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Com homenagem a Marielle, Katy Perry mostra todo o seu amor por nosso país em show no Rio

A "Witness The Tour" é sim um megaespetáculo, repleta de inúmeros adereços, mas nada disso faria sentido sem o carisma, a alegria e a entrega de Katy.
Neste domingo (18), Katy Perry encerrou sua passagem pelo Brasil com a turnê do "Witness" em um show na Praça da Apoteose, no Rio de Janeiro. Com praticamente toda a estrutura de sua turnê, o carisma de sempre e em seu melhor momento vocal, ela entregou um show impecável e emocionante, que vai deixar saudade.

Na primeira música, "Witness", Katy já convida a todos para testemunhar, e claro que aceitamos os convite. Em seguida, vem "Roulette" e surpreende: apesar ser uma canção nova e que não virou single, foi bastante cantada, principalmente em seus "ahhhh". Então, é hora de "Dark Horse", o primeiro grande hit da noite. O público mostra que estava sedento para os sucessos, respondendo a altura.


A partir daí, foi uma sucessão de hits. Teve "Chained To The Rhythm", "Teenage Dream" e "Hot N Cold", com direito a brincadeira. A cantora quis saber como se dizia o nome da música em português, e é claro que quando ela disse "quente" e "frio" a plateia foi ao delírio. "T.G.I.F" chega pra confirmar: estamos numa grande festa. 

Durante "California Gurls", uma participação mais do que especial. O Left Shark, um dos marcos do SuperBowl de Katy, foi incorporado a turnê, e faz parte de um dos momentos mais divertidos do show. Ao final da música, a cantora e o tubarão lutam na passarela, e o público responde com muitos gritos. Ela vence o embate e obriga o Left Shark a dizer "desculpa!" bem alto, pra todo mundo ouvir.


Depois do momento fun, Katy chama sua garotas; é hora de "I Kissed A Girl". Como todos os seus hits passados, a faixa ganhou uma nova versão, com instrumental mais oitentista e cheio de sintetizadores para a turnê. O resultado, tanto para "I Kissed" quanto para as outras canções, foi bem  refrescante, além de ajudar a manter toda a atmosfera do show. Porém, temos que confessar: na segunda parte dessa música, quando as guitarras finalmente se fazem presentes, não tem pra sintetizador nenhum.


Depois de cantar hit atrás de hit, ela desacelera o ritmo. Com mais um figurino, Katy volta para "Deja Vú". O momento relaxante continua com "Tsunami", e é aí que vemos a estratégia de Katy para continuar a manter sua plateia entretida. Uma das rosas gigantes do cenário é um grande pole dance, onde um dançarino faz seus movimentos em meio a uma interpretação extremamente artística da canção. É impossível desgrudar os olhos. 

"E.T." vem pra deixar a atmosfera mais sombria e obscura por poucos minutos, só para "Bon Appétit" fechar o bloco trazendo toda a leveza de volta. A música se provou infinitamente melhor ao vivo, capaz de fazer todo mundo, até quem não a conhece, dançar, em um mashup com "What Have You Done For Me Lately", da Janet Jackson. 

Apesar de todos os hits animados, nada mexe mais com a plateia do que as músicas inspiradoras de Katy. Por isso, ao ouvir os primeiros acordes de "Wide Awake", a Praça da Apoteose imediatamente se acendeu com as luzes de celulares. Ao dar uma pausa para sua próxima canção, a plateia se adiantou e começou a entoar os versos de "Unconditionally". "Eu deveria cantar essa pra vocês, né?", Katy disse. Deveria mesmo.


Mas, diferente de São Paulo, aqui "Unconditionally" não é apenas um mimo para os fãs. É uma homenagem. No telão, uma foto: Marielle Franco, a vereadora do Rio de Janeiro assassinada brutalmente na última semana. E se o momento já não estivesse lindo, Katy fez mais e chamou ao palco a irmã e a filha de Marielle. A cantora pediu um momento de silêncio e depois disse, em nome dos Estados Unidos, que os entes da vereadora não estavam sozinhos. Katy, então, deu um espaço para que a irmã de Marielle falasse o que quisesse sobre o caso. Um pedido: justiça. 

Katy Perry não é brasileira. Ela não tem obrigação nenhuma de se pronunciar sobre o que acontece no Brasil. Provavelmente, apesar de ter se chocado com o caso, ela nem deve entender a dimensão de tudo isso, porque ela não vive aqui. Ela poderia ter feito um discurso bonito e, pronto, era isso. Mas, ainda assim, ela dedicou um momento de seu show para dar voz às maiores vítimas de tudo isso, os parentes de Marielle, e ajudar a trazer reconhecimento internacional ao caso. Um momento incrível, que mostra muito bem o tipo de pessoa que a cantora é o quanto ela realmente gosta do nosso país.


Katy continua o show com "Power", e lembra que nós temos o poder. "Cantem por Marielle!", ela diz. Após mais uma troca de roupa (ufa!), mais músicas inspiradoras. "Part Of Me", "Swish Swish" e "Roar" ganham ainda mais força depois da homenagem à vereadora. Por fim, "Firework" encerra o show da melhor forma possível.

Apesar de estar vivendo sua era mais conturbada, dos números baixos as críticas severas, o "Witness" foi também o trabalho mais humano da californiana. Katy erra e acerta como qualquer outra pessoa. Ela se arrisca, não alcança seus objetivos, se frustra e ainda é julgada, assim como todos somos, só que, em seu caso, para o mundo inteiro. Ainda assim, ela se mostra cada vez mais forte e capaz em seus shows. A "Witness The Tour" é sim um megaespetáculo, repleta de inúmeros adereços, mas nada disso faria sentido sem o carisma, a alegria e a entrega de Katy. E pra quem tinha dúvidas se a cantora continuava no hall dos grandes nomes do pop apesar do resultado não tão bom de seu último disco, aqui está a prova.

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