O disco “A Mulher do Fim do Mundo”, de Elza Soares, foi um dos trabalhos brasileiros mais aclamados dos últimos dois anos e, até aqui, ainda não havia ganhado qualquer tratamento visual. Com o fim do carnaval, a brasileira revelou então o primeiro clipe desse trabalho e, numa escolha mais do que propícia, justamente para a sua faixa-título.
Sob a direção de Paula Gaitán, o novo videoclipe da brasileira capta toda a vulnerabilidade convertida para força da canção, focando no seu rosto em primeiro-plano, enquanto divide cenas com intérpretes de “todas as outras Elzas”, numa forma de eternizar o que já foi até aqui, pra que continue sendo até o fim do mundo.
Um dos maiores ícones da música brasileira, Elza viu sua carreira alcançar um novo patamar com esse último disco, com o qual não só conquistou um novo público, como também ganhou a imprensa internacional, sendo convidada, inclusive, para o festival europeu Primavera Sound 2017.
No Brasil, a cantora se viu vítima do racismo e machismo da sociedade e indústria por diversos momentos da sua vida, tendo ainda enfrentado batalhas que vão bem além da sua figura pública, como o falecimento de seus filhos e o relacionamento abusivo que suportou em silêncio, com o jogador de futebol Garrincha.
Hoje, ela permite que suas tristezas fortaleçam seus discursos e postura no palco, com um apelo inegável carregado pela faixa desse videoclipe: “Me deixem cantar até o fim!”
“Mulher do Fim do Mundo” integra a trilha-sonora da série “3%”, da Netflix, e na última semana ganhou também um remix do produtor Omulu, que trouxe uma roupagem mais dançante para a canção. Numa entrevista para a Beats 1, da Apple Music, o brasileiro contou que teve liberdade para trabalhar na faixa como preferisse e optou por repensá-la, de uma forma que focasse nos ritmos nacionais, sem se prender às batidas.
Ouça esse remix a partir dos 11:45 no player abaixo:
Essa mulher merece todo o reconhecimento do mundo! Caso ainda não o tenha feito, ouça o disco “A Mulher do Fim do Mundo” no Spotify: