Quando lançou seu primeiro álbum de estúdio, “Ratchet”, em 2015, Shamir mostrou ao mundo a vida de um adolescente americano atordoado com a rejeição e a descoberta da própria sexualidade e identidade de gênero. Não binário, como se afirma, Shamir começou muito novo na música, em Las Vegas, e alcançou grande destaque com seu primeiro disco pela XL Recordings (Adele, The XX, Radiohead), uma obra prima do pop, integrada a personalidade “punk queer” do cantor.
Encantados, claro, pedíamos mais. Contudo, o jovem caiu num abismo após a fama, sobretudo pelas exigências da gravadora, da mídia e da sociedade.
Para ele, todos pediam apenas um papel e isso o fez seguir o fluxo. Além disso, a expectativa para o segundo álbum exigia o contato com grandes produtores do mundo pop, o que o irritou e o fez sair da gravadora. Lançou gratuitamente, pelo SoundCloud o álbum “Hope”, muito diferente do pop oitentista do primeiro disco. Após o lançamento da produção, Shamir teve um surto psicótico, ficando 5 semanas em reabilitação e descobrindo que sofre de bipolaridade.
Para ele, todos pediam apenas um papel e isso o fez seguir o fluxo. Além disso, a expectativa para o segundo álbum exigia o contato com grandes produtores do mundo pop, o que o irritou e o fez sair da gravadora. Lançou gratuitamente, pelo SoundCloud o álbum “Hope”, muito diferente do pop oitentista do primeiro disco. Após o lançamento da produção, Shamir teve um surto psicótico, ficando 5 semanas em reabilitação e descobrindo que sofre de bipolaridade.
A sequência de traumas quase o fez desistir da música. Abandonou toda sua equipe e entrou num caminho sozinho, para se redescobrir. Se conseguiu, não sabemos, mas de gravadora nova, Shamir voltou com seu novo single “90’s Kids”, um rock caseiro, com letra bad e comovente, e ainda muito diferente do pop de “Ratchet”, longe de qualquer expectativa comercial “all they say you’re dramatic, but they always ask for more. And we do. So fuck you”.
Shamir é um exemplo de artista que luta por sua autonomia. Como sabemos, é muito difícil se fazer presente sem grandes contratos e produtores, mas não deveria ser impossível. Sua personalidade abre mais uma vez o debate sobre saúde mental, principalmente na população à margem, muitas vezes ignorada. Obrigado por existir. Torcemos aqui por sua recuperação, e que continue nos iluminando com letras inspiradoras “please don’t cry, turn around and say goodbye, i’ll be back someday, and when I do, I promise you I won’t make the same mistakes".
“Reflections”, seu terceiro álbum, e o segundo por uma gravadora, chega ao mundo dia 3 de novembro pela Father/Daughter Records.
“Reflections”, seu terceiro álbum, e o segundo por uma gravadora, chega ao mundo dia 3 de novembro pela Father/Daughter Records.