Quem nunca, enquanto assiste a um filme, não desejou matar um personagem? É curioso como os vilões são tão icônicos, e exemplos ao longo da história do Cinema são fartos, como Darth Vader, Hannibal Lecter, Coringa, Cruella de Vil e Norman Bates. Curioso também como essa iconicidade passeia entre o amor e o ódio, e adoramos amar e odiar quando esses personagens conseguem evocar sensações durante suas respectivas obras.
Tendo isso em mente, decidi listar 10 personagens do cinema moderno que amamos odiar - ou que puramente queremos ver mortos. Passeando pelo cinema mainstream até películas mais desconhecidas, todos os 10 são garantia de pelo menos um "olha esse maldito" durante a sessão. É importante pontuar que alguns exemplos carregam spoilers, então aconselho a ler o texto de cada personagem apenas se você já tiver assistido ao filme.
Tendo isso em mente, decidi listar 10 personagens do cinema moderno que amamos odiar - ou que puramente queremos ver mortos. Passeando pelo cinema mainstream até películas mais desconhecidas, todos os 10 são garantia de pelo menos um "olha esse maldito" durante a sessão. É importante pontuar que alguns exemplos carregam spoilers, então aconselho a ler o texto de cada personagem apenas se você já tiver assistido ao filme.
Veniamin Yuzhin: O Estudante (2016)
O russo "O Estudante" conta a história de Veniamin (Pyotr Skvortsov), um garoto violentamente fanático por religião que vai gradualmente infernizando a vida de todos ao seu redor. Presente na tela em todos os momentos, o personagem é um daqueles que desejamos dar um tiro de tão insuportável que é, levando todo mundo ao seu próprio obscurantismo e realizando tragédias. A fita é ainda mais sagaz quando coloca TODAS as citações bíblicas do menino na tela, indicando os versículos - e acredite, são muitas.
Terence Fletcher: Whiplash (2014)
Quando um aluno apaixonado por jazz entra na maior escola de música da cidade, seus sonhos parecem estar finalmente se realizando. Mal sabia ele que, na verdade, eram seus pesadelos que estavam por vir. E tudo graças a um homem: Terence Fletcher, o professor e maestro. Interpretado por JK Simmons - que lhe rendeu o Oscar e vários outros prêmios na temporada -, Fletcher grita, xinga, humilha e beira a agressão com todos seus alunos pelo seu modo psicótico de atingir a perfeição. Um dos personagens mais complexos do cinema moderno, a linha entre amor e ódio aqui é tênue.
Dona Bárbara: Que Horas Ela Volta? (2015)
A década nem acabou mas já posso afirmar que "Que Horas Ela Volta?" é o maior filme brasileiro do período. Quando pensamos no filme de Anna Muylaert, imediatamente evocamos Regina Casé, que está sensacional como a empregada que se dá conta do sistema escravocrata que ainda habita nossa sociedade, todavia, devemos também dar apreço a Karine Teles, a patroa. O longa não se trata de mocinhos e bandidos, mas dentro desse arquétipo, Bárbara é a força oposta do filme, e costurada de maneira exemplar: ela é doce e simpática, contudo, vai aos poucos mostrando sua verdadeira cara em cenas que conseguem revoltar - ela falando em inglês na frente da empregada que não vai entender, por exemplo.
Antoine Besson: Custódia (2018)
Um casal recém separado briga na justiça pela guarda do filho mais novo. A declaração colhida pelos advogados informa que o menino não quer ficar com o pai, e este afirma ser artimanha da mãe para separá-los. Passando por um filme de tribunal até chegar no drama familiar, o francês "Custódia" não demora a solucionar a real situação e como Antonie (Denis Ménochet) é um autêntico monstro. No machismo nosso de cada dia, o pai toma a família como posse e ultrapassa o limite do tolerável em um dos finais mais agonizantes dos últimos tempos.
Ele: Mãe! (2017)
Um dos marcos do cinema "ame ou odeie", o último filme de Darren Aronosfky tá cheio de caos - e pias quebradas -, para o desespero da personagem de Jennifer Lawrence. Uma alegoria bíblica gigante, fora de qualquer simbologia ou interpretação, é divertido acompanhar a montanha-russa que é a relação da Mãe com o marido, simplesmente chamado de Ele (Javier Bardem). O devoto escritor e porto-seguro da mulher é um completo imbecil quando está ali mais atrapalhando do que ajudando. Basicamente, todas as desgraças do filme acontecem porque ele deliberadamente permite - e quase se delicia com isso. A cena com o bebê não mente.
A obra-prima do terror que é "A Bruxa" tem o próprio Satanás na tela, no entanto, a Katherine de Kate Dickie consegue ser pior que o capiroto. Fanática, extremista e beirando à loucura em todos os segundos, a matriarca se encontra numa situação cada vez mais crítica, mas joga todas as frustrações em cima da filha mais velha, Thomasin, que é acusada de ser uma bruxa. A mãe cogita até mesmo vender a menina por culpá-la pela perda do filho recém-nascido, e não parece ter o menor afeto por ninguém além do seu amor incondicional por um cruel deus - e ela aprendeu com o melhor exemplo.
Abril: As Filhas de Abril (2017)
Valeria, de 17 anos, está grávida do namorado e foge de qualquer oportunidade de informar Abril, sua distante mãe. Quando a notícia chega aos ouvidos de Abril, ela prontamente surge para ajudar a menina em tudo possível. O que soava como uma família feliz é aniquilada quando a mãe revela suas reais intenções ali: ela deseja roubar a vida de Valeria. Começando pelo namorado e indo aos extremos quando rouba o bebê, Abril ganha facilmente o Oscar de pior mãe do ano quando toca o terror de maneira tão crível e real. Quanto mais o filme passa, mais o nosso queixo vai ao chão.
Dolores Umbridge: Harry Potter e a Ordem da Fênix (2007)
Assim que pensei em conceber essa lista, Dolores Umbridge foi a primeira que surgiu na minha cabeça. Os motivos são óbvios: a vilã de "Ordem da Fênix" enfia suas garras em Hogwarts e instaura uma ditadura que vai atormentar todos os alunos, chegando a humilhar e até torturar. Imelda Staunton realiza um trabalho fantástico no papel ao unir uma doçura nauseante com o ódio maquiado por tantos tons de rosa, sendo, de longe, o melhor que o longa entrega na tela.
O Pai: Miss Violência (2013)
No aniversário de 11 anos, uma menina sorridentemente comete suicídio durante a festa. O grego "Miss Violência" já é aberto com um tapa, e continua numa estranheza absurda quando a família finge que nada aconteceu. Quando entramos na solução, vemos o mal em forma de gente: o pai (Themis Panou) cria uma rede de prostituição em que as filhas são as mercadorias. Não existe possibilidade de gerar qualquer simpatia pelo psicopata que ele é, existente no ecrã para ser simplesmente odiado.
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