Seis estranhos (três homens e três mulheres) são convidados para morar em uma casa luxuosa em Tóquio por 18 semanas. Diferente da franquia Big Brother, aqui os jovens de 20 e poucos anos não ficam confinados, tampouco disputam semanalmente a permanência na casa entre provas de comida, liderança ou imunidade. Muitíssimo pelo contrário. Todos seguem com seus estudos e trabalhos, podendo sair do programa a hora que preferir. Em caso de “desistência”, outra pessoa do mesmo sexo assume o seu lugar. O ciclo continua até o fim do período estipulado. Ah… e qual o prêmio? Nada que você possa colocar em uma conta bancária.
Em um cenário de reality shows onde pessoas criam personagens ambiciosos e calculistas, Terrace House se destaca simplesmente por deixar pessoas serem pessoas. Cada episódio, de aproximadamente 30min, é o resumo de uma semana na vida dos moradores. Não existe apresentador ou uma voz que ecoa pela casa. Bem melhor que isso. Um dos pontos fortes do programa é uma espécie de aftershow (inserido entre blocos), onde um painel de celebridades comenta eventos que acontecem na casa e fora dela.
Não tem essa de edição ou roteiro (até onde se sabe), até porque os participantes não são blindados de nada. Ou seja, o programa vai ao ar no Japão enquanto a temporada ainda é gravada… e todos da casa tem acesso à TV e redes sociais.
Apesar de todos serem solteiros, cada um decide entrar na casa com um objetivo particular (namorar, fazer amigos, se descobrir…). É óbvio que conflitos existem, mas a ausência de storylines hiper dramáticas forjadas é o que torna o programa tão próximo da nossa realidade. Em um primeiro momento, pode parecer maçante, mas uma vez que você chega ao terceiro episódio, logo se vê fascinado em conhecer a cultura japonesa através da interação de seis “não-personagens” relativamente comuns. E quando alguém decide partir vem aquela tristeza, mas também a ansiedade em conhecer uma nova pessoa, um novo mundo. É doloroso, encantador e devastadoramente humano.
O mais bacana de Terrace House é que, apesar da falta de familiaridade com uma cultura estrangeira, é possível identificar traços como impulsividade e compaixão, que ultrapassam fronteiras e fazem tão parte de nós como seres humanos. O gênero reality show, teoricamente, carrega essa premissa, mas foi só depois de décadas que um programa conseguiu tal feito, finalmente.
As duas temporadas de Terrace House: Boys & Girls in the City, produzidas pela Fuji TV em parceria com a Netflix, se encontram disponíveis no catálogo brasileiro do serviço de streaming. No próximo dia 24, também estreia por aqui a primeira parte de uma nova temporada situada na ilha de Oahu, no Havaí.
As duas temporadas de Terrace House: Boys & Girls in the City, produzidas pela Fuji TV em parceria com a Netflix, se encontram disponíveis no catálogo brasileiro do serviço de streaming. No próximo dia 24, também estreia por aqui a primeira parte de uma nova temporada situada na ilha de Oahu, no Havaí.