Indicado ao Oscar de:
- Melhor Filme
- Melhor Direção
- Melhor Ator (Daniel Day-Lewis)
- Melhor Atriz Coadjuvante (Lesley Manville)
- Melhor Figurino *favorito*
- Melhor Trilha Sonora
De todos os nove indicados ao Oscar de "Melhor Filme" - "A Forma da Água", "Três Anúncios Para Um Crime", "Corra!", "Lady Bird", "Me Chame Pelo Seu Nome", "O Destino de Uma Nação", "Dunkirk", "The Post: A Guerra Secreta" e "Trama Fantasma" -, o último foi, de longe, a maior surpresa entre os selecionados. É certo que o oitavo filme do cultuado Paul Thomas Anderson - diretor de "Magnólia" (1999), "Sangue Negro" (2007) e "O Mestre" (2012) - era um dos cotados, porém vinha atrás de nomes como "Eu, Tonya" e "Projeto Flórida", conseguindo ainda aparecer em outras cinco categorias.
PTA pode não ser tão conhecido do grande público como Christopher Nolan (diretor de "Dunkirk") ou Steven Spielberg (diretor de "The Post"), todavia já angariou status que faz a crítica arrepiar a epiderme toda vez que aparece com um novo projeto, sendo chamado de um dos melhores diretores vivos e suas obras ganhando rótulos de obra-prima. Dentro de todo o conturbado oceano da subjetividade, acho importante pontuar que: eu não gosto do PTA.
Antes de ser crucificado pela galera cult: não que eu o ache um diretor ruim - ele é competente nessa função -, meu problema com o americano é o mais elementar possível: seu estilo cinematográfico. Enquanto uns chamam "Sangue Negro" de "melhor filme do sec. XXI", acho o universo audiovisual do cineasta uma xícara de chá que não faço questão de beber. É puramente subjetivo: assim como eu enlouqueço com os filmes do Yorgos Lanthimos - "O Lagosta" e "O Sacrifício do Cervo Sagrado" me arrancam o ar -, há inúmeras pessoas que o detestam. É a magia do cinema, há estilos para todos os gostos.
Porém eu nunca sento para assistir a um PTA com mal agrado - ele não é um Michael Bay -, então estava bastante animado com "Trama Fantasma" por reunir alguns elementos que poderiam finalmente fazer com que eu entre para o grupinho da roda crítica que trata o diretor como júbilo da Sétima Arte: moda, obsessão e Daniel Day-Lewis.
O grande buzz que cercou o longa foi o anúncio de que essa seria a última atuação de DDL antes da aposentadoria, e, caso você não esteja por dentro dos nomes do cinema contemporâneo, seria o mesmo que a Beyoncé dizer que vai largar a música. O britânico é um dos melhores que já agraciaram a história do cinema, com três Oscars de "Melhor Ator" na estante: "Meu Pé Esquerdo" (1989), "Lincoln" (2012) e "Sangue Negro", do PTA. O número de pessoas que ouviriam o último álbum da Beyoncé antes da aposentadoria não seria enorme? Então, o efeito aqui em "Trama Fantasma" foi o mesmo.
Aqui ele vive Reynolds Woodcock, dono da grife fictícia The House of Woodcock, uma das maiores produtoras de vestidos do mundo, cobrindo os corpos das mais poderosas mulheres da sociedade. Sua irmã, Cyril (Lesley Manville, surpresa na indicação Oscar de "Atriz Coadjuvante"), é seu braço-direito tanto na vida profissional quanto na pessoal. Uma característica é imediatamente notada em compartilhamento entre os irmãos: ambos são bastante frios. O único momento em que Reynolds demonstra maior calor é quando está desenvolvendo seus vestidos e vendo suas clientes desfilarem com os modelos.
Num belo dia, durante o almoço em um restaurante, Rey conhece Alma (Vicky Krieps), uma doce garçonete, que ele prontamente convida para uma saída. Aquela mistura estranha acaba dando certo a princípio e a relação de ambos floresce. Logo na primeira noite, Rey a leva para seu ateliê e cria um vestido para ela, com a irmã como um urubu rodeando a garota e fazendo comentários sobre seu corpo, no bom e velho tom de "ah mas isso é um elogio, não se preocupe", enquanto um acre aroma maldoso exala do fundo da sua garganta.
Alma se torna modelo da marca e, num patamar mais complexo, a musa de Rey, passando a morar junto com ele e submergindo de cabeça no mundo da moda. Todo aquele universo riquíssimo, com duquesas vindo pessoalmente à porta do ateliê depois de viajar metade do planeta só para por as mãos num legítimo Woodcock, faz a garota se deslumbrar. E a forma como Rey a trata quando a mesma está vestindo uma de suas peças é incrível. Porém, Alma começa a perceber que Rey só a venera quando ela está dentro de um dos seus vestidos.
Fora deles, a relação do casal é instável pela personalidade de Rey. Autoritário, o homem possui milhares de regras para reger as coisas à sua volta: numa cena, durante o café da manhã, ele destrói a harmonia pois Alma está passando manteiga na torrada com "muito barulho", o que o perturba e atrapalha seu trabalho. Cyril logo afirma que, para viver ali, Alma deverá dançar conforme a música de Rey, não importando o quão absurdo o ritmo seja. Alma aceita.
A dinâmica do relacionamento é pincelada homeopaticamente, e Alma cai na realidade ao perceber o óbvio: Rey não a ama, e sim seu trabalho. O homem, que acredita estar amaldiçoado para jamais se apaixonar, desconta tudo na grife e respira, come, dorme e vive pelos tecidos e costuras, o que deixa Alma em posição de manequim: só valorizada quando parte junto com o amado nessa empreitada.
Vendo tal realidade, Alma decide usar todas as armas para roubar o coração de pedra de Rey. Ela pede a todos os funcionários que saiam do ateliê para que ela possa ficar a sós com o cara, para o completo desgosto de Cyril, que afirma ser uma péssima ideia. Alma segue com o plano, fazendo um jantar e orquestrando uma noite romântica, rapidamente sofrendo uma guinada rumo ao precipício quando Rey volta para a casa e sua maior preocupação é o paradeiro da irmã. Daí para frente é desastre por completo quando ele mantém a pose intolerante e detesta o jantar de Alma, pois não foi cozinhado estritamente dentro de todas as minuciosas regras que possui.
É aqui que o espectador diz: "Ela finalmente vai se tocar e cair fora". Rey é um dos personagens mais insuportáveis do cinema moderno, um poço sem fim de antipatia que faz Alma de capacho - com uma às-vezes-não-tão-sutil ajuda da irmã. Entretanto, mesmo com toda briga e abusos, Alma decide continuar ali, com uma nova estratégia. Ela envenena o chá de Rey com cogulemos, que o deixa seriamente doente. Quem tomará conta do moribundo com paixão e devoção? Ela mesma.
A sequência em que Rey se vê doente é absolutamente bizarra - e involuntariamente cômica. Ele entra no ateliê, com uma enorme roda de costureiras, para vistoriar um importante vestido. Depois de listar todos os defeitos com o modelo - como sempre -, tem um rápido desmaio e cai por cima dele, para o desespero de todas as mulheres presentes. Não porque o chefe está à beira da morte, e sim porque ele pisou e manchou o vestido.
Descrevendo e analisando a trama como estou fazendo, confesso, tudo soa uma delícia, o que certamente renderia um ótimo filme, porém toda a obra só é ótima no papel, não na tela. Toda a narrativa possui uma só nota do início ao fim, arrastando os acontecimentos que poderiam ser resolvidos com mais agilidade e menos burocracia. Há grande letargia, monotonia e tudo sai do lugar com muita dificuldade. Dá para entender claramente as escolhas estilísticas escolhidas por PTA para compor seu filme, mas não dá para ignorar todo o aborrecimento.
Todas as mulheres da película são como mariposas voando ao redor da lâmpada incandescente e infinita que é Rey. Todas fazem tudo o que o homem quer, da forma que ele quer, e PTA com seu roteiro e artimanhas técnicas transformam o protagonista num messias da moda. São takes em close mostrando seus dedos desgastados, alfinetes na boca e o ator rodeando sua obra sagrada: seus vestidos são a segunda vinda de Jesus Cristo. Alma até tira à força uma peça de uma mulher que deu vexame num jantar pois ela não era "digna" de usar um Woodcock.
A maneira que as personagens femininas se submetem aos desmandos do protagonista é patética. Apesar de ele ser um porre completo, a raiva acaba sendo direcionada em cima de Alma, já que ela escolhe continuar ali e tentar conseguir o amor do homem. Ela aceita o controle, a humilhação e a pedância de alguém com complexo de deus. Quem em sã consciência vai querer o amor de uma pessoa tão podre como Rey? E aqui está uma das chaves do filme: ele se trata de uma relação entre dois sociopatas, que se enebriam em suas obsessões e loucuras.
Daniel Day-Lewis consegue facilmente fazer com que a plateia deseje pular em seu pescoço, no entanto o efeito é gerado bem mais pelo trabalho do roteiro do que pela atuação em si, correta, mas nada de especial - é possível imaginar outros atores realizando algo no mesmo nível. DDL está no mesmo barco de Meryl Streep em "The Post": indicado por ser quem é, não pela atuação em si. Ambos não erram e não entregam trabalhos ruins, porém estão longe dos grandes momentos de suas respectivas carreiras e dos concorrentes no ano - e o burburinho em torno da aposentadoria de DDL, claro, ajudou em mais uma indicação. A Academia jamais iria deixar de louvar o último papel dele da forma que pudesse - mesmo distante de Gary Oldman, favorito ao Oscar de "Melhor Ator" por "O Destino de Uma Nação".
Quando nos adaptamos à narrativa de "Trama Fantasma", notamos que parece haver um grande filme ali do lado, inalcançável pelas escolhas de Paul Thomas Anderson ao transformar sua obra numa sessão quase insuportável sobre personagens doentes convivendo entre si. Os belos momentos e uma glamourosa produção são soterrados pelas motivações inertes que, ao invés de ser um rico estudo sobre relacionamentos abusivos enfeitados com roupas de grife, termina como um filme que parece se esforçar para fazer com que o espectador levante da cadeira e se retire - coisa que Alma deveria ter feito lá pela metade da duração.
PTA pode não ser tão conhecido do grande público como Christopher Nolan (diretor de "Dunkirk") ou Steven Spielberg (diretor de "The Post"), todavia já angariou status que faz a crítica arrepiar a epiderme toda vez que aparece com um novo projeto, sendo chamado de um dos melhores diretores vivos e suas obras ganhando rótulos de obra-prima. Dentro de todo o conturbado oceano da subjetividade, acho importante pontuar que: eu não gosto do PTA.
Antes de ser crucificado pela galera cult: não que eu o ache um diretor ruim - ele é competente nessa função -, meu problema com o americano é o mais elementar possível: seu estilo cinematográfico. Enquanto uns chamam "Sangue Negro" de "melhor filme do sec. XXI", acho o universo audiovisual do cineasta uma xícara de chá que não faço questão de beber. É puramente subjetivo: assim como eu enlouqueço com os filmes do Yorgos Lanthimos - "O Lagosta" e "O Sacrifício do Cervo Sagrado" me arrancam o ar -, há inúmeras pessoas que o detestam. É a magia do cinema, há estilos para todos os gostos.
Porém eu nunca sento para assistir a um PTA com mal agrado - ele não é um Michael Bay -, então estava bastante animado com "Trama Fantasma" por reunir alguns elementos que poderiam finalmente fazer com que eu entre para o grupinho da roda crítica que trata o diretor como júbilo da Sétima Arte: moda, obsessão e Daniel Day-Lewis.
O grande buzz que cercou o longa foi o anúncio de que essa seria a última atuação de DDL antes da aposentadoria, e, caso você não esteja por dentro dos nomes do cinema contemporâneo, seria o mesmo que a Beyoncé dizer que vai largar a música. O britânico é um dos melhores que já agraciaram a história do cinema, com três Oscars de "Melhor Ator" na estante: "Meu Pé Esquerdo" (1989), "Lincoln" (2012) e "Sangue Negro", do PTA. O número de pessoas que ouviriam o último álbum da Beyoncé antes da aposentadoria não seria enorme? Então, o efeito aqui em "Trama Fantasma" foi o mesmo.
Aqui ele vive Reynolds Woodcock, dono da grife fictícia The House of Woodcock, uma das maiores produtoras de vestidos do mundo, cobrindo os corpos das mais poderosas mulheres da sociedade. Sua irmã, Cyril (Lesley Manville, surpresa na indicação Oscar de "Atriz Coadjuvante"), é seu braço-direito tanto na vida profissional quanto na pessoal. Uma característica é imediatamente notada em compartilhamento entre os irmãos: ambos são bastante frios. O único momento em que Reynolds demonstra maior calor é quando está desenvolvendo seus vestidos e vendo suas clientes desfilarem com os modelos.
Num belo dia, durante o almoço em um restaurante, Rey conhece Alma (Vicky Krieps), uma doce garçonete, que ele prontamente convida para uma saída. Aquela mistura estranha acaba dando certo a princípio e a relação de ambos floresce. Logo na primeira noite, Rey a leva para seu ateliê e cria um vestido para ela, com a irmã como um urubu rodeando a garota e fazendo comentários sobre seu corpo, no bom e velho tom de "ah mas isso é um elogio, não se preocupe", enquanto um acre aroma maldoso exala do fundo da sua garganta.
Alma se torna modelo da marca e, num patamar mais complexo, a musa de Rey, passando a morar junto com ele e submergindo de cabeça no mundo da moda. Todo aquele universo riquíssimo, com duquesas vindo pessoalmente à porta do ateliê depois de viajar metade do planeta só para por as mãos num legítimo Woodcock, faz a garota se deslumbrar. E a forma como Rey a trata quando a mesma está vestindo uma de suas peças é incrível. Porém, Alma começa a perceber que Rey só a venera quando ela está dentro de um dos seus vestidos.
Fora deles, a relação do casal é instável pela personalidade de Rey. Autoritário, o homem possui milhares de regras para reger as coisas à sua volta: numa cena, durante o café da manhã, ele destrói a harmonia pois Alma está passando manteiga na torrada com "muito barulho", o que o perturba e atrapalha seu trabalho. Cyril logo afirma que, para viver ali, Alma deverá dançar conforme a música de Rey, não importando o quão absurdo o ritmo seja. Alma aceita.
A dinâmica do relacionamento é pincelada homeopaticamente, e Alma cai na realidade ao perceber o óbvio: Rey não a ama, e sim seu trabalho. O homem, que acredita estar amaldiçoado para jamais se apaixonar, desconta tudo na grife e respira, come, dorme e vive pelos tecidos e costuras, o que deixa Alma em posição de manequim: só valorizada quando parte junto com o amado nessa empreitada.
Vendo tal realidade, Alma decide usar todas as armas para roubar o coração de pedra de Rey. Ela pede a todos os funcionários que saiam do ateliê para que ela possa ficar a sós com o cara, para o completo desgosto de Cyril, que afirma ser uma péssima ideia. Alma segue com o plano, fazendo um jantar e orquestrando uma noite romântica, rapidamente sofrendo uma guinada rumo ao precipício quando Rey volta para a casa e sua maior preocupação é o paradeiro da irmã. Daí para frente é desastre por completo quando ele mantém a pose intolerante e detesta o jantar de Alma, pois não foi cozinhado estritamente dentro de todas as minuciosas regras que possui.
É aqui que o espectador diz: "Ela finalmente vai se tocar e cair fora". Rey é um dos personagens mais insuportáveis do cinema moderno, um poço sem fim de antipatia que faz Alma de capacho - com uma às-vezes-não-tão-sutil ajuda da irmã. Entretanto, mesmo com toda briga e abusos, Alma decide continuar ali, com uma nova estratégia. Ela envenena o chá de Rey com cogulemos, que o deixa seriamente doente. Quem tomará conta do moribundo com paixão e devoção? Ela mesma.
A sequência em que Rey se vê doente é absolutamente bizarra - e involuntariamente cômica. Ele entra no ateliê, com uma enorme roda de costureiras, para vistoriar um importante vestido. Depois de listar todos os defeitos com o modelo - como sempre -, tem um rápido desmaio e cai por cima dele, para o desespero de todas as mulheres presentes. Não porque o chefe está à beira da morte, e sim porque ele pisou e manchou o vestido.
Descrevendo e analisando a trama como estou fazendo, confesso, tudo soa uma delícia, o que certamente renderia um ótimo filme, porém toda a obra só é ótima no papel, não na tela. Toda a narrativa possui uma só nota do início ao fim, arrastando os acontecimentos que poderiam ser resolvidos com mais agilidade e menos burocracia. Há grande letargia, monotonia e tudo sai do lugar com muita dificuldade. Dá para entender claramente as escolhas estilísticas escolhidas por PTA para compor seu filme, mas não dá para ignorar todo o aborrecimento.
Todas as mulheres da película são como mariposas voando ao redor da lâmpada incandescente e infinita que é Rey. Todas fazem tudo o que o homem quer, da forma que ele quer, e PTA com seu roteiro e artimanhas técnicas transformam o protagonista num messias da moda. São takes em close mostrando seus dedos desgastados, alfinetes na boca e o ator rodeando sua obra sagrada: seus vestidos são a segunda vinda de Jesus Cristo. Alma até tira à força uma peça de uma mulher que deu vexame num jantar pois ela não era "digna" de usar um Woodcock.
A maneira que as personagens femininas se submetem aos desmandos do protagonista é patética. Apesar de ele ser um porre completo, a raiva acaba sendo direcionada em cima de Alma, já que ela escolhe continuar ali e tentar conseguir o amor do homem. Ela aceita o controle, a humilhação e a pedância de alguém com complexo de deus. Quem em sã consciência vai querer o amor de uma pessoa tão podre como Rey? E aqui está uma das chaves do filme: ele se trata de uma relação entre dois sociopatas, que se enebriam em suas obsessões e loucuras.
Daniel Day-Lewis consegue facilmente fazer com que a plateia deseje pular em seu pescoço, no entanto o efeito é gerado bem mais pelo trabalho do roteiro do que pela atuação em si, correta, mas nada de especial - é possível imaginar outros atores realizando algo no mesmo nível. DDL está no mesmo barco de Meryl Streep em "The Post": indicado por ser quem é, não pela atuação em si. Ambos não erram e não entregam trabalhos ruins, porém estão longe dos grandes momentos de suas respectivas carreiras e dos concorrentes no ano - e o burburinho em torno da aposentadoria de DDL, claro, ajudou em mais uma indicação. A Academia jamais iria deixar de louvar o último papel dele da forma que pudesse - mesmo distante de Gary Oldman, favorito ao Oscar de "Melhor Ator" por "O Destino de Uma Nação".
Quando nos adaptamos à narrativa de "Trama Fantasma", notamos que parece haver um grande filme ali do lado, inalcançável pelas escolhas de Paul Thomas Anderson ao transformar sua obra numa sessão quase insuportável sobre personagens doentes convivendo entre si. Os belos momentos e uma glamourosa produção são soterrados pelas motivações inertes que, ao invés de ser um rico estudo sobre relacionamentos abusivos enfeitados com roupas de grife, termina como um filme que parece se esforçar para fazer com que o espectador levante da cadeira e se retire - coisa que Alma deveria ter feito lá pela metade da duração.