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Primeira gravadora focada em artistas trans no mundo, Trava Bizness se apresenta neste mês em SP

No próximo dia 30 de março, em São Paulo, o projeto Movimento Diversa ocupa o Z Largo da Batata, em Pinheiros, para uma noite de música com diversos nomes que marcam a nova cena brasileira, como As Bahias e a Cozinha Mineira, MC Delacroix e a rapper Rosa da Luz.

Além dos shows, o evento será palco também para uma apresentação do projeto “Trava Bizness”: a primeira gravadora focada em artistas trans em todo o mundo.

Com um catálogo que passeia do rap a MPB, o selo levará ao palco do evento, além de Rosa da Luz, nomes como Marina Matheus, Albert Magno, Natt Maat, Alice Guel e Malka.

“A importância de projetos que deem visibilidade aos processos criativos e caminhos das ditas minorias no Brasil se mostram de extrema urgência para o momento em que sobrevivemos a tantas campanhas contra nossas vidas, artes e saberes. A ideia é podermos debater por meio da demonstração desses corpos e vozes nosso movimento em prol da diversidade e respeito a nossas lutas diárias pela sobrevivência”, explica uma das produtoras do projeto, Marta Carvalho.


Os ingressos estão disponíveis por R$30 e podem ser adquiridos na bilheteria do Z Largo da Batata. Mais informações no site.

"Paris Is Burning" Impact: Calvin Harris e Sam Smith lançam o “Promises Documentary”

A parceria de Calvin Harris e Sam Smith nos rendeu uma das melhores músicas desse ano, mas ainda bem que eles não pararam por ai. 

Em “Promises”, o DJ britânico chamou o hitmaker de “Pray” para continuar a empreitada de trazer de volta às rádios a House-Music dos anos 80, estilo que ele vem explorando bastante desde seu último álbum, o “Funk Wav Bounce Vol.1”, até seu single anterior, a parceria “One Kiss” com a Dua Lipa.

No clipe, somos levados a uma noite glamorosa em um “ballroom”, onde a liberdade de existir dos LGBTQI+ é celebrada. A produção conta com a participação de Kevin Stea, que ficou famoso ao trabalhar com Madonna em sua transgressora “Blond Ambiton Tour”.




A dupla resolveu expandir o trabalho audiovisual do clipe e criou um mini-documentário, em que dançarinos de Vogue, Drag Queens, designers de moda e consagrados artistas da noite LGBTQI+ relatam suas histórias de aceitação e resistência.

Sam Smith também aparece contando seu processo de aceitação.
Quando eu me assumi a única coisa que meu pai me disse foi, ‘você tem certeza? Só quero saber disso, porque não quero dizer isso pra todo mundo. Você é muito novo, talvez você sinta algo que não é. A primeira vez que encontrei com algum gay, eu tinha 19 anos, quando saí da minha área. Mesmo na escola, eu era o único gay.
 Confira o mini-documentário.



A produção, tanto do clipe quanto do documentário, é assinada pelo diretor “Evil Nava”, que também dirigiu vários outros vídeos do Calvin, como “Feels" “This Is What You Came For", e “One Kiss".

O curta-metragem tem grande influência do icônico e atemporal “Paris Is Burning”documentário lançado em 1991 que é uma verdadeira aula de história sociocultural LGBTQ+.





Alguns dos grandes exemplos do legado dessa produção são a “Pose” (HBO)de Ryan Murphy e o clipe de “Vogue”, da Madonna. Em 2016, a obra foi selecionada pelo "National Film Registry" à Biblioteca do Congresso como "cultural, histórica ou esteticamente significante"Catou a importância, né?

"Paris Is Burning" está disponível na Netflix pra você ver e rever. E de nada! ;)

O disco de estreia da Hayley Kiyoko e a importância dessa geração de novos artistas LGBTQs

As causas LGBTQs tem ganhado cada vez mais espaço na indústria, porém, em sua maioria das vezes, através das vozes de estrelas que se identificam como heterossexuais ou até fazem músicas insinuando o flerte com o mesmo gênero, mas sem levantarem nenhuma bandeira. Falas importantes, sim, mas que trazem a tona uma representatividade falha.

Nos últimos anos, as coisas começaram a mudar. Miley Cyrus declarou sua panssexualidade, Sam Smith cantou as tristezas de seus amores, que são como todos os outros, e Troye Sivan fez um lindo disco sobre ser um jovem gay e se aceitar (e já prepara outro, mais alegre e pra cima), isso só pra citarmos alguns exemplos. Em 2017, Halsey e Lauren Jauregui representaram em “Strangers” e Kehlani falou abertamente sobre como gosta de suas garotas. Pra somar a todo esse grupo que, ainda bem, só cresce, Hayley Kiyoko, uma das promessas do pop para esse ano, finalmente lançou seu disco de estreia nesta sexta-feira (30). 

Recheado com muito synthpop, aos moldes do “Lady Wood” de Tove Lo, o álbum conta as histórias de uma mulher lésbica que se relaciona secretamente com uma outra que ainda não se abriu sobre sua orientação sexual e tenta mostrar para ela que o homem com quem se relaciona não é a pessoa certa.



Todo mundo pode se identificar com as histórias de Hayley, que são, primariamente sobre amar e ser amada. Indo fundo, entretanto, temos ainda mais: é uma representatividade escancarada que se faz extremamente necessária. Ela não tem medo de falar sobre seus relacionamentos como são, naturalizando todos esses sentimentos e mostrando que, na verdade, tudo é amor e descobrimento, e é isso que faz o disco ser não só um ótimo álbum pop, mas também um importante avanço. Hayley não é só uma promissora artista pop, ela é uma promissora voz. 

Em recente entrevista, a cantora contou que foi questionada por executivos sobre colocar e fazer vídeos sobre garotas.

“Vários executivos da indústria me disseram 'você vai fazer outro videoclipe sobre garotas?'. Eu literalmente olhei pra eles e disse 'bem, sim, Taylor Swift fala sobre homens em toda música e clipe e ninguém reclama que ela não está sendo original”.


Não é preciso de muito para entender que Hayley não fez uma crítica a colega, mas sim reivindicou seu espaço para fazer sua arte do jeito que queria, representando suas histórias da forma que bem entende. Afinal, como cantora heterossexual, Taylor Swift nunca precisou escutar que estava fazendo muitas músicas e clipes sobre caras. É isso que a própria Taylor disse em sua resposta: "Nós deveríamos aplaudir artistas que são corajosos o suficiente para contar honestamente a sua narrativa romântica através de sua arte e é fato que eu nunca me deparei com a homofobia como ela. É direito dela falar sobre todos que tratam de forma diferente o interesse amoroso gay e heterossexual".

Muito se discute sobre o que é a música do futuro. Ainda que a música viva sua fase conservadora, com homens dominando as paradas, acreditamos que esse futuro se vê representado por quem pode trazer não só boa música, mas, também, uma boa narrativa, falar com coragem sobre o que sente e quem é e, dessa forma, trazer representatividade para esse meio.

São mulheres como Kesha e Lady Gaga usando sua voz para denunciar o machismo diário e os abusos da indústria, Kendrick Lamar e Frank Ocean escancarando o racismo, Beyoncé e SZA indo além e desabafando sobre a realidade de uma mulher negra, Camila Cabello falando por uma massa que está sempre prestes a ser jogada para o outro lado do muro de Trump e, agora, Hayley, Troye e tantos outros contando a realidade do que é ser jovens LGBTQs.



A música do futuro é composta por vozes que vão se levantar para falar sobre sua realidade, contar suas histórias e finalmente falar por aqueles que até então não conseguiam ser ouvidos e não se sentiam vistos. Vozes que não só vão nos fazer dançar, mas ajudar a transformar a sociedade. Hayley é mais uma dessas vozes. E por cada uma delas, seremos gratos.

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