O sucesso antológico da Netflix, “Black Mirror” está de volta à plataforma a partir de hoje com seu quarto ano. Badalada em todos os meios sociais, a produção sempre abusou de nossos medos e ansiedades quanto ao uso de tecnologias digitais cada vez mais presentes no cotidiano, analisando possíveis consequências, quase sempre sombrias.
Aclamada, mas não perfeita, a série tem alguns episódios regulares, mas outros que valem a pena o esforço de ficar 1 hora em frente à TV roendo unhas. Pensando nisso, bolamos uma lista com os 5 melhores episódios de “Black Mirror” pra você relembrar ou começar com o pé direito caso ainda não conheça a série. Ainda não conseguimos devorar a nova temporada, então o conteúdo novo ficou de fora desta vez.
White Bear (Urso Branco)
Um dos episódios mais intensos, o capítulo da segunda temporada, "White Bear", nos apresenta um mundo em que o conceito de reality show é bem diferente. Uma mulher (Lenora Crichlow) acorda em uma casa desconhecida sem lembrar-se de quem é. Todas as pessoas a sua volta parecem hipnotizadas e obcecadas por filmá-la. Tudo fica mais estranho quando Tuppence Middleton ("Sense8") aparenta ser uma das únicas pessoas não afetadas e, juntas, precisam destruir o transmissor de sinal White Bear, suposto causador disso tudo.
Por Marcos Antonio Moreira
Playtest (Versão de testes)
Esse é bem divisor, fato. Nas rodinhas de conversa, quando a terceira temporada foi lançada, teve quem amou e quem torceu o nariz. Verdade seja dita: esse episódio é demais. O roteirista e criador da série, Charlie Brooker é ótimo quando brinca com o horror, e mesmo que “Black Mirror” seja conhecida por sua distopia tecnológica, fica muito bem quando flerta com sustos inesperados.
Cooper (Wyatt Russell), um mochileiro precisando descolar uma grana, topa ser cobaia de uma nova realidade aumentada para jogos. A simulação começa tranquila em uma sala de testes, mas se estende até um casarão antigo, onde os piores medos de Cooper são revelados a ele. O grande diferencial desse episódio são as diversas reviravoltas, algo que pode ter incomodado alguns mas que são ótimos e inesperados. Tudo sai do controle, e fica mais divertido pra gente.
Por Marcos Antonio Moreira
Nosedive (Queda Livre)
Esse episódio com certeza deixou muitas pessoas incomodadas – principalmente aquelas que usam redes sociais desenfreadamente. Isso porque a história se passa numa sociedade onde as pessoas têm o status definido através de uma nota que lhes são dadas pelo o que postam nas redes sociais. Confuso? Vamos traduzir para a vida real: pessoas que têm mais curtidas têm, consequentemente, um maior status.
É óbvio que no episódio tudo é retratado de forma escrachada – uma pessoa mal avaliada, por exemplo, não consegue pegar um voo –, mas o motivo do choque é porque, talvez, estaríamos nos encaminhando para essa realidade. É por conta dessa obsessão para alcançar uma alta pontuação que Lacie, personagem principal interpretada por Bryce Dallas Howard (“Histórias Cruzadas” e “Jurassic World”), perde sua sanidade após alguns infortúnios que fizeram com que a nota dela caísse, literalmente, em “queda livre”.
Por Júlia Guimarães Arneiro
White Christmas (Natal Branco)
Talvez um dos episódios mais complexos (e o mais longo) da série, “White Christmas” conta com diversos plot twists, pois a cada revelação que a história entrega você tira uma conclusão distinta – e aposte: o final é totalmente diferente do que imaginou no começo. Neste, o “monstro” não é a tecnologia, mas sim a própria complexidade humana e, aos poucos, o espectador descobre que raios Joe Potter (Rafe Spall) e Matt Trent (Jon Hamm) estão fazendo juntos numa casa no meio da neve no Natal.
Por Júlia Guimarães Arneiro
San Junipero
A redação do It Pop adverte: ciscos entrarão nos olhos de quem assistir esse episódio. Com um tom mais leve e sem grandes críticas sociais, “San Junipero” comove pela forma que retrata o amor; além de abordar o relacionamento homossexual de forma muito delicada e bela. A história se passa numa cidade que parece ser na Califórnia nos anos 1980 e, numa festa, Kelly (Gugu Mbatha-Raw) e Yorkie (Mackenzie Davis) se encontram, surgindo então uma paixão. Porém, San Junipero é, na verdade, um sistema de realidade simulada onde a consciência de mortos e moribundos é instalada para que “vivam” pela eternidade. E você? Gostaria de ser imortalizado num local onde pode ser quem quiser, mas sem aqueles que amou durante a vida?
Por Júlia Guimarães Arneiro
A nova temporada de "Black Mirror" já está disponível na Netflix. Corre pra se chocar um pouco mais com as pirações dessa série - enquanto tudo não passa de ficção.
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