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"Águas Rasas" se apoia em um roteiro que equilibra tensão e entretenimento


Quando lançou “Tubarão” no longínquo  ano de 1975, Steven Spielberg não estava apenas criando a categoria de filmes que futuramente seria conhecida como blockbuster, como também entregava a figura do que viria a ser um dos maiores antagonistas do homem nas telas de cinema: o tubarão.

O terror criado por esse gigante dos mares foi tão grande, que Spielberg teve que se lançar em campanhas de proteção ao tubarão branco, que começou a ser intensamente caçado após o lançamento do filme.  De lá pra cá, o medo pelo bichão não diminuiu, e inúmeras vezes ele foi retratado nas telas de cinema como o maior e mais perigoso predador existente para os seres humanos.

O ano de 2016 nos entregou duas grandes produções envolvendo tubarões. Em seu quarto filme da franquia, que chegou as telinhas em julho, “Sharknado 4: The 4th Awakens” os tubarões continuam a assolar os Estados Unidos em seus tornados gigantes cheios de terror e morte, e apenas Finn e sua família são capazes de enfrentar essas feras de forma destemida. (Adoro essa franquia gente, sério!)

Seguindo uma proposta bem mais séria, e bem mais aterrorizante que "Sharknado", “Águas Rasas” conta a história de uma surfista que se vê encalhada numa minúscula ilha de pedra após ser atacada por um gigantesco tubarão branco.

No filme, Blake Lively ("Café Society") vive Nancy, uma jovem surfista que vai a uma ilha secreta e paradisíaca curtir um dia de surf. Após ser atacada pelo tubarão, Nancy consegue encontrar refúgio em uma mini ilha de pedras a cerca de 200 metros da margem.

Tanto a sinopse, quanto os trailers de divulgação, trabalharam muito bem a questão do suspense, e a premissa que a principio pode parecer entediante, com uma protagonista sozinha por mais de uma hora de filme acaba se transformando em um show interessante de sobrevivência.

Tecnicamente falando, “Águas Rasas” é um filme visualmente incrível. O diretor soube aproveitar muito bem as magníficas locações do filme. O destaque certamente vai para as cenas abaixo do nível da água, que são surreais de tão belas. Não houve uma cena submersa que não tenha ficado incrível. A tristeza fica para uma série de cenas acima da água, com o que parece ter sido feito usando um CGI de baixíssimo orçamento.

Sozinha no filme, Blake Lively carrega a história bem. Não é uma atriz magnífica, mas possui um carisma que cativa, e com o auxílio de um bom trabalho de maquiagem, vê-se um claro sofrimento na jornada da personagem.

“Águas Rasas” possui um incrível saldo positivo. De um filme que poderia ter sido completamente entediante, o roteiro se transforma num ótimo entretenimento, sabendo aproveitar todas as armas disponíveis, sem apelar para clichês clássicos desse tipo de filme, que se banham em flashbacks e delírios felizes.

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