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"Homecoming", o documentário sobre show da Beyoncé no Coachella é tudo o que nós precisamos

Na última semana, surgiu o rumor de que Beyoncé iria ganhar um documentário na Netflix para chamar de seu. Não demorou muito para que o próprio serviço anunciasse o tal documentário, mas sem dizer sobre o que ou quem era. Daí surge um prato cheio para a criação de teorias pelos fãs que apontasse para a intérprete de "Freedom" - cor e fonte usadas lembravam o #BeyChella, além dançarina da cantora postando o anúncio da Netflix.

Nesta manhã, eis que surge na rede mundial de computadores o trailer do documentário, e não é que é sobre a Beyoncé no Coachella em 2018 mesmo? 



Ainda não há mais informações quanto ao documentário, porém é bom especular que foi a própria Beyoncé que comandou tudo, né? Ninguém bota um "a film by" se não está totalmente envolvido no projeto. De qualquer forma, a gente vai poder ver como foi toda a produção por trás de um dos maiores shows da cantora e com certeza um dos mais históricos para o festival também.

"Homecoming" estreia na plataforma no dia 17 de abril.

Kanye West levará seu Sunday Service para o último domingo do Coachella 2019

Kanye West se entendeu com a produção do Coachella e após recusar se apresentar no festival, que não topou montar um palco diferente das outras atrações para o rapper, confirmou que será uma das atrações do evento em abril deste ano, no domingo do segundo final de semana do festival, dia 21.

O acordo só rolou porque, após negar a estrutura de palco diferenciada, o festival ofereceu o topo de uma montanha pra que Kanye apresentasse seu novo projeto: a performance dominical com o coral gospel de seu Sunday Service.

Pra quem não sabe, já faz algumas semanas desde que Kanye West vem se apresentando religiosamente nas manhãs de todos os domingos, com versões inéditas de suas músicas mais famosas e trechos de canções inéditas, que deverão integrar o disco “Yandhi”.


Nos vídeos, em sua maioria revelados pelo Instagram Story de Kim Kardashian e outras pessoas presentes, o músico aparece sempre muito empolgado, com a performance e culto tão grandiosos quanto despretensiosos. Que deverá ir nesse mesmíssimo formato para o festival.

No Twitter, temos o momento em que o rapper anuncia a performance do Coachella para a equipe do Sunday Service, olha só:


Fofo demaaaais, gente!

O Coachella 2019 acontecerá durante dois finais de semana nos EUA, entre as datas 12 e 14 de abril e, depois, 19 e 21. Além de Kanye, o festival também contará com shows de Childish Gambino, Ariana Grande e Tame Impala.

Do Soundcloud para o Coachella: quem serão os representantes da “PC Music” no festival

Falta pouco mais de dois meses para a edição deste ano do Coachella, mas, na última quarta-feira (02), o festival já adiantou a escalação musical completa dos seus dois finais de semana e, com algumas positivas surpresas, as principais performances do evento ficarão à cargo de Childish Gambino, Tame Impala e Ariana Grande.

Em meio a rumores sobre uma performance surpresa de Rihanna e um convite recusado por Kanye West, que não aceitou se apresentar no palco convencional do festival, a edição de 2019 ainda trará nomes como Solange, Janelle Monáe, The 1975, Diplo, J Balvin e do girlgroup sul-coreano Blackpink. Mas nossa atenção MESMO, se voltou para os nomes ainda menores do cartaz: os representantes da chamada “PC music”.

Como já falamos por aqui algumas vezes, a PC Music é um subgênero da música pop, que carrega influências que vão do europop 90s ao bubblegum bass e música japonesa, e nos últimos anos teve sutis aparições nos trabalhos de alguns artistas bem conhecidos, como foram os casos de Madonna e a sua “Bitch I’m Madonna” e Charli XCX em faixas como “Vroom Vroom” ou sua recente “1999”, com Troye Sivan.
De 2018 pra cá, outros artistas conhecidos viraram sua atenção para o estilo e, futuramente, ainda devem explorá-lo em seus novos trabalhos, incluindo divas como Rihanna e Lady Gaga.

No Coachella, por sua vez, serão três os representantes deste estilo entre as atrações do festival: uma das suas principais produtoras e indicada ao Grammy, SOPHIE; a banda britânica Kero Kero Bonito e o duo inglês Let’s Eat Grandma.

Uma das maiores apostas da PC Music para este ano, a produtora londrina SOPHIE é também uma das principais difusoras do gênero entre as grandes estrelas. Ela é o nome por trás dos trabalhos de Charli XCX neste estilo e também foi quem trabalhou com Diplo na faixa “Bitch I’m Madonna”, de você sabe quem. Em 2017, esteve em estúdio com Rihanna e, atualmente, também produz músicas para o novo disco de Lady Gaga, que deverá ser revelado ainda neste ano.



Como intérprete, lançou em 2018 seu disco de estreia, “Oil of Every Pearls Un-Insides”, com o qual garantiu a sua primeira indicação ao Grammy, sendo também a primeira mulher trans nomeada na história da premiação.

Com influências que vão do j-pop (pop japonês) ao dancehall, o som do trio Kero Kero Bonito é resultado do background multicultural de seus integrantes: a vocalista nipoinglesa Sarah Bonito e os multinstrumentistas londrinos Gus Lobban, que também atende pelo projeto paralelo Kane West, e Jamie Bulled.



Em sua discografia, possuem dois registros: o chiclete e eletrônico “Bonito Generation” (2016), onde mais se aproximam dos outros trabalhos inspirados pela PC music, e o recente “Time n’ Place” (2018) em que, além dos sons eletrônicos, aderem também aos violões e guitarras, alcançando um som mais “cru”, que provavelmente ditará o rumo do seu show no festival.

Let’s Eat Grandma, por sua vez, é um duo britânico formado pelas amigas de infância Rosa Walton e Jenny Hollingworth. Com um som psicodélico e baita experimental, elas exploram do rock eletrônico ao pop em suas mais destrinchadas camadas, como podemos ouvir em seu disco mais recente, “I’m All Ears”, presente entre os nossos favoritos de 2018.



Já aclamadas por veículos como NME, The Guardian e Pitchfork, as meninas têm tudo pra levar os sons da PC music para outro nível no palco do evento, sendo ainda uma boa aposta para se tornarem um nome frequente nos festivais que sucederão o grande Coachella.

Todas as artistas mencionadas por aqui se apresentarão nas sexta-feiras do Coachella, dias 12 e 19 de abril, ao lado de outras novidades do pop, como Rosalía, Gorgon City e as moças do Blackpink, com o rapper Childish Gambino como ato principal. De certo, um dia pra ficarmos atentos e não perdemos nenhuma atração de vista.

Ouça nossa playlist de PC Music na Deezer ou Spotify:

Depois de Beyoncé, não veremos nenhuma performance do Coachella com os mesmos olhos

Texto por Vinícius Zacarias

Quem assistiu o show da Beyoncé no Festival Coachella na madrugada deste domingo, 15, não conseguiu voltar a dormir. A deusa jamais igualada subiu ao palco com uma apresentação recheada de referências políticas, musicais e cênicas, ficando difícil enumerar todas neste breve texto. O espetáculo histórico e cultural, com muitas surpresas, repertório vasto e participações especiais, correspondeu a perfeição da virginiana que ficou ensaiando junto aos seus mais de 200 componentes 14 horas por dia nas últimas semanas.

Beyoncé é inerente a artista pois "reflete seus tempos", como dizia a Nina Simone, também referenciada no show junto a Malcon X e Big Freedia, uma rapper negra transviada de New Orleans. Sua direção criativa construiu complementos ao fundo do palco com composição de fanfarras. O mais notável foi o trabalho da direção musical que montou todos os arranjos das músicas com base nos instrumentos de sopro e percussão, num trabalho notadamente exaustivo. São diversas referências que vão desde os uniformes das fraternidades negras norte-americanas até as leves indiretas à ex-amante de seu marido.

Esse conceito de "fanfarras", sobre o qual me dedico a discorrer, faz referência à expressão cultural muito forte no estado do Alabama/EUA, terra natal de seu pai, aonde existem grandes organizações de escolas, bairros, corporações e concursos musicais. O Alabama também foi o palco do estopim para a organização do movimentos dos direitos civis depois que Rosa Parks, em 1955, resistiu a pressão de ceder assento no ônibus para brancos no período da oficial segregação racial no país. Apesar de forte incidência de resistência negra, o estado do Alabama é considerado o mais LGBTfóbico dos Estados Unidos.

Devido a isso, em 2015, a TV Oxigen estreou o reality show gay afro-americano de dança intitulado The Prancing Elites Project, composto por Adrian Clemons, Kentrell Collins, Kareem Davis, Jerel Maddox e Tim Smith que tentam conciliar suas vidas pessoais e profissionais na cidade de Mobile. O reality mostra o cotidiano e as provas que os meninos precisam passar diariamente, mostrando os conflitos que interseccionam os problemas de raça, gênero e sexualidade.

O reality teve apenas duas temporadas, mas destaco um dos primeiros episódios onde os meninos são desafiados a se apresentarem como balizas de fanfarra, com maiô justíssimo ao corpo e cheios de brilho, em meio a uma parada cívica tradicional. As reações foram de espanto e rejeição, gerando até mesmo represálias, como o fato de terem sido retirados do desfile por policiais. (confira o vídeo abaixo)



Para muitos de nós, negros e gays, vivemos numa celeuma identitária que imbricam diversas dores, mas que nos motivam a resistir neste mundo estruturado pelo racismo e regido pela heterossexualidade. Assim como os meninos do Elites, que também são fãs da Beyoncé, resistimos e tornamos nossas vidas possíveis através da arte. Tornamos nossa sobrevivência um produto criativo da vida.

Foi gratificante assistir um espetáculo que traz a referência cultural do Alabama intercalado com outras representações de masculinidades negras, como na sensibilidade e na capacidade da inteligência cômica dos novos dançarinos, propondo suas projeções para além do sexual, e também nas mulheres dançarinas gordas e com muita auto confiança. Faltou, claro, uma "fechação" bem viada no palco, mas tenho certeza que isso sobrou na platéia repleta de bichas pretas prontas para o ataque.

Beyoncé não é rainha, é uma deusa. Só um ser sagrado tem a capacidade de fazer de um show uma catarse de reflexão política sobre o mundo. Nina Simone deve estar orgulhosa.

Vinícius Zacarias é mestrando em Ciências Sociais, pesquisa sobre performances culturais de homens negros gays da Bahia. Siga-o pelo Facebook!

Teve revival das Destiny's Child, Jay-Z, Solange e muito mais no primeiro show do #BeyChella

Beyoncé foi nesse sábado (10) a primeira mulher negra headliner do Coachella, um dos maiores festivais de música dos Estados Unidos que rola todo ano no deserto de Indio, na Califórnia. A apresentação da Bey foi a primeira desde a gravidez dos gêmeos, com um set de 26 músicas que ofuscou todo e qualquer outro acontecimento do festival - daí a popularização da hashtag #BeyChella.

Depois de Beyoncé, não veremos nenhuma performance do Coachella com os mesmos olhos

As performances foram quase todas acompanhadas de uma gigantesca fanfarra, com looks e coreografias típicos dos halftime shows de jogos de futebol de colégios americanos. Beyoncé trouxe toda a sua carreira para a setlist, oferecendo um prato cheio para os fãs com releituras de clássicos como "Crazy in Love", "Baby Boy" e "Single Ladies".




O "Lemonade", seu último álbum de estúdio, também foi super bem representado com performances épicas de "Freedom", "Formation", "Sorry" e "Don't Hurt Yourself", a última com a inclusão de discurso icônico do ativista Malcom X, um dos líderes do movimento por direitos civis para a população negra nos anos 1960 e 1970. Depois de mais de um ano afastada do público, Bey voltou aos palcos com muito sangue nozóio, sem medo de unir a política aos seus vocais poderosos e coreografias impecáveis.



Jay-Z não poderia ficar de fora do espetáculo e subiu o palco para cantar "Dèjá-Vu" com a esposa. Beyoncé ainda convidou as antigas parceiras Michele Williams e Kelly Rowland para cantar alguns dos maiores hits das Destiny's Child: "Say My Name", "Lose My Breath" e "Soldier", em um momento super emocionante para os fãs.

A outra irmã Knowles, Solange, também participou do show e se juntou à Bey para dançar "Get Me Bodied". O talento é de família mesmo, viu?



Queen B encerrou o show com um discurso emocionante sobre a sua participação no festival, que deveria ter acontecido em 2017 mas acabou sendo adiada pela gravidez:
Coachella, obrigado por me permitir ser a primeira mulher negra a ser atração principal em uma noite do festival. (...) Eu tive tempo para sonhar sobre esse show, com duas almas lindas na minha barriga, e isso é mais do que eu sempre sonhei. Eu espero que vocês tenham gostado, trabalhamos duro.

Todos os looks usados por Beyoncé e seus dançarinos durante o show foram criados por Olivier Rousteing, diretor criativo da Balmain, especialmente para a performance no Coachella. No próximo sábado (21), ela se apresenta mais uma vez no festival.

Será que a gente sobrevive a mais um espetáculo desses?

Dono do Coachella nega acusações e interrompe doações para organizações anti-LGBTQs

No olho do furacão por conta de acusações do jornal The Washington Post, o dono do festival Coachella, Phil Anschutz, negou estar de acordo com a doação e financiamento de grupos contra a comunidade LGBTQ e alegou que as notícias são falsas. “São só baboseiras.”

Por meio de um comunicado para a Rolling Stone, o empresário afirmou que não admite qualquer tipo de discriminação em suas companhias e garantiu que, desde que tomou conhecimento sobre as atividades de algumas organizações que financiava, cessou suas doações e investimentos.

Eu inequivocamente apoio os direitos de todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual”, afirmou Phil. “Nós temos a sorte de empregar uma grande variedade de indivíduos diversos e todos são importantes para nós – nosso único critério de julgamento é a qualidade de seu desempenho no trabalho. Não toleramos discriminação de qualquer natureza.

Garantindo apoiar grupos que defendem inúmeras causas, incluindo a LGBTQ, Anschutz afirmou que interrompeu as doações para algumas organizações, desde que teve sua atenção chamada pela mídia:

Nós não financiamos qualquer organização com o propósito ou expectativa de financiar iniciativas anti-LGBTQ e, desde que chamaram nossa atenção para essas organizações e soube que estava contribuindo para tais causas, nós imediatamente cessamos todas as doações para esses grupos.

Neste ano, o Coachella contará com shows de artistas como Beyoncé, Kendrick Lamar e Radiohead, além de Lorde, Banks, Broods, Jack Garratt, DJ Snake, Martin Garrix, entre outros, e esses haviam sido questionados quanto a permanência entre as atrações do evento, dado o destino do lucro que dariam para a empresa.

Ficamos mais tranquilos que eles tenham se manifestado o quanto antes e buscado reverter a situação, apesar de tirarem o deles da reta, né?

O Coachella financia grupos anti-LGBTQs e os artistas estão fazendo silêncio sobre isso


[ATUALIZAÇÃO] Em comunicado para a Rolling Stone, o dono do festival, Phil Anschutz, negou as acusações e reiterou que, desde que soube estar contribuindo para tais causas, cessou com as doações para esses grupos. Leia mais aqui.

Há alguns dias explodiu uma bomba bem no colo do Coachella. O festival, numa de suas maiores edições, havia acabado de anunciar Beyoncé, Kendrick Lamar e Radiohead como seus headliners, numa line-up que ainda incluía Lorde, Broods, Banks, Jack Garratt, entre outros, quando se tornou notícia por um assunto não era música.

Acontece que, de acordo com o jornal The Washington Post, o dono do Coachella, Phil Anschutz, apoia e financia grupos extremistas de direita, que defendem ideais contra a comunidade LGBTQ e se opõem às discussões sobre as mudanças climáticas, com projetos que atrasam e inviabilizam o trabalho de organizações como Greenpeace.

Segundo a publicação, Anschutz utiliza parte dos lucros de seu festival para esses investimentos e, como acusa o Greenpeace, usufrui de sua influência política para atrapalhar projetos em prol do meio ambiente.

Sendo marcado pela diversidade, que vai de suas atrações ao público que se interessa pelo festival, os valores pessoais de Phil se contrapõem aquilo que seu negócio representa e, tendo os artistas uma responsabilidade social que vai além dos palcos, é questionável o silêncio sobre toda a discussão.

Com os ingressos esgotados, entretanto, o público se divide entre os que esperam algum posicionamento das atrações aos que defendem que eles estão apenas cumprindo com o contrato, não necessariamente compactuando com as práticas do empresário. O que é uma pena, já que, em meio aos avanços da extrema direita, dentro dos Estados Unidos de Trump, a última coisa que deveriam permitir era essa ambiguidade sobre um debate tão necessário.

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