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Olivia Rodrigo retrata a adolescência de forma verdadeira, bagunçada e autêntica no “SOUR”

Não indicado para menores de 20 anos (ou para aqueles que não aceitam o sucesso dos menores de 20 anos)


Nasce uma estrela. Revelação do pop desse ano, Olivia Rodrigo lançou nessa sexta-feira (21) seu primeiro álbum, “SOUR”, no qual mostra todo o seu talento como compositora e expõe sem medo todas as suas influências. 

Com 18 anos recém-completos, Olivia já tem um currículo invejável: debutou com o hit “drivers license”, #1 por oito semanas na Billboard Hot 100, conseguiu um Top 10 com o single seguinte, “deja vu”, e agora caminha para seu segundo #1 com “good 4 u”, um pop rock alá Paramore. 

Para alguns, a garota é superestimada. Outros não entendem como ou porquê ela fez tanto sucesso. Mas o “SOUR” consegue nos explicar em suas 11 faixas o motivo de tanta aclamação e tanto apelo: Olivia é uma grande compositora, que sabe falar o que o seu público quer ouvir, criando versos emocionantes que nos transportam diretamente para cada momento que ela nos canta. Como... Taylor Swift, sua maior ídola. 

Essa conexão de Olivia com seu público - com quem ela já tinha uma relação de proximidade desde a estreia da série “High School Musical: The Musical: The Series”, no Disney+ - só fez crescer ao longo do tempo. Para além de triângulos amorosos midiáticos ou declarações de amor a artistas de sucesso, a garota mostra que sabe exatamente o que quer falar e com quem, e não tem medo de expor todos os seus sentimentos em suas letras, sejam eles confusos ou intensos demais. É por isso que a adolescente se entende, primeiro, como compositora, antes de cantora. 

No “SOUR” ela também não tem medo de mostrar todas as suas influências. Sem tentar esconder ou fingir que está reinventando a roda, a americana deixa claro que é uma grande swiftie em músicas como “favorite crime” e “1 step foward, 2 steps back”, essa com sample de “New Year’s Day”, da Taylor; mostra sua admiração pela Lorde em “hope ur ok” “drivers license”; explora um tom de voz similar ao de Billie Eilish em “jealousy, jealousy”; e flerta com o pop rock e o alternativo, sons que fizeram parte de sua infância, em canções como “brutal”, faixa de abertura bagunçada e estranha, ao estilo Fiona Apple. Nem todo mundo aos 18 vai fazer algo novo, mas nem todo mundo aos 18 consegue fazer algo tão bem feito assim. 

Talvez a única crítica ao álbum seja o fato do material ser monotemático: as onze canções aparentam falar sobre o mesmo relacionamento e acabam se repetindo um pouco, nos contando algo que já sabíamos. Mas quem, em sua adolescência, não foi repetitivo? Um erro muito perdoável e que não apaga o brilho do disco. 

Pode até ser que em alguns anos Olivia Rodrigo olhe pra trás, se lembre de que (aparentemente) fez um álbum inteiro para uma mesma pessoa e sinta aquela leve vergonha, a mesma que a gente sente quando lembra de alguma besteira que fizemos quando éramos mais jovens. Mas ela não vai poder, em momento algum, se envergonhar de como foi feito. O “SOUR” é um primeiro álbum ótimo de uma artista promissora e que veio pra ficar. E cabe aos que já saíram da adolescência aceitarem isso.

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