Atenção: a crítica contém spoilers.
Desde sua estreia no cinema, em 1998 com "Pi", o norte-americano Darren Aronofsky cunhou seu estilo narrativo: explorar as mazelas da psiquê humana. Com "Réquiem Para Um Sonho" (2000) ele aborda nosso escapismo por meio de drogas e, em "Cisne Negro" (2010), nossa busca desenfreada pela perfeição. Não importava qual o foco, era certo que seu filme causaria algum tipo de desconforto.
Desde sua estreia no cinema, em 1998 com "Pi", o norte-americano Darren Aronofsky cunhou seu estilo narrativo: explorar as mazelas da psiquê humana. Com "Réquiem Para Um Sonho" (2000) ele aborda nosso escapismo por meio de drogas e, em "Cisne Negro" (2010), nossa busca desenfreada pela perfeição. Não importava qual o foco, era certo que seu filme causaria algum tipo de desconforto.
Mas foi em 2014 que Aronofsky saiu completamente da linha: com o épico bíblico "Noé", tudo o que conhecíamos (e amávamos) do seu estilo foi deixado de lado em prol de uma abordagem altamente comercial e hollywoodiada, não só fazendo com que a sua marca se perdesse como orquestrando um filme abissalmente péssimo em quase todos os departamentos (e embranquecido, ainda mais). Estaria ali chegando ao fim um cineasta tão brilhante? Já testemunhamos grandes nomes caírem no comercial, afinal, todos nós temos conta para pagar ("Noé" é o filme mais lucrativo do diretor), e se perderem totalmente (olá, M. Night Shyamalan!).
Em 2017, o diretor apostou num estilo em que sempre colocou o pé, mas no qual nunca se jogou com profundidade: o terror. Sua volta é marcada com "Mãe!", horror psicológico sobre uma mulher (Jennifer Lawrence, atual namorada do diretor), a mãe, e seu marido (Javier Bardem). Eles vivem tranquilos numa casa isolada, onde ela está reconstruindo do zero. A casa, que sempre pertenceu ao marido, foi destruída num incêndio, e a mulher se dedica a fazer dali seu paraíso particular com o esposo.
A vida do casal é completamente bucólica e idílica, um santuário no meio de uma floresta e longe de qualquer interferência humana. Enquanto ela passa seus dias pintando a casa ou reformando algum cômodo, ele, poeta, sofre de bloqueio criativo, sem conseguir escrever sua nova obra. Reconhecido escritor, há um verdadeiro contraste entre o sucesso criativo da esposa e o vazio do homem.
Talvez por isso há sempre um ar estranho entre eles. Mesmo exalando amor, o casal demonstra certo distanciamento, que Matthew Libatique, diretor de fotografia, faz questão de deixar claro. Exagerando ainda mais seu estilo (ele é também fotógrafo em "Cisne Negro"), sua câmera está quase o filme inteiro colada no rosto de Lawrence, garimpando cada microreação da atriz. O espectador fica a par de tudo que se passa na cabeça dela só pelos seus olhares, que começam com doçura e vão pouco a pouco enrijecendo com os acontecimentos do longa.
Certa noite um médico (Ed Harris) chega até a casa, para o espanto do casal, não acostumado a receber visitas. O homem explica que achava que o local era uma espécie de pensão, e o marido aceita deixá-lo dormir por uma noite ali, com o forçado consentimento da esposa. Como se não bastasse a chegada desse estranho, no dia seguinte aparece a mulher do cara (Michelle Pfeiffer), uma senhora bastante invasiva e sem pudores. Enquanto o marido está satisfeito pela mudança do cenário com aqueles dois, a mãe se encontra perdida ao ter que dançar conforme a música e aceitar tudo em nome da gentileza social.
Um dos maiores trunfos da película é a maneira com que o combo direção + montagem + fotografia possibilita a imersão da plateia. É impossível permanecer indiferente ao que está no ecrã. Quem está sentado do lado de cá da tela está tão confuso quanto a mãe, e vamos, juntos, como cúmplices, adentrando no terror que sua vida se torna enquanto vamos tentando desvendar a pergunta que ela faz várias vezes: "O que está acontecendo?".
E, assim como a mãe, estamos impotentes diante do caos. Num paralelo bastante óbvio com "O Bebê de Rosemary" (1968), referência gritante de Aronofsky (olhe o pôster de "Mãe!" no exato mesmo estilo do clássico pôster de "Rosemary"), a protagonista vai devagarinho vendo que seu marido está mais atrapalhando que ajudando. Há aquele limiar entre a realidade e a loucura de que o diretor tanto gosta, mas aqui não ultrapassamos os limites como em "Cisne Negro", a coisa é totalmente palpável - o que, de certa forma, deixa tudo ainda mais assustador.
O molde em que "Mãe!" se encaixa é um molde em que milhares de outros longas de terror já se encaixaram. A casa afastada do mundo, a paz que vai pouco a pouco sendo destruída, os corredores sugestivos, os jump-scares gratuitos e os cômodos misteriosos que são descobertos dentro da casa. Lembrou-se de pelo menos algum filme? Certeza que sim. O que faz com que "Mãe!" subverta os clichês é tanto o roteiro que usa os chavões como ferramenta de rápida absorção do público como os simbolismos inteligentes que tiram a obra do lugar-comum ao enriquecer sua base.
Estamos passando por um fase interessante no cinema de terror contemporâneo. Claro, as porcarias que entopem as prateleiras estão aí todos os anos, todavia, exemplares realmente comprometidos com sua arte estão ganhando espaço cada vez mais, e pode-se apontar dois caminhos para o panteão do terror: aqueles que saem da fórmula hollywoodiana, como "A Bruxa" (2016) e "Boa Noite Mamãe" (2015), e os que usam a fórmula de forma esperta, como "O Segredo da Cabana" (2012), "Corra!" (2017) e, agora, "Mãe!".
Durante uma briga, a mãe confronta o marido, que afirmou mais cedo querer ter filhos para o estranho casal, o que desestabiliza a protagonista, já que os dois nunca transam. Depois de uma (quase) violenta noite, a mulher acorda na manhã seguinte certa de que está grávida, o estopim para acabar com o bloqueio criativo do marido, que logo termina seu novo poema, uma obra-prima que vende todas as cópias rapidamente e inunda a casa de fãs enlouquecidos. Literalmente.
E, ao invés de conter a multidão, o marido goza de prazer e felicidade pelo assédio, que vai ficando mais forte e violento. As pessoas começam a destruir a casa, e, ao invés de ajudar a mãe, em pleno desespero, não dá a mínima, sempre dizendo que devemos "compartilhar" nossos bens. Por um segundo a mãe pode soar egoísta com seus gritos de "não toque nisso!" ou "isso é meu!", mas imagine você vendo sua casa sendo levada por estranhos.
O conceito fundamental que precisa estar (e está) internalizado na mente da plateia é a figura da casa. Não aquela casa do filme, e sim o local "lar". Passando-se inteiramente dentro daquelas paredes, a obra passeia de cômodo por cômodo para nos lembrar como a nossa casa é um refúgio absoluto, um ambiente onde nos sentimos protegidos em sua plenitude. Ao deixar aqueles estranhos entrarem nesse lugar perfeito, o longa nos mostra que isso é o mesmo que deixar um vírus entrar no seu corpo. O que confunde ainda mais a mãe é ver como o marido dá as boas-vindas a esses vírus, algo que mudará para sempre a atmosfera da casa.
O que poderia ser uma crítica à fama, algo que o marido parece amar e não mede consequências para ter, tem raízes mais profundas com os simbolismos que carregam o filme. A partir de agora sairemos do plano físico da história para adentrar nas teorias e interpretações: o marido é, nada mais nada menos, deus - a maior prova é a forma como seu nome é creditado no final, como "Ele", enquanto todos os outros personagens possuem nomes minúsculos. Aquela casa afastada seria uma espécie de Jardim do Éden, onde a mãe, uma espécie de entidade representativa da natureza, usa seus dias para mantê-lo intocável, até a chegada de Adão e Eva, que começam a destruir a paz local. Até mesmo os dois filhos do casal seguem a história bíblica: o mais velho mata o mais novo durante uma briga, assim como Caim e Abel.
E não é da fama que o marido gosta, é, literalmente, de ser venerado. A turba ensandecida que invade a casa são fiéis fervorosos que alimentam deus. Ele, pregando a partilha, permite que todos os fiéis destruam a casa para levar um pedaço como lembrança, afinal, quem não gostaria de um teco da morada de deus? É evidente que esse comportamento é a ruína emocional da mãe. Ela não entende as motivações do marido - toda a mitologia interpretada não alcança a realidade do filme -, e tudo vai sufocando até pular a cerca do absurdo.
Aronofsky não poupa a mãe (e o espectador) e cria imagens perturbadoras, controversas e assustadoras no último ato, composto de uma só cena gigante. Começamos vendo um leve jantar sendo preparado até a total destruição de tudo que está ali, e é desconcertante a forma como o diretor domina a fita para dar um giro de 360º na cena. Se as imagens são capazes de fechar seus olhos, o som do filme é a solidificação do horror. Toda a mixagem é feita sem trilha-sonora, apenas os sons agonizantes que ficam cada vez mais altos, para o horror do público. Há um sentimento imperativo de sufocação, agonia e pânico ao ver o que está acontecendo e como tudo foge do controle.
De forma gritante, "Mãe!" é um tapa na cara do ser humano ao retratá-lo na forma mais crua e animalesca possível - algo que lembra bastante a filmografia de Lars Von Trier. Em frenesi, nós somos representados pelos fiéis, por Adão e Eva e seus filhos, todos mesquinhos, egoístas e maldosos. Deus permite a entrada do homem no Éden, e o que fazemos? Aniquilamos, roubamos, quebramos até restar mais nada. Talvez a cena mais forte (que quase me deixou aos prantos) é quando a turba espanca a mãe aos gritos de "puta". A representatividade ali é o que há de mais puro no terror composto com Aronofsky, que coloca a raça humana espancando a própria natureza, destruindo o Éden, matando o filho de deus. Somos seres prontos para o caos.
E há muito o que debater sobre a figura de deus, aqui apresentado de forma mais semelhante ao deus do "Antigo Testamento". Quase lunático, o personagem de Javier Bardem possui um área de poder, mas se derrete ao ter o amor das pessoas - o alimento que o mantém vivo. Mesmo com todas as desgraças ao redor, ele repete que se deve perdoá-las, o que, obviamente, revolta a mãe, numa atuação correta de Jennifer Lawrence, que carrega o filme nas costas. Nos momentos em que a insanidade passa o ponto, a atriz não consegue transbordar o pandemônio dentro de si, no entanto, toda sua composição, até mesmo seu cabelo e suas roupas, são bons elementos alegóricos para construir a personagem.
"Mãe!" possui uma forte mitologia, mas não se trata de monstros ou elementos sobrenaturais. O horror é feito pelas nossas próprias mãos, e há tempos não sentia o pavor numa sessão como o servido por "Mãe!". Bebendo claramente da fonte bíblica de "Noé", Aronofsky dá a volta por cima e realiza mais um imperdível - e sim, pretensioso - capítulo de sua cinematografia, que, apesar de não ser um filme para todos os públicos, é inesquecível pelas imagens e discussões, com a exclamação do título sendo um pequeno aviso para o que está por vir.
Um dos maiores trunfos da película é a maneira com que o combo direção + montagem + fotografia possibilita a imersão da plateia. É impossível permanecer indiferente ao que está no ecrã. Quem está sentado do lado de cá da tela está tão confuso quanto a mãe, e vamos, juntos, como cúmplices, adentrando no terror que sua vida se torna enquanto vamos tentando desvendar a pergunta que ela faz várias vezes: "O que está acontecendo?".
E, assim como a mãe, estamos impotentes diante do caos. Num paralelo bastante óbvio com "O Bebê de Rosemary" (1968), referência gritante de Aronofsky (olhe o pôster de "Mãe!" no exato mesmo estilo do clássico pôster de "Rosemary"), a protagonista vai devagarinho vendo que seu marido está mais atrapalhando que ajudando. Há aquele limiar entre a realidade e a loucura de que o diretor tanto gosta, mas aqui não ultrapassamos os limites como em "Cisne Negro", a coisa é totalmente palpável - o que, de certa forma, deixa tudo ainda mais assustador.
O molde em que "Mãe!" se encaixa é um molde em que milhares de outros longas de terror já se encaixaram. A casa afastada do mundo, a paz que vai pouco a pouco sendo destruída, os corredores sugestivos, os jump-scares gratuitos e os cômodos misteriosos que são descobertos dentro da casa. Lembrou-se de pelo menos algum filme? Certeza que sim. O que faz com que "Mãe!" subverta os clichês é tanto o roteiro que usa os chavões como ferramenta de rápida absorção do público como os simbolismos inteligentes que tiram a obra do lugar-comum ao enriquecer sua base.
Estamos passando por um fase interessante no cinema de terror contemporâneo. Claro, as porcarias que entopem as prateleiras estão aí todos os anos, todavia, exemplares realmente comprometidos com sua arte estão ganhando espaço cada vez mais, e pode-se apontar dois caminhos para o panteão do terror: aqueles que saem da fórmula hollywoodiana, como "A Bruxa" (2016) e "Boa Noite Mamãe" (2015), e os que usam a fórmula de forma esperta, como "O Segredo da Cabana" (2012), "Corra!" (2017) e, agora, "Mãe!".
Durante uma briga, a mãe confronta o marido, que afirmou mais cedo querer ter filhos para o estranho casal, o que desestabiliza a protagonista, já que os dois nunca transam. Depois de uma (quase) violenta noite, a mulher acorda na manhã seguinte certa de que está grávida, o estopim para acabar com o bloqueio criativo do marido, que logo termina seu novo poema, uma obra-prima que vende todas as cópias rapidamente e inunda a casa de fãs enlouquecidos. Literalmente.
E, ao invés de conter a multidão, o marido goza de prazer e felicidade pelo assédio, que vai ficando mais forte e violento. As pessoas começam a destruir a casa, e, ao invés de ajudar a mãe, em pleno desespero, não dá a mínima, sempre dizendo que devemos "compartilhar" nossos bens. Por um segundo a mãe pode soar egoísta com seus gritos de "não toque nisso!" ou "isso é meu!", mas imagine você vendo sua casa sendo levada por estranhos.
O conceito fundamental que precisa estar (e está) internalizado na mente da plateia é a figura da casa. Não aquela casa do filme, e sim o local "lar". Passando-se inteiramente dentro daquelas paredes, a obra passeia de cômodo por cômodo para nos lembrar como a nossa casa é um refúgio absoluto, um ambiente onde nos sentimos protegidos em sua plenitude. Ao deixar aqueles estranhos entrarem nesse lugar perfeito, o longa nos mostra que isso é o mesmo que deixar um vírus entrar no seu corpo. O que confunde ainda mais a mãe é ver como o marido dá as boas-vindas a esses vírus, algo que mudará para sempre a atmosfera da casa.
O que poderia ser uma crítica à fama, algo que o marido parece amar e não mede consequências para ter, tem raízes mais profundas com os simbolismos que carregam o filme. A partir de agora sairemos do plano físico da história para adentrar nas teorias e interpretações: o marido é, nada mais nada menos, deus - a maior prova é a forma como seu nome é creditado no final, como "Ele", enquanto todos os outros personagens possuem nomes minúsculos. Aquela casa afastada seria uma espécie de Jardim do Éden, onde a mãe, uma espécie de entidade representativa da natureza, usa seus dias para mantê-lo intocável, até a chegada de Adão e Eva, que começam a destruir a paz local. Até mesmo os dois filhos do casal seguem a história bíblica: o mais velho mata o mais novo durante uma briga, assim como Caim e Abel.
E não é da fama que o marido gosta, é, literalmente, de ser venerado. A turba ensandecida que invade a casa são fiéis fervorosos que alimentam deus. Ele, pregando a partilha, permite que todos os fiéis destruam a casa para levar um pedaço como lembrança, afinal, quem não gostaria de um teco da morada de deus? É evidente que esse comportamento é a ruína emocional da mãe. Ela não entende as motivações do marido - toda a mitologia interpretada não alcança a realidade do filme -, e tudo vai sufocando até pular a cerca do absurdo.
Aronofsky não poupa a mãe (e o espectador) e cria imagens perturbadoras, controversas e assustadoras no último ato, composto de uma só cena gigante. Começamos vendo um leve jantar sendo preparado até a total destruição de tudo que está ali, e é desconcertante a forma como o diretor domina a fita para dar um giro de 360º na cena. Se as imagens são capazes de fechar seus olhos, o som do filme é a solidificação do horror. Toda a mixagem é feita sem trilha-sonora, apenas os sons agonizantes que ficam cada vez mais altos, para o horror do público. Há um sentimento imperativo de sufocação, agonia e pânico ao ver o que está acontecendo e como tudo foge do controle.
De forma gritante, "Mãe!" é um tapa na cara do ser humano ao retratá-lo na forma mais crua e animalesca possível - algo que lembra bastante a filmografia de Lars Von Trier. Em frenesi, nós somos representados pelos fiéis, por Adão e Eva e seus filhos, todos mesquinhos, egoístas e maldosos. Deus permite a entrada do homem no Éden, e o que fazemos? Aniquilamos, roubamos, quebramos até restar mais nada. Talvez a cena mais forte (que quase me deixou aos prantos) é quando a turba espanca a mãe aos gritos de "puta". A representatividade ali é o que há de mais puro no terror composto com Aronofsky, que coloca a raça humana espancando a própria natureza, destruindo o Éden, matando o filho de deus. Somos seres prontos para o caos.
E há muito o que debater sobre a figura de deus, aqui apresentado de forma mais semelhante ao deus do "Antigo Testamento". Quase lunático, o personagem de Javier Bardem possui um área de poder, mas se derrete ao ter o amor das pessoas - o alimento que o mantém vivo. Mesmo com todas as desgraças ao redor, ele repete que se deve perdoá-las, o que, obviamente, revolta a mãe, numa atuação correta de Jennifer Lawrence, que carrega o filme nas costas. Nos momentos em que a insanidade passa o ponto, a atriz não consegue transbordar o pandemônio dentro de si, no entanto, toda sua composição, até mesmo seu cabelo e suas roupas, são bons elementos alegóricos para construir a personagem.
"Mãe!" possui uma forte mitologia, mas não se trata de monstros ou elementos sobrenaturais. O horror é feito pelas nossas próprias mãos, e há tempos não sentia o pavor numa sessão como o servido por "Mãe!". Bebendo claramente da fonte bíblica de "Noé", Aronofsky dá a volta por cima e realiza mais um imperdível - e sim, pretensioso - capítulo de sua cinematografia, que, apesar de não ser um filme para todos os públicos, é inesquecível pelas imagens e discussões, com a exclamação do título sendo um pequeno aviso para o que está por vir.