Nunca escondemos nosso amor pelos livros e, começando agora mais uma seção aqui no blog, vamos recomendar uma história que coincide bastante com o atual estado político no Brasil, em que muitos resolveram reivindicar seus direitos, brigar contra a corrupção no governo, exigir por impeachments e, mesmo sem notar, caminhar para o que pode se tornar uma nova ditadura tupiniquim.
Por pouco não lançado pela rígida censura de antigamente, "A Revolução dos Bichos" ("Animal Farm" é seu título original) é um livro de 1945, onde o escritor e jornalista que defendia a ideologia social-democrata George Orwell (mesmo de "1984") faz uma sátira do Stalinismo, da Rússia, utilizando também diversas referências do socialismo e capitalismo. Mas antes que pensem que estão numa aula de história, o livro está longe de trazer uma leitura chata ou cansativa, narrando os fatos de forma fiel, mas trazendo o bom-humor como ponto chave.
No conto, acompanhamos a história de uma fazenda, onde os animais começam uma revolta contra seu dono, Sr. Jones, após terem seu alimento diminuído
Sem os homens para dar-lhes de comer, assim como dizer quem deveria fazer o que e quando, os bichos reorganizam então sua nova forma de vida e se baseiam numa espécie de constituição composta cinco tópicos — explicados superficialmente para os animais menos inteligentes — que se resume na frase "Quatro pernas [animal] bom, duas pernas [homem] ruim".
De início, sob o comando dos porcos Bola-de-Neve e Napoleão, tudo funciona aparentemente bem, mas eles descobrem então que alguns desvios de alimentos começam a acontecer, assim como contatos de animais com homens (o que iria contra sua "constituição"), e isso desencadeia outra sequência de acontecimentos, a começar pela expulsão de um dos porcos "líderes", início de uma ditadura disfarçada e manipulação de seus tópicos básicos, desvirtuando então sua frase chave para "Quatro pernas bom, duas pernas melhor ainda".
Ao decorrer da história, os animais menos inteligentes recorriam a sua memória para se lembrar se era isso que haviam combinado quando começaram a tal revolução e se a vida era ou não melhor sob o comando dos homens, mas são confundidos pelo porta-voz do porco ditador (hoje equivalente a mídia?), que insiste em dizer que as mudanças foram todas benéficas, assim como que os ideais do Animalismo — nome dado ao movimento fictício — nunca foram modificados.
A gente não pode contar a história toda, se não perde a graça e o objetivo da seção, que é fazer com que vocês leiam, mas caso estejam em dúvida: a leitura é recomendadíssima e, como dissemos anteriormente, nada chata ou cansativa. Para os que preferem algo mais complexo, o primeiro romance de Orwell, "1984", trata do mesmo assunto, mas aplicando o conceito ao mundo humano, incluindo então um governo real, um ditador homem e uma maior exploração da participação da mídia nisso tudo.
Se você já leu, pode contar pra gente nos comentários se acha ou não incrível e se você nunca tinha ouvido falar, está mais que na hora de procurar sobre! Aos interessados, o livro pode ser lido na íntegra pela internet!