A cantora, nascida no Japão, criada no Reino Unido e contratada pela Dirty Bit, gravadora do The 1975, traz na bagagem muitas influências musicais que representam sua ascendência e sua história de vida. O que vemos em seu álbum de estreia é um mix de todas essas referências de uma forma inovadora e refrescante.
Em "Dinasty", "STFU!" e "Who's Gonna Save U Now?", três de nossas músicas favoritas do "SAWAYAMA", Rina aposta em um som voltado para o rock e o metal (!), puxando um pouquinho de Korn e Evanescence. Nessa última a gente consegue até se sentir em um estádio, assistindo ao show da artista e cantando com toda a platéia, mesmo estando em casa no meio de uma quarentena.
De uma ponta a outra, Rina aposta também em um pop retrô com uma carinha de final de anos 90 e início de anos 2000. A gente sente um pouquinho de Britney Spears em "XS" e até TLC na deliciosa "Love Me 4 Me". E tem também, é claro, o disco-pop de "Comme Des Garçons", que recentemente ganhou um remix com a Pabllo Vittar. Versatilidade é tudo.
Sendo a Rina uma mulher japonesa, a influência de J-pop é muito perceptível no "SAWAYAMA". "Paradisin'" faz a gente se sentir em um brinquedo de dança que encontramos em parques de diversão e casas de festa infantis, como o Dance Dance Arcade, enquanto "Tokio Love Hotel" aproveita um pouquinho desse estilo de forma mais nostálgica e sensível.
O álbum termina com uma de nossas favoritas, "Snakeskin", faixa que cria uma atmosfera apoteótica e faz com que o disco feche de uma forma que nos faça correr de volta para o início.
Quanto mais a gente escuta o "SAWAYAMA", mais a gente gosta de todas as referências musicais, das barreiras de gênero sendo quebradas no intuito de criar um som tão particular e que aponta para o futuro e das letras que na superfície parecem simples e apenas grudentas, mas são complexas e cheias de emoção. Um disco pop complexo, divertido e daqueles que a gente ainda vai se lembrar por muito, muito tempo.