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No Super Bowl, Maroon 5 faz performance tão memorável quanto política

Quando Adam Levine afirmou que ser controverso se faz necessário pra sua carreira enquanto artista, ele não brincou.
O músico Adam Levine, que lidera a banda Maroon 5, se apresentou no último domingo (03) no grandioso Super Bowl e, apesar dos protestos e petições pedindo pra que a banda abrisse mão da performance, por conta da postura racista e autoritária da NFL que, em 2016, expulsou o jogador Colin Kaepernick por um protesto contra a violência racial e brutalidade policial estadunidense, usaram o palco do evento para uma grande performance política, que talvez tenha passada despercebida por boa parte do público.

Antes de qualquer coisa, precisamos falar sobre Maroon 5: donos de hits como “Sugar”, “What Lovers Do” e “Girls Like You”, os músicos têm um extenso histórico de envolvimento e apoio à questões sociopolíticas e, como um dos maiores exemplos, podemos usar o comprometimento do seu vocalista com o boicote anual ao MTV Video Music Awards, premiação que ele critica religiosamente desde 2011 por seu Twitter, ainda que, eventualmente, também aceite cantar no evento ou não reclame de concorrer aos seus prêmios.

Já no Super Bowl, a banda, que até tem um integrante negro, começou sua manifestação por meio de seus convidados: os rappers Travis Scott e Big Boi. Uma saída brancamente subversiva em meio ao protesto apoiado por nomes como Rihanna, Jay-ZNicki Minaj, Cardi B e P!nk

Partindo tão meteoricamente quanto chegou, Scott cantou seu hit com Drake, “Sicko Mode”, enquanto Big Boi não durou nem um minuto no palco, apresentando “The Way You Move”. Memoráveis.

Mas o mais importante dos feitos estava por vir.

Primeiro, Adam Levine respondeu ao desafio de Roger Waters, do Pink Floyd, que, também em apoio ao protesto de Colin Kaepernick, sugeriu que o vocalista se ajoelhasse durante a performance.

Foi apenas um joelho, talvez mais sutil do que Waters esperava, mas rolou e podemos provar:


E então, senhoras e senhores, o grande momento.

Adam Levine.

Tirou.

A camiseta.


E, ao contrário do que pareceu, não se tratava de uma estratégia pra animar o público com o seu corpo, mas, sim, de protestar contra a NFL e toda a polêmica machista do Super Bowl de 2004,  o ano em que praticamente enterraram a carreira de Janet Jackson pela exposição acidental de seus seios — que ficou bem menos tempo que os mamilos de Adam Levine no ar, precisamos pontuar.

O público foi ao delírio, certamente. Enquanto a banda, tão surpreendente quanto o repertório de um karaokê qualquer, entoou o hit “Moves Like Jagger”. Um Super Bowl que, definitivamente, ficará pra história.

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