacto e assopra no rosto de Cat, cegando-a. Aqui é uma cena clássica de "O Grande Dragão Branco" onde o adversário de Jean-Claude Van Damme numa luta joga areia no seu rosto. Só que com Taylor a coisa é feminina e, claro, pop. E quando Cat é jogada pela janela? A cena é uma referência gritante ao filme "Watchmen", mais especificamente quando o Comedian é morto - até a câmera lenta, o fundo e os reflexos dos cacos são similares. Só que Cat não morre; cai com tudo em cima de um carro, numa cena beeeem parecida com um trecho do clipe de "Unconditionally" da Katy Perry.
Daí pra frente é o processo de recuperação de Cat e o treinamento para sua vingança. E as referências pipocam a todo o segundo: a roupa de látex branca de "O Quinto Elemento", os trigêmeos de "Minority Report: A Nova Lei", o carro invisível de "007: Um Novo Dia Para Morrer" e "Jogos Vorazes", principalmente, com a sala de treinos sendo muito parecida com a do filme, inclusive com as mesmas armas.
Mais adiante, ainda nos treinamentos, a atual Sra. Harris traz Hayley Williams dando um mortal no mesmo estilo que o Peter Parker faz em "Homem-Aranha", incluindo as lâminas sendo atiradas. E, usando referência mais atual, o filme "Divergente" dá uma luz na cena de boxe.
Perto do fim, temos as motocas gigantes e luminosas de "Tron", referência absoluta em filmes do gênero, e o combate é a cara dos filme "Machete", com suas explosões sem sentido só pelo climão e nossas garotas perigosas partindo pra luta.
Mas a referência que mais chamou a atenção foi à do clipe de "Toxic" da Britney. Taylor vai - literalmente - dar na cara da Selena usando uma peruca vermelha e muito lápis de olho, parecidíssimo com a invasão de Britney em seu clipe. O motivo é óbvio: "Bad Blood" foi dirigido por Joseph Kahn, o mesmo diretor de, opa!, "Toxic". Ao que parece ele tem um fetiche por loiras em perucas vermelhas (Britney também repetiu em "Womanizer", do mesmo diretor).
Alguém notou como o clipe quase não repete suas cenas? Todos os segmentos são filmados em partes e colocados no decorrer da música, ou seja, eles não filmaram cada parte com a música inteira, facilitando na hora da edição, e sim parte por parte, o que é dificílimo e mostra uma organização incrível, só possível graças à direção de Kahn, cada vez mais um dos grandes nomes de referência em videoclipes.
Usando e abusando da criatividade, Taylor Swift mais uma vez orquestrou um clipe fenomenal, só enriquecido pelo uso genial das referências - e aqui nem tem todas, cada assistida surge um momento novo ("Sin City", "Akira", "X-Men"...). O excesso de personagens parecia um problema para a curta duração, mas a direção firme, a edição ágil, os efeitos-especiais de ponta e a nova versão da música conseguem montar um todo épico, inesquecível e que, além de já tem um lugarzinho guardado na grande estante da música pop (VMA que se cuide), é um produto para fãs de música, geeks amantes das mais diversas referências e viciados em filmes de ação. Achamos lastimável que band-aids não curem buracos de balas porque levamos um monte de tiros.
Usando e abusando da criatividade, Taylor Swift mais uma vez orquestrou um clipe fenomenal, só enriquecido pelo uso genial das referências - e aqui nem tem todas, cada assistida surge um momento novo ("Sin City", "Akira", "X-Men"...). O excesso de personagens parecia um problema para a curta duração, mas a direção firme, a edição ágil, os efeitos-especiais de ponta e a nova versão da música conseguem montar um todo épico, inesquecível e que, além de já tem um lugarzinho guardado na grande estante da música pop (VMA que se cuide), é um produto para fãs de música, geeks amantes das mais diversas referências e viciados em filmes de ação. Achamos lastimável que band-aids não curem buracos de balas porque levamos um monte de tiros.