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Anitta fala sobre Marielle Franco, apaga e reclama: “Não se pode mais ter opinião nessa vida”

Após homenagem de Katy Perry, críticas ao silêncio de Anitta foram potencializadas e a brasileira se sentiu pressionada.
Nos últimos dias, não se falou em outro assunto no Brasil. A vereadora Marielle Franco, mulher, negra, lésbica e recém eleita relatora da comissão que acompanharia os trabalhos da intervenção militar no Rio de Janeiro, foi brutalmente assassinada no dia 14 de março, despertando uma série de protestos e manifestações pelo país e fora dele, pedindo por justiça, explicações e culpados pelo crime.

Entre os pronunciamentos sobre o caso, houveram falas de muitos artistas, não só brasileiros, e cientes do quanto, por sua influência, ela poderia potencializar ainda mais essa discussão, muitos fãs começaram a questionar o silêncio de Anitta que, enquanto todos só falavam sobre o caso, se dedicava a comentar o BBB e seguir com sua agenda de shows, como se nada estivesse acontecendo.

É claro que ela não tinha nenhuma obrigação. Ninguém precisa ser forçado a falar sobre nada, quem dirá se sensibilizar. Mas faz apenas alguns meses desde que a cantora esteve numa favela do Rio, se dizendo orgulhosa de suas origens e de “levar a favela” para outros espaços, apenas alguns meses desde que ela lançou “Vai Malandra” e se mostrou empenhada a dar voz, rosto e nome para os moradores do Vidigal e, inclusive, se debruçou em discutir sobre a criminalização do funk que, assim como o assassinato de Marielle, seria mais uma maneira deles silenciarem, marginalizarem e, de certa forma, matarem a favela. E Anitta, enquanto divulgava seu novo single, estava interessadíssima em abordar todos esses assuntos, mas agora o cenário é outro.


Com manifestações por todo o país, o caso de Marielle ganhou uma nova página no final de semana, quando, durante seu show no Rio de Janeiro, a cantora californiana Katy Perry dedicou uma parte da apresentação para a ativista, exibindo sua foto em um telão e convidando sua filha e irmã para falarem com o público, dando espaço pra que pedissem por justiça e fizessem uma homenagem para Marielle. Não havia transmissão ao vivo para nenhuma emissora, muito menos uma maneira da gringa se aproveitar da situação. Foi uma postura de boa fé e respeito pelos que estavam ali presentes, e uma maneira de demonstrar que seu carinho pelo país ia além da preocupação em encher estádios.

Já Anitta, tava meio cansada. Cinco dias mais tarde, publicou um texto em que se disse pressionada a tocar no assunto, por conta do “ódio gratuito da internet”. Porque, sim, uma mulher foi assassinada com quatro tiros, se tornou o rosto da mudança há tempos reivindicada pela favela e movimentos sociais brasileiros, e enquanto todos viram nessa discussão uma oportunidade de usar suas plataformas em prol de algo maior, ela estava apenas sendo alvo do ódio gratuito desta malvada internet.

Nem tão malandra, a cantora ficou desconfortável com a repercussão do texto - uma falácia sobre não importar a cor, gênero ou classe social de Marielle, porque “ninguém merece morrer” - e voltou atrás, substituindo toda a conversa por um simples emoji, e, nos comentários, continuando a se defender. Num desses, uma fã estava perdida com toda a discussão, perguntando “O que há de errado com o texto? (...) Daqui dois meses vocês vão estar nessa comoção toda? (....) Foi isso o que ela quis dizer”. E Anitta reapareceu: “Não se pode mais ter opinião nessa vida. Se sua opinião não for igual a do outro é madeira em você… Dá não.”

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