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Querida pessoa branca, “Pantera Negra” não foi feito pra você

Mas fica tranquilo, você não só pode, como deve assisti-lo. E aplaudi-lo de pé, porque está muito foda.
Nesta quinta-feira, 15, chega aos cinemas a mais nova produção da Marvel, “Pantera Negra”, e com todo um peso e relevância que vão bem além das tradicionais estreias dos caras: essa é a primeira vez que um super-herói negro de origem africana e todo o seu universo ganham um filme solo.


A história gira em torno do príncipe T’Challa (Chadwick Boseman) e seu reino, Wakanda, e traz um puta elenco, incluindo nomes como Michael B. Jordan (“Quarteto Fantástico”, “Creed”), Lupita Nyong'o (“Star Wars”, “12 Anos de Escravidão”), Danai Gurira (“Vingadores: Guerra Infinita”, “The Walking Dead”) e Daniel Kaluuya (“Corra!”, “Black Mirror”).



Em tempos de discussões sobre representatividade, o longa faz a lição de casa. Todo o visual é fielmente inspirado na cultura de época da África, além da produção ser majoritariamente feita por artistas negros, dos atores ao diretor, Ryan Coogler. E a título de informação, há apenas dois personagens brancos de destaque, interpretados por Andy Serkis e Martin Freeman, o que, apesar de ser raro no cinema, principalmente neste universo de super-heróis, ainda rendeu reclamações e ameaças de boicote.

Levando o mesmo nome que, por mera coincidência, também batizou o movimento que marcou a luta contra o racismo nos EUA entre as décadas de 60 e 80, o herói da Marvel ressurge num momento de importantes passos para a cultura negra em Hollywood, visto ser também o ano em que o terror “Get Out!”, de Jordan Peele, é um dos favoritos ao Oscar 2018, e que plataformas como a Netflix têm demonstrado uma preocupação cada vez maior em também fazer a sua parte nesta busca por reparação, com produções como a bem-humorada e mais do que necessária “Dear White People”.

A importância desse momento, por sua vez, não se dá apenas pela presença, destaque e premiação desses artistas e produções negras, mas também pela oportunidade de finalmente conseguirmos nos ver representados de maneiras que fujam dos velhos estereótipos do cinema e TV, com toda a pluralidade que existe e resiste na história e cultura negra, além da chance de assumirmos essas narrativas na linha de frente e, mesmo que aos poucos, fazermos a diferença para os tantos negros desta e de futuras gerações, que poderão olhar para todos esses filmes e personagens e se identificarem de uma maneira bastante positiva.



Com o perdão da brincadeira no título, o longa está aí para todos apreciarem, sem distinções, e antes mesmo de sua estreia, já estava fadado a fazer a diferença. Aos que se sentiram incomodados de alguma forma no que tange a representatividade e maioria negra na produção, sejam muito bem vindos ao outro lado da história, foi mais ou menos assim que nos sentimos enquanto víamos esse tipo de filme por todos os últimos anos e vocês vão sobreviver.

“Pantera Negra” chega aos principais cinemas de todo o Brasil nesta quinta, 15, e pra encerrar, aproveitamos para mostrar a trilha-sonora do longa, que estreou na última semana no Spotify e, com curadoria do sempre foda Kendrick Lamar, também veio repleta de artistas negros talentosíssimos:




Excelência negra! ✊🏿
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