Provavelmente, você já deve estar
sabendo que no último domingo, a cantora Anitta trouxe um prêmio, até então,
inédito para o Brasil. Mesmo concorrendo com importantes nomes da música
latina, nossa representante brasileira conquistou o prêmio na categoria
“Worldwide Act: Latin America” durante o EMA 2015. E o que a gente deve fazer quando recebe um
prêmio? Agradecer. Mas é preciso refletir também. E foi exatamente isso que a
Anitta provocou dentro de nós nos últimos dias.
Desde a sua mega exposição no
cenário nacional com o hit “Show das Poderosas”, Anitta demonstra sua vontade
de trabalhar pra marcar seu nome na história da música nacional. Ela divulga em
todos os programas de TV que você possa imaginar; ensaia; interage com os fãs
nas redes sociais; faz shows; visita as rádios; sai em capa de revista; flerta
com os boys ao vivo (a gente ama quando ela faz isso) e ainda tem tempo de
lançar um hit atrás do outro.
Se a gente olhar bem de perto,
vai conseguir entender que não é só por esse prêmio que a cantora merece os
créditos por estar trazendo algo, até então, inédito pra gente. Já vimos movimentos
bem parecidos da Wanessa, por exemplo (aliás, estamos ansiosos pra saber o que
será dessa nova Era – não nos decepcione, por favor), mas Anitta foi mais
fundo: bebeu da mesma fonte dos grandes nomes da música pop mundial e resolveu
aplicar tudo isso aqui, pra gente, no nosso mercado nacional. Quer entender?
Acompanha só!
Para promover seu mais recente
disco, o “BANG”, Anitta lançou um primeiro single chiclete e que, imediatamente,
grudou em nossas cabeças e nas rádios pelo Brasil. Para a capa do single e para
o clipe da canção, Anitta vestiu Moschino, uma das marcas queridinhas por Katy
Perry, Rita Ora, Madonna e Miley Cyrus.
Mas, felizmente, não parou por ai.
Anitta guardou muito mais surpresas pra esse disco e convocou o diretor de arte
Giovanni Bianco (o mesmo da Madonna – olha ela ai de novo) para criar a arte do
CD, dirigir o vídeo clipe da música e mergulhar de vez no universo pop de
qualidade.
Além disso, a popstar (já podemos
te chamar assim, né?) desenvolveu uma ação nas redes sociais para escolher o estado brasileiro que assistira, com exclusividade, ao clipe do novo
single um dia antes do lançamento nacional. Com todo o buzz gerado pela ação e
pela animação da cantora com o projeto, ficamos com a certeza de que Anitta
estava preparando um tiro certo pra gente.
Nos dias seguintes, só se
escutava o bang da hitmaker: na internet, nos programas de TV e nas rádios. Mediante
a esse furação, veio uma outra campanha, a #ViradaBANG, que pedia aos fãs que assistissem
ao vídeo da canção quantas vezes pudessem. Se a Rainha pediu, a gente atende:
Anitta quebrou o próprio recorde e alcançou a marca de 1 milhão de visualizações
em apenas 6 horas, mostrando que está sabendo utilizar – e muito bem – o poder
da interatividade com os seus fãs.
Dias depois, mais um tiro
certeiro. Pudemos escutar o “BANG” pela primeira vez e já ficamos com a
sensação de que esse é o disco mais bem produzido da cantora. Ainda que as
letras girem em torno da mesma temática, as produções estão carregadas de
referências internacionais, mas com as (deliciosas) batidas brasileiras,
deixando essas músicas prontas para se tornarem hits nas rádios. Se a gente
pudesse mandar um recado direto pra Anitta, só pediríamos pra ela mergulhar de
vez na a linha urban de “Gosto Assim (feat. Dubeat)” e “Sim (feat. ConeCrew)” e
apresentar um CD com uma sonoridade um pouco mais coerente entre si (mesmo que
a gente entenda a estratégia de ter diferentes estilos no mesmo disco). Seria
um tiro pra deixar a gente no chão por um bom tempo.
No mesmo dia em que ganhou seu
prêmio internacional e mandou um recado pra geral lá na gringa, a cantora fez a
primeira apresentação do single no palco Domingão do Faustão. Figurino certo.
Coreografia certa. Música certa. Uma pena que a produção do programa ainda não
tenha feito como a Anitta e mergulhado nas referências internacionais. O
programa precisa pensar com cuidado na produção dessas apresentações e investir
num palco e numa estrutura exclusiva para os artistas. Poderia ter sido épico,
mas o Brasil perdeu a oportunidade de vivenciar isso. Mas temos a certeza que
seria, se tivessem dado a oportunidade pra cantora lá no palco do EMA. Anitta
teria dado o tiro mais bem sucedido entre todas que já tentaram uma carreira
internacional.
Mas a gente tá cheio de
esperanças. Afinal, agora a gente já sabe que quando a Anitta quer, a Anitta
consegue. É só ter calma. Ela vai terminar de conquistar o Brasil pra depois
deixar muito gringo babando por ela. Boa sorte, Anitta. Representa a gente e
traz mais esse prêmio pra cá! <3