O “rei” está de volta, mas, desta vez, sem a titulação que lhe confere a soberania no nome. Kong, que desta vez é citado como um “deus” para o povo local de uma ilha, chega ao seu quarto filme, “Kong: A Ilha da Caveira”, sob a direção de Jordan Vogt-Roberts. A história é ambientada em 1971, logo no fim da retirada das tropas estadunidenses do Vietnã e no período da Guerra Fria, e tudo começa quando William Randa (John Goodman), junto à Monarch, uma organização secreta, decide enviar uma equipe de pesquisadores numa desconhecida ilha a fim de explorar o local.
Para a segurança do grupo, Randa
conta com o reforço do exército, que está sob o comando do determinado Tenente
Coronel Preston Packard (Samuel L. Jackson), e de James Conrad (Tom
Hiddleston), um ex-capitão da guerra do Vietnã contratado como apoio por conta
de suas habilidades na floresta asiática. Isso sem contar com a equipe de
cientistas e biólogos e a fotógrafa Mason Weaver (Brie Larson), contratada para
capturar cada novidade vista ali. Quando chegaram à ilha, os soldados
dispararam bombas sob o pretexto de testar o solo, só que Kong não gostou nem
um pouco disso. E aí, o resto é spoiler.
Temos uma criatura
desconhecida e ameaçadora, uma ilha cheia de mistérios, um galã com bom senso e
pragmático, uma jovem inexperiente, porém destemida e inteligente, um vilão
cego pela vingança e honra, e um time de coadjuvantes que dão o tom leve ao filme.
Em questão de roteiro, o filme é, sem dúvidas, mais do mesmo para o gênero. E
como já era de se esperar, “Kong: A Ilha da Caveira” traz a essência das versões
anteriores em alguns momentos, como na relação de carinho e respeito entre
Mason (Larson) e Kong, por exemplo.
As atuações são as mais caricatas
possíveis, principalmente as dos “mocinhos” James e Mason (Hiddleston e Larson)
e do vilão Packard (Jackson). Porém, não se sabe se por acaso ou propositalmente, o time de coadjuvantes, em especial os soldados e Hank
Marlow (John C. Reilly) – tenente da 2° Guerra Mundial que vive há 28 anos na
ilha) – ganhou bastante espaço na trama. O que é bom, já que são personagens
bastante espirituosos e carismáticos que contribuem, e muito, para o
desenvolvimento da narrativa.
As questões técnicas não deixam a
desejar: fotografia, efeitos especiais e mixagem de som estão excelentes no
longa. Nesta última versão, entretanto, Kong perde um pouco do aspecto de
gorila. O corpo deste é mais musculoso, e já não usa mais as mãos
para andar (quase como um chimpanzé). Além disso, seus traços estão bem mais reais, mas isso fica mais
por conta da evolução da tecnologia mesmo, já que o último filme foi lançado em
2005, há mais de 10 anos.
“Kong: A Ilha da Caveira”, de
fato, não traz nada de novo. É inevitável ter aquela sensação de “já vi isso
antes” ao assistir. Mas, sem deméritos: o longa em nenhum
momento é pretensioso, mas sim veste a camisa de “pipocão” e cumpre seu papel,
que é entreter o público de forma superficial. O cinema nem sempre é para fazer
pensar ou conscientizar sobre algo (mesmo que toda história tenha a sua moral),
mas é, também, entretenimento, diversão e frio na barriga. E não há nada de mal
nisso!