Se em algum momento MØ pirou com a ideia de se tornar uma hitmaker. Ela já desencanou de toda essa história. Ao lado de Diplo, a dinamarquesa fez com que boa parte do mundo conhecesse seu talento e tão marcante voz. Longe das paradas, a dupla se uniu pela primeira vez em “XXX88”, do seu disco de estreia, “No Mythologies to Follow”; na sequência, emplacaram o smash hit “Lean On” e, depois dele, não pararam mais. Bota na lista uma versão pra “Lost”, do Frank Ocean, a inusitada parceria com Bieber, “Cold Water”, uma das melhores músicas pop deste ano, “Get It Right”, e, enfim, a música que abre sua nova fase, “Sun In Our Eyes”.
A MØ que nesta sexta lança seu novo disco, chamado “Forever Neverland”, por sua vez, tá muito mais próxima da sonoridade do seu primeiro CD do que de todas as tentativas de hits que sucederam “Lean On”. Muito menos genérica e associável ao que já ouvimos nas rádios e streamings com incontáveis outras cantoras, mas não menos dançante e, o principal quando falamos da dinamarquesa, interessante. Fator esse que segue em falta no mainstream atual.
“Forever Neverland” é o ótimo disco pop que só uma artista do gênero, mas fora do meio, seria capaz de fazer. É cru, punk, gritado, sóbrio e sentido. Pra um momento em que nada mais importa, senão músicas matematicamente pensadas para te conquistar durante uma audição provavelmente planejada por alguma sequência de algoritmos. E tudo isso na voz rouca e versos honestões da cantora de “Don’t Wanna Dance”, que tem como uma de suas mais engraçadas características a devoção pela girlband britânica Spice Girls.
O segundo álbum de MØ não leva mais do que uma hora - quarenta e quatro minutos, pra sermos exatos. E traz, além de Diplo, as participações das cantoras Charli XCX e Empress Of, além dos produtores What So Not e Two Feet. Nossas favoritas até aqui são “Blur”, “Red Wine” e o single “Sun In Your Eyes”.
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