Foto: Fábio Tito/G1
Kendrick Lamar certamente é um dos nomes mais relevantes da cultura atual. Aclamado pela crítica e comercialmente, com dois dos discos mais importantes da história negra contemporânea na música e, de quebra, um prêmio Pulitzer pelo disco “DAMN.”, o músico é daqueles que você sabe que vale a pena ouvir antes mesmo de saber do que se trata e, com essa moral, encerrou a edição deste ano do Lollapalooza à todo vapor.
Kendrick Lamar certamente é um dos nomes mais relevantes da cultura atual. Aclamado pela crítica e comercialmente, com dois dos discos mais importantes da história negra contemporânea na música e, de quebra, um prêmio Pulitzer pelo disco “DAMN.”, o músico é daqueles que você sabe que vale a pena ouvir antes mesmo de saber do que se trata e, com essa moral, encerrou a edição deste ano do Lollapalooza à todo vapor.
Maior atração deste domingo (07), o rapper apresentou um show curto e objetivo, composto pelas músicas mais marcantes de sua carreira, de “m.a.a.d. city” aos hits “Alright”, “Bitch Don’t Kill My Vibe” e “HUMBLE.”. E ainda encerrou com “All The Stars”, parceria com a revelação SZA, presente na trilha sonora de “Pantera Negra”.
Ao contrário do que rolou com Post Malone na noite anterior, Kendrick foi de poucas palavras: agradeceu o carinho dos fãs e pediu pra que cantassem ao longo do show, que não foi transmitido na TV. A interação mais marcante, sem dúvidas, fica para o final, quando o rapper brinca sobre não querer sair do palco e, ainda sob o arranjo de “All The Stars”, garante: eu vou voltar.
Com letras que discutem sobre o racismo e violência racial dos EUA, ficou difícil esconder o incômodo em meio ao público majoritariamente branco presente no festival. Muitos eram fãs, usavam camisetas e gritavam com cada uma de suas rimas, mas também houve quem estivesse apenas pelo hype ou vacilasse em repetir expressões racialmente problemáticas, como a palavra “n*gga”, equivalente a “criolo” em inglês, e se apropriasse de trejeitos estereotipados que provavelmente não utilizariam se estivessem no palco vizinho, ao som de Years & Years. Se já conheciam o som do rapper, faltou se aprofundar na interpretação das letras.
Valendo a máxima seria-trágico-se-não-fosse-cômico, uma mulher branca que assistia ao show não hesitou em alertar a amiga, também branca, ao ver uma bandeira dos EUA exposta no telão: tinha certeza de que a próxima música seria “This is America”. O que ela provavelmente não sabia é que, na verdade, esse é o hit de outro músico, o também talentosíssimo Childish Gambino.
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