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#AmarNãoÉDoença | 8 séries que sempre estiverem em prol da diversidade

Esses são programas em que a sexualidade de seus personagens é apenas uma parte da complexidade humana em que neles reside.
Há alguns dias, o juiz federal Waldemar Cláudio de Carvalho foi favorável, em decisão liminar, à ideia de que psicólogos podem oferecer tratamentos de reversão sexual, a chamada “cura gay”. No dia 2 de outubro, o recurso do Conselho Federal de Psicologia, que reprova a decisão, foi recusado pelo mesmo juiz e a decisão continua ativa. 

São tempos difíceis meus caros, mas parece que a onda conservadora, em especial a que alastra o ódio para com a diversidade sexual e de gênero, é uma reação perante às conquistas de parte da população LGBT nesse século, como a visibilidade nunca antes vista. Os anos 2000 marcaram a “saída do armário” de gays, lésbicas, bissexuais e pessoas trans, com filmes, realitys e séries que retratam o cotidiano dessa “minoria”. Atualmente, encontramos produções audiovisuais que exploram a diversidade sexual, de gênero e étnica como nunca, saindo da forma "didática" como apresentava os personagens antigamente para papéis complexos e instigantes, que assumem o caráter plural das comunidades marginalizadas.


Conservadores lutam para retirar direitos conquistados a muito suor e sangue, mas o caminho trilhado de respeito e amor em toda a sociedade é irreversível (com muita luta, claro). A lista abaixo mostra apenas algumas produções, entre as mais relevantes, que provaram há anos que o amor é lindo de todos os jeitos, e retratam as diversas fases que o audiovisual com representatividade teve ao longo dos últimos 20 anos. 

The L World
Nossa “Sex and the City” lésbica, “The L world” representa a primeira série dedicada a explorar os dramas de mulheres lésbicas e bissexuais. O principal casal, Bette e Tina, introduziram ainda o debate sobre inseminação artificial, algo novíssimo no longínquo ano de 2004. O show foi produzido pelo canal a cabo Showtime e conta com incríveis 6 temporadas. Merece sua atenção.



Queer As Folk
A série foi uma ousadia só quando estreou, primeiro no Reino Unido em 1999 e depois com sua versão americana em 2000. A trama nos Estados Unidos aborda a vida de cinco homens gays e suas aventuras profissionais e amorosas, com foco no relacionamento de Brian e Justin, que têm idades muito diferentes. Foi inovadora por apresentar gays e lésbicas como pessoas comuns — como elas de fato são —, cheias de problemas e dúvidas como qualquer outra pessoa., sem debater muito a comunidade em si. A versão americana foi mais longe, com 5 temporadas na Showtime. 

Contudo, a versão britânica, com duas temporadas, parece ter mais fãs, com uma história mais centrada nos protagonistas, apenas três, e muito mais sexo.



Looking
Quando estreou, “Looking” foi logo comparada a “Queer As Folk”, principalmente pela semelhança física dos personagens: mais uma série de homens gays brancos e magros? É verdade que a série começou um tanto alienada, com o roteiro mais voltado à Patrick e suas frustrações e inseguranças amorosas. Apesar disso, após a segunda temporada, absorvendo as críticas que recebeu, o show voltou com uma crítica à comunidade gay higienizada e preconceituosa, com personagens gordos e  debate entorno do HIV, por exemplo, sem cair numa publicidade governamental. O momento era diferente da efervescência e do novo gosto da liberdade que já existia nos anos 2000 com "Queer As Folk".

Originalmente transmitida pela HBO, entre 2014 e 2015, “Looking” teve só duas temporadas, e o canal produziu um filme televisivo, que serviu como fim da história e agrado para os fãs. Apesar das críticas que recebeu por parte da comunidade LGBT, a série foi uma obra televisa divertida e inclusiva sim, até certo ponto. 

Orange Is The New Black
Se tem uma coisa que “Orange Is The New Black” provou, é que o amor não tem fronteiras. De casal lésbico que se ama/odeia (Alex e Piper) a casais pouco prováveis (Poussey e Soso), o fato é que a série da Netflix é sinônimo hoje de diversidade. Qualquer pessoa que esteja querendo “a cura” para si ou para outras pessoas deveriam assistir ao programa e ver o quão fluída a sexualidade pode ser, e o quão abrangente o amor é. 

Please Like Me
Alguém poderia dizer que “Please Like Me” é a “Girls” australiana, com seus personagens chatos e complexados. É quase isso. Mas “Please Like Me”, além de retratar a ansiedade dos jovens nessa era, difere-se pela abordagem de temas ainda tabu, como depressão, suicídio e, sobretudo, por ser uma série aparentemente inofensiva, mas profunda em certos momentos. Não é necessariamente um drama, embora pareça às vezes, nem mesmo uma comédia por completo. As quatro temporadas do programa estão na Netflix, e a maratona é rapidinha. Apaixone-se (ou odeie) Josh e suas neuras também, e veja como a compreensão pode gerar uma família amorosa e de bem com a vida.



Transparent
Mort já na terceira idade assume para a família, seus três filhos adultos, que é transgênero. A partir daí, a trama se desenvolve nos relacionamentos que vão se modificando a partir da revelação do pai, que pega todos de surpresa. “Transparent” é uma comédia única, aclamada pela crítica e que humaniza a população trans, refletindo sobre seus dilemas, inclusive algo apontado por Jeffrey Tambor, que faz a protagonista, questionando sua escolha para o papel ao invés de uma atriz trans de verdade em seu discurso no Emmy de 2016.

Atualmente a série está em sua quarta temporada, e pode ser assistida pelo serviço de streaming da Amazon, o Prime Video.



Modern Family
Cam e Mitchel são um casal gay com uma filha adotiva, numa narrativa bastante importante, mostrando que pessoas gays querem também, entre várias coisas, ter uma família dita "tradicional". Diferente do que alguns críticos sugerem, Cam e Mitchel não são “heteronormativos" (as pessoas abusam do termo hoje em dia), mas sim mostram que os objetivos de pessoas gays são amplos, muito além do que o imaginário popular pode sugerir. Ambos tornam “Modern Family” muito mais atrativa e são um tapão na cara do homofóbicos. 

Glee
“Glee” foi responsável por fazer com que muitos passassem a aceitar suas próprias orientações sexuais e gênero. Provavelmente, pelo menos meia dúzia de seus amigos descobriram que eram gays ou lésbicas vendo o seriado de Ryan Murphy que mostrava a descoberta sexual de diversos personagens, como as lindas Britanny e Santana e Kurt e Blane, ou a diversidade de gênero, no genderfluid Unique. É certo que Ryan tem algum problema escrevendo personagens lésbicas – elas não acabam juntas em seus finais —, mas de qualquer forma os casais construídos em "Glee" foram representativos e importantes para muita gente.

XXX

Esses são apenas alguns dos melhores exemplos, centrados em personagens que contribuíram para diferentes perspectivas sobre o indivíduo LGBT na sociedade americana. Além de séries em que somos protagonistas, e que têm como objetivo mostrar um mundo reconhecível por pessoas LGBT, toda a comunidade começa a ser representada de maneira natural em produções para a massa. Estamos em séries como “How to Get Away With Murder”, “Orphan Black”, “Dear White People”, “Riverdale”, “Scream”, “American Gods”, “Shameless”, “Sense8”, “House of Cards”, “Unbreakable Kimmy Schmidt”, entre tantas outras. Esses são programas em que a sexualidade de seus personagens é apenas uma parte da complexidade humana em que neles reside.


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Essa matéria integra a campanha #AmarNãoÉDoença, que visa celebrar a diversidade sexual e de gênero. Somos apoiados pelos veículos abaixo assinado.

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