“Black Mirror” está de volta! A
série de Charlie Brooker vem conquistando cada vez mais fãs ao redor do mundo,
principalmente após ser adquirida pela Netflix e ter viralizado por seu enredo
único. A nova temporada, apesar de não ser a melhor entre as quatro já
lançadas, tem suas preciosidades e a gente resolveu ranquear cada episódio, do
melhor ao pior.
6. "Metalhead"
O único episódio completamente em
preto e branco de toda a série, “Metalhead” tem uma fotografia espetacular, mas
os elogios param por aí. O plot pode ser resumido em Bella (Maxine Peake) sendo
perseguida por um robô chamado dog
após tentar roubar um objeto de um armazém.
A ambientação parece ser em um mundo
pós-apocalítico, mas nenhuma confirmação é dada. Talvez esse seja o maior
problema do episódio, todas as informações dadas são superficiais e deixam o
telespectador sem entender coisas básicas como motivação dos personagens e de
onde surgiram esses robôs.
O episódio ter a menor duração da
temporada talvez não seja mera coincidência, já que após dez minutos de
duração, a vontade de que ele acabe e que algo mais interessante comece parece
apenas aumentar.
5. "Crocodile"
O terceiro episódio da temporada foca em Mia (Andrea Riseborough) que, após ajudar seu amigo Rob (Andrew Gower) a encobrir uma morte que ele causou, tem
sua vida mudada.
Apesar de ter sido ideia de Rob não
reportar o crime, após quinze anos, ele encontra Mia e diz que não consegue
mais conviver com a culpa e que irá revelar tudo para a polícia. Ela se vê
aterrorizada com a confissão do antigo amigo, pois, com sua vida já
estabelecida, tudo desmoronaria. Ela então mata Rob em seu quarto de hotel e se
livra do corpo dele.
Em uma trama paralela, Shazia (Kiran
Sonia Sawar), que trabalha para uma companhia de seguros, investiga um
atropelamento atrvés de uma tecnologia Recaller,
que consegue registrar a memória das pessoas. A partir daí, passando por várias
testemunhas, ela chega em Mia que presenciou esse atropelamento no dia em que
matou Rob.
Mia acaba tendo suas lembranças
vistas por Shazia, entrando em desespero e matando-a e, para não levantar ainda
mais suspeitas, assassina seu marido e filho.
“Crocodile” não soma em praticamente
nada na temporada, parecendo um episódio para “encher linguiça” e chocar pelo
fato de mostrar como o ser humano por ir longe para esconder um segredo – nada
que não tenhamos visto em uma novela da globo.
4. "Black Museum"
O episódio que encerra a temporada parece também ter deixado um gostinho de final de série. Na trama, somos apresentados a Nish (Letitia Wright), uma jovem que vai visitar o Black Museum, museu onde se encontram artefatos criminosos – vários deles, de outros episódios, estão lá em exposição.
Rolo Haynes (Douglas Hodge), anfitrião
e proprietário, apresenta a Nish tudo sobre como e onde cada um dos objetos foi
utilizado. A principal atração é o holograma de Clayton Leigh (Babs
Olusanmokun), um criminoso condenado a morte que vendeu o direito sobre sua
consciência para Rolo após sua execução, sendo transformado posteriormente em
um holograma.
O que ele não sabe é que, na
verdade, Nish é filha de Clayton e foi visitar o museu em busca de vingança por
tudo o que fez seu pai passar.
“Black Museum” parece um pouco arrastado e a tecnologia utilizada nos dois
principais crimes foi explorada exaustivamente em episódios anteriores,
trazendo talvez ao público uma sensação de “de
novo?” ao assistir. Apesar disso, a trama acerta em fazer uma critica ao
racismo e ligar as outras temporadas em um único núcleo.
3. "USS Callister"
"USS Callister" é a introdução a nova temporada da série. O episódio gira em torno do jogo Infinity, criado pelo programador Robert Daly (Jesse Plemons), que foi lançado pela empresa Callister Inc., fundada por ele e seu sócio James Walton (Jimmi Simpson).
Robert se sente totalmente
desvalorizado em seu ambiente de trabalho, muitas vezes nem sendo visto como
dono da empresa e motivo de deboche por outros funcionários. Isso muda quando
um pouco com a chegada da nova programadora, Nanette Cole (Cristin Milioti),
que acha seu trabalho simplesmente fantástico.
Quando Nanette mostra sua admiração
por ele, outra funcionária, Shania Lowry (Michaela Coel), a adverte para não se
aproximar demais, fazendo com que ela comece a calcular um pouco mais suas atitudes
– sendo um pouco mais fria talvez do que em seu primeiro contato com Robert,
despertando uma certa “ira” em seu chefe.
É a partir desse descontentamento
que somos apresentados a uma versão
crackeada de Infinity que Robert
mantém em sua casa com clones digitais – feitos através de DNA – de pessoas que de alguma forma o
menosprezaram, e agora estão presas em sua nave, sendo ele o comandante.
O grande acerto do episódio é a sua
crítica a todo o machismo inserido na cultura nerd, visto a total influência da
famosa franquia sci-fi Star Trek, além
da indagação sobre o quanto o “poder” pode subir a cabeça. Piadas e frases de
impacto, que não são vistas comumente em Black Mirror, também são uma forte
contrapartida para balancear o clima “pesado” de temas que a série aborda.
“Roubar minha xota ultrapassa a porra dos limites”.
2. "Arkangel"
Após perder Sara (Brenna Harding) de vista em um parque, Marie (Rosemarie DeWitt) decide testar uma nova tecnologia chamada Arkangel, um implante neural que a permite monitorar tudo o que sua filha vê.
Através de um tablet, Marie além de
ver tudo pelos olhos de Sara, ainda pode “alterar” sua realidade embaçando
coisas que possam causar um distúrbio na menina, como por exemplo um cachorro
que sempre latia quando ela passava em sua rua.
Por causa disso, a jovem cresceu sem
ver coisas sangue, pornografia e muito
mais que foram bloqueadas por sua mãe, causando um sentimento de frustração e
curiosidade que a levaram ao ponto de pedir para sua mãe desligar o
dispositivo.
As coisas começam a desandar quando
Sara descobre que na verdade, sua mãe ainda a estava monitorando e viu até
mesmo sua primeira relação sexual, despertando uma raiva que resultou em um
evento trágico.
Apesar de ser um pouco previsível, o
episódio mostra como o protecionismo em excesso de pais com seus filhos pode
levar a uma privação de importantes experiências, além de uma falta de
confiança na relação e um bloqueio entre eles.
1. "Hang The DJ"
“Hang The DJ” é talvez a nova tentativa de ter um "San Junipero" na série – as coincidências ficam pela temática romântica e ambos serem o quarto episódio de suas respectivas temporadas.
O enredo conta a história de Amy
(Georgina Campbell) e Frank (Joe Cole) que utilizam um aplicativo que encontra
parceiros para você automaticamente de acordo com suas personalidades, além de
ainda revelar quanto tempo o casal ficará junto.
O sistema baseia-se na premissa de
que, após vários relacionamentos, uma hora ele definirá o seu parceiro ideal,
afinal, a assertividade é de quase 100% – mesmo que, para isso, você tenha que
passar por relações que irão durar apenas uma hora ou até mesmo cinco anos.
Quando Amy e Frank percebem que se
gostam e ficam juntos novamente após um intervalo de um ano desde o seu
primeiro encontro, ambos decidem dessa vez não conferir quanto tempo terão,
pois querem apenas curtir o momento sem se preocuparem com isso.
Depois alguns meses, Frank não
aguenta mais de curiosidade e descobre que eles teriam 5 anos juntos, mas,
quando ele burla a decisão que ambos tomaram de não olharem a validade, o tempo
é recalculado para apenas vinte horas.
Após mais um término, os dois entram
novamente no looping de novos encontros, até que seus parceiros
ideais são encontrados pelo aplicativo, o que também os dá a chance de se
despedir de um de seus relacionamentos anteriores como uma forma de
“encerramento” do ciclo. E é aí que ambos decidem fugir juntos e burlar o
sistema.
Saber ou não a data de validade de
uma relação é algo que poderia ser levado como uma vantagem e uma desvantagem.
Por um lado, poderia te poupar de diversos encontros que não resultarão em
nada, talvez apenas em “tempo perdido”, por outro, você poderia acabar descobrindo
coisas indesejáveis como o fim de um relacionamento que você tanto preza ou que
ficará preso a uma situação infeliz.
A realidade é que o episódio te leva
a pensar que, talvez não exista o par perfeito. Cada um tem suas singularidades,
qualidades e defeitos e é a partir dessas diferenças que as pessoas podem dar o
melhor de si para ter algo feliz e duradouro,
sem se preocupar com a margem de erro.
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