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O primeiro teaser de “Love, Victor” é a coisa mais gracinha que você vai ver hoje

"Com Amor, Simon" fez um tremendo sucesso em 2018 por trazer um romancezinho que todo gay adolescente sempre quis ver. Não demorou muito para que resolvessem expandir o universo e oficializar uma série derivada, com novos personagens. Dois anos depois, "Love, Victor" tem o seu primeiro teaser revelado e a gente está morrendo de amores.



Quem nunca teve um gay panic desses? A representatividade, meu pai.

"Love, Victor" originalmente seria disponibilizada no Disney+, mas parece que a série está gay demais para o serviço. Entretanto, o derivado vai para o hulu que, no fim, é um serviço da Disney. Talvez a Casa do Mickey não queria associar diretamente  sua imagem com um produto inteiramente sobre gays, apesar de ter alguns personagens LGBTQ+ em algumas séries e até filmes.

O derivado acompanha Victor, interpretado pelo fofinho do Michael Cimino, que chega a Creekwood High School. A primeira temporada deve explorar os conflitos quanto a orientação sexual de Victor e terá 10 episódios de meia hora - o estúdio já cogita uma segunda temporada, aliás. "Love, Victor" estreia no dia 19 de junho.

Vai ter terceira temporada de “Westworld” e “The Handmaid's Tale”

“Westworld” é a aposta da HBO com o fim de “Game Of Thrones” chegando. A série, que acabou de estrear sua segunda temporada, já foi renovada para mais uma – o que não foi surpresa nenhuma.

Casey Bloys, o presidente de programação do canal, contou a novidade pro The Hollywood Reporter:
Tem sido um prazer extraordinário trabalhar com os excepcionalmente talentosos Jonathan Nolan e Lisa Joy, além de sua equipe e elenco. Desde a narrativa inspirada ao visual incrível, estamos muito ansiosos para ver onde o próximo capítulo nos levará.



E o mesmo aconteceu com “The Handmaids Tale”, do Hulu. A segunda temporada estreou dia 25 de abril e uma semana depois, o serviço de streaming tratou de renová-la para uma terceira, destacando ainda que o primeiro episódio da série foi o mais visto do serviço, tudo isso durante a semana de seu lançamento. Abençoado seja o fruto, né?



Por enquanto, a gente ainda tem muita coisa pra ver, por que as novas temporadas de "Westworld" e "The Handmaid's Tale" tão só começando.

Se o futuro é da internet, como fica a TV tradicional?

No último domingo, “The Handmaid’s Tale” foi a primeira série de um serviço de streaming a vencer na categoria de melhor série dramática no Emmy, o que parece uma virada no jogo da produção audiovisual: os serviços online possuem hoje as séries mais cotadas para as premiações e que geram mais buzz entre as pessoas.

O serviço Hulu, criadora de “THT”, é uma plataforma que em seus primeiros anos de vida (nasceu em 2008) primou por passar episódios de séries que haviam ido ao ar na noite anterior em diversos canais de TV (o serviço é de propriedade de vários grupos de mídia). Percebendo que não poderia crescer dessa forma, e apoiados em estratégias de concorrentes como Netflix e Amazon, o Hulu começou então a produzir séries próprias. 

Há uma produção original no serviço baseada em um conto de Stephen King, “11.22.63”, estrelada por James Franco que teve relativo sucesso, ou comédias como “Difficult People”, apreciada pela crítica, mas “THT” é um marco para o serviço, que passa agora a figurar entre os produtores das séries premiadas. Mais do que isso, o Hulu abre a fronteira da nova era da TV: os serviços de streaming ditam a moda e os principais conteúdos.

Se “House of Cards” e “Orange is the new Black” já haviam quebrado barreiras na Netflix, por alcançarem sucesso internacional já em seus primeiros anos de vida, “THT” mostra como as produções online estão sendo bem recebidas e em conformidade com o que o consumidor espera. “THT” surgiu em um momento crucial nos Estados Unidos e no mundo, onde a série distópica sobre uma ditadura pareceu extremamente necessária nesse contexto de autoritarismo e conservadorismo, o que contribuiu para sua proliferação em rodas de conversa e fóruns da internet.

Sabemos que essas empresas utilizam-se de dados dos usuários para rastrear comportamentos e tendências. “Stranger Things” da Netflix é um exemplo, a série idealizada pelos irmãos Duff foi rejeitada por diversos canais até cair na gigante do streaming, que acreditou no projeto a partir da análise de algoritmos e do entendimento de que poderia ser um sucesso, visto a tendência nostálgica dos jovens nascidos nos anos 1980 e 1990. Se o futuro é da internet e dos algoritmos, como fica a TV tradicional? 

Não, ela não irá acabar, até porque os conglomerados de mídia estão atentos às mudanças. O que estamos analisando aqui não é nenhuma tendência para daqui 20 anos e, sim, o que está rolando agora. A verdade é que os serviços online perceberam que precisam investir em conteúdos próprios, pois o que a TV produz não gera valor e, um dia, será transmitido pelos próprios serviços de streaming desses canais.

Por isso Amazon, Netflix e Hulu estão sempre buscando séries inovadoras e diferentes: eles precisam encontrar a linguagem que funcione com seus públicos, para fidelizá-lo num futuro – próximo – com muito mais concorrentes. Amazon já conseguiu com “American Gods” e “Transparent”, Netflix com incontáveis sucessos, e agora Hulu com “The Handmaid’s Tale”. A TV tradicional, por sua vez, tende a tirar seus conteúdos dessas plataformas e monetizá-los à sua maneira. Já existe o Fox Play no Brasil, que nos deixou órfãos de “How I Meet Your Mother” na Netflix, a Disney está criando o seu próprio (mesmo sendo acionista do Hulu), a FX terá o seu também e até a ESPN, introduzindo os esportes no mundo online, o que pode fazer o jogo mudar mais uma vez. Enfim, as empresas estão espertas. 

Para nós consumidores, o bom é que essa concorrência toda gera séries cada vez menos ordinárias, e cada vez mais complexas e direcionadas a todos os públicos. Tem conteúdo demais, e tem conteúdo segmentado, com produções para todos os gostos, com todos os tamanhos e o melhor: com muita representatividade. Já tem série pra usuário da cannabis, pra donas de casa religiosas, pra adolescente nostálgico, para pessoas LGBT; um par de coisa a nosso dispor, como nunca antes.

O horário nobre vai acabar, e a TV precisará de conexão com a internet. A grande revolução que estamos vendo é, na realidade, sobre novos atores que entendam a importância da plataforma na hora de ver TV, e que se preocupem em passar a melhor experiência, com liberdade, facilidade e análise de tendências, do que uma dança das cadeiras no poder e prestígio. Afinal, não vamos conseguir assinar a tantos serviços de uma vez. Prêmios a TV continuará ganhando, mas quais canais continuarão relevantes num mercado volátil como esse? 

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