Sete anos desde o fim da “velha” MTV Brasil na TV aberta, seguidos da estreia do novo formato da marca, atualmente mantido pelo grupo Viacom nos serviços de assinatura, ainda não houve emissora que sequer chegasse perto de oferecer um conteúdo semelhante ao que a emissora apresentou com maestria desde os anos 90.
Dos clássicos programas que revolucionaram a forma de se noticiar e discutir sobre música aos passos muitíssimo à frente do seu tempo no que tange às questões sociais, política e diversidade, a antiga MTV foi uma passagem mais do que disruptiva na história da televisão brasileira e, quase uma década após a sua extinção, parece que finalmente ousarão repetir esse efeito para as próximas gerações.
Sediada no mesmo prédio em que a MTV fez história na Sumaré, em São Paulo, estreia em dezembro na TV aberta, paga e internet a emissora Loading: canal que almeja ir além de ser apenas um novo player, visando a convergência direta e em tempo-real do seu conteúdo televisivo com a imersão possibilitada pelas redes sociais, além de pautas que abranjam a cultura pop em sua íntegra, da música aos games, da cultura oriental, incluindo de animes aos hits de k-pop, às tendências do ocidente. Em comum com a emissora do clássico “desligue a TV e vá ler um livro”, a Loading tem ainda seus representantes comerciais, além do canal em que poderá ser encontrada: número 32 da frequência UHF.
Parece promissor.
Pelas conversas prévias, o formato não será familiar apenas aos antigos telespectadores da MTV: principal concorrente da emissora na tevê aberta, a extinta Mix TV já explorava, além dos conteúdos musicais, programas sobre esportes e games; já a Play TV, na tv aberta até meados de 2008, ficou famosa por dividir o espaço da sua programação entre animes, games e videoclipes.
Apesar da lacuna deixada por essas emissoras no imaginário dos que cresceram consumindo esse tipo de conteúdo, fica para a Loading o desafio de torná-lo atraente o suficiente para uma geração que, ao contrário das anteriores, consome cultura pop em um ritmo e quantidade muito diferentes do que o proposto pela televisão, principalmente pela velocidade como todos eles são disseminados pela internet, ao alcance de apenas alguns cliques por um smartphone qualquer.
Fica ainda a dúvida sobre como irão explorar essa convergência entre a tv e o virtual de forma criativa, não utilizando apenas hashtags e comentários de redes sociais no formato já empregados exaustivamente por inúmeras outras emissoras ao longo dos últimos anos. E, mais do que isso, a responsabilidade de fazer isso no mesmo endereço físico e televisivo que deu lugar para uma das maiores e mais revolucionárias programações da televisão brasileira. Nós desejamos boa sorte.
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