Foi bem trágica a saída de Adriano Cintra do CSS, grupo que marcou a cena clubber brasileira por anos e, não contente, conquistou também um público significativo na gringa, antes mesmo de Anitta pensar em ter uma carreira, quem dirá internacional. Mas cinco anos após essa separação, o músico parece disposto a reatar o relacionamento.
Com disco novo na estrada, o dançante, maduro e arrependido “Nine Times”, Cintra retoma as conversas em torno do CSS (que ainda tocou um disco sem ele, o maravilhoso “Planta”) e, especificamente na faixa “So Sorry”, manda aquele “oi, sumida! rs” para as moças da banda.
Isso teria sido um pouco diferente se eu não tivesse sido um ignorante. E eu sei que você quer me ver morto e enterrado a sete palmos do chão (...) você pode dizer que eu sou louco, que sempre me odiou e está muito melhor sem mim, que eu sou a maior bagunça ao seu redor e me odeia muito, muito mesmo, mas querida, eu sinto muito.
O destinatário das desculpas do músico fica ainda mais claro quando assistimos ao lyric video de “So Sorry”: um registro amador de 2010, quando o grupo estava reunido e sem vestígios de quaisquer tretas, acompanhado de versos que ainda insistem, “basta pensar em nossas histórias e glórias e todo o amor que sentimos falta (...) eu só espero que algum dia você me perdoe, que um dia você esqueça toda a merda que eu fiz”.
Resta saber se o pedido de desculpas serão aceitos, né?
Após a saída do CSS, Adriano Cintra se envolveu em vários outros projetos, incluindo o duo Madrid, com a ex-Bonde do Rolê, Marina Vello, e o trio pop O’Hearts, ao lado do produtor Pedrowl (Lia Clark, Jão, Banda Uó, Manu Gavassi) e da cantora carioca Barbara Ohana.
O disco “Nine Times” é o terceiro de sua carreira, sucessor de “Adriano Cintra Is Dead” e “Animal”, e além de “So Sorry”, traz outras 12 faixas, todas levadas por um indie-pop muito bem apurado, que vai das nadas tímidas cordas às palminhas e sintetizadores; um dos seus melhores momentos desde que deixou a banda.
Em seu Facebook, o músico não fugiu do assunto CSS e, de forma objetiva, garantiu: “se um dia me convidassem pra me reunir com elas, eu obviamente iria”. Ninguém iria reclamar.