Mesmo com o sucesso de "O Chamado", um sequência chegou aos cinemas somente três anos depois. Público e crítica adoraram o primeiro filme, com a nova produção não poderia ser diferente, mas foi. A bilheteria teve uma arrecadação inferior, o público e a crítica especializada fazem de conta que esta sequência nem existe. Nosso palpite, é que até mesmo "O Chamado 3" não considere o segundo, mas isto é assunto para outro post.
Throwback Review | "O Chamado" é o maior remake que você respeita e morre de medo
Throwback Review | "O Chamado" é o maior remake que você respeita e morre de medo
Infelizmente, "O Chamado 2" não é um remake de "Ringu 2", porém segue a mesma linha, ou quase isso. "Ringu 2" cria uma nova história, ignorando por completo o segundo livro de Koji Suzuki. "O Chamado 2" ignora ambos e pega um dos temas mais enlatados de Hollywood: possessão. Hideo Nakata, de "Ringu", é quem comanda a direção. Naomi Watts e David Dorfman retornam para os seus respectivos papéis.
O único e grande problema de "O Chamado 2" é o roteiro. Ehren Kruger, que também roteirizou "O Chamado", não sabe aproveitar as pontas soltas deixadas para trás. O primeiro longa termina sugerindo que a fita se espalharia como um vírus e, de fato, começamos com algo similar na sequência, porém de um modo bem preguiçoso, resumido em uma única fala. Entretanto, é válido ressaltar que a produção é acompanhada de um curta chamado "Rings", que serve de base para "O Chamado 3" e que ajuda a esclarecer dois pontos.
O primeiro deles é o fato de que a fita se espalhou por todo o mundo. No curta, acompanhamos um grupo de amigos que tem um sistema para que ninguém morra após ver o vídeo. Porém, mais tarde, descobrimos que o sistema é maior, com direito a site, no qual o objetivo é registrar os 7 dias, buscando capturar imagens da Samara. No mais, o curta mostra que a Samara se manifesta de modos diferentes para cada pessoa. Enquanto o segundo ponto esclarece que a maior contorcionista que você respeita já estava atrás de Rachel há muito tempo.
Como falamos, "O Chamado 2" é um filme de possessão, e apesar do roteiro de Kruger não ser tão efetivo nos pontos anteriores, ele consegue justificar Samara voltando atrás de Rachel e Aidan. Samara se apegou a Rachel, da maneira mais bizarra, claro. Ela não volta por vingança, e sim por enxergar Rachel como a figura de uma mãe que nunca teve, uma mãe que se preocupa. O único modo de conseguir esta mãe tão desejada seria possuindo o corpo de Aidan. É bizarramente fofo. Pontinho pro roteiro.
Novamente, Samara é humanizada. Os flashbacks do primeiro filme surgem com o objetivo de transformar Samara em uma vítima, e conseguem com firmeza transmitir este ponto. Entretanto, para Kruger e Nakata isto parece não ter sido suficiente, ao ponto de cavucar ainda mais o passado da demoniazinha.
Finalmente conhecemos sua mãe biológica, e ela não serve para coisa alguma. Tudo bem, ela surge para justificar Samara e seus poderes, mas tudo é explicado de maneira tão superficial que seria melhor deixar o mistério no ar. Até mesmo para esclarecer que os mortos não dormem soa desnecessário. Aidan bate o martelo neste ponto desde o primeiro filme.
Se o terror em seu antecessor só surge no último ato, neste ele é quase inexistente. Porém diferente do primeiro, aqui isto se torna um problema. As cenas que gritam por um terror são muitas, mas não funcionam. O espectador tem empatia suficiente para não sentir medo de Samara mais. O espectador agora está sedento por querer saber o motivo pelo qual Samara retornou para os Keller, algo que traz um excelente suspense.
Mesmo com inúmeros problemas de roteiro, "O Chamado 2" é uma boa pedida para aqueles que querem um gostinho adicional de Samara em sua vida. É interessante o modo como a demoniazinha se relaciona com Rachel Keller, e a forma como ela a enxerga como mãe é bizarramente boa. Se você busca se aprofundar mais na mitologia, esqueça "O Chamado 2". Entretanto se procura um bom suspense com a dona de um cabelo de mais de 6 mil reais, se joga.
Novamente, Samara é humanizada. Os flashbacks do primeiro filme surgem com o objetivo de transformar Samara em uma vítima, e conseguem com firmeza transmitir este ponto. Entretanto, para Kruger e Nakata isto parece não ter sido suficiente, ao ponto de cavucar ainda mais o passado da demoniazinha.
Finalmente conhecemos sua mãe biológica, e ela não serve para coisa alguma. Tudo bem, ela surge para justificar Samara e seus poderes, mas tudo é explicado de maneira tão superficial que seria melhor deixar o mistério no ar. Até mesmo para esclarecer que os mortos não dormem soa desnecessário. Aidan bate o martelo neste ponto desde o primeiro filme.
Se o terror em seu antecessor só surge no último ato, neste ele é quase inexistente. Porém diferente do primeiro, aqui isto se torna um problema. As cenas que gritam por um terror são muitas, mas não funcionam. O espectador tem empatia suficiente para não sentir medo de Samara mais. O espectador agora está sedento por querer saber o motivo pelo qual Samara retornou para os Keller, algo que traz um excelente suspense.
Mesmo com inúmeros problemas de roteiro, "O Chamado 2" é uma boa pedida para aqueles que querem um gostinho adicional de Samara em sua vida. É interessante o modo como a demoniazinha se relaciona com Rachel Keller, e a forma como ela a enxerga como mãe é bizarramente boa. Se você busca se aprofundar mais na mitologia, esqueça "O Chamado 2". Entretanto se procura um bom suspense com a dona de um cabelo de mais de 6 mil reais, se joga.