Pense na mistura perfeita entre algo mais folk, como o que a Taylor Swift fez em "Safe & Sound", com synthpop e um pouquinho de Lorde. Esse é o som da Maggie Rogers. A americana de apenas 22 anos já é dona de uma sonoridade própria que pode até parecer confusa, mas a primeira ouvida conquista e justifica por si só o porquê de ela ser um dos principais nomes para ficarmos de olho em 2017.
Maggie entrou na música aos nove anos e, extremamente influenciada pelo folk, aprendeu a tocar harpa e banjo, e adicionou mais pra frente o piano e o vilão na sua lista de instrumentos. Mas o que mudou sua vida mesmo foi uma viagem à Europa onde, na França, teve uma experiência com a música dance que para ela foi "espiritual". À partir daí, a cantora soube que precisava unir esses dois estilos em suas canções e que isso poderia funcionar muito bem.
Ela então voltou aos Estados Unidos e passou a estudar música na NYU, faculdade de Nova York, tendo aulas de composição e produção. Foi em um dia comum, enquanto ainda estava na universidade, que o cantor Pharrell Williams resolveu dar uma passadinha por lá, ouvir as canções dos alunos e dar algumas dicas para eles. Ao escutar "Alaska", da Maggie, ele não só não teve nenhum conselho para dar como também chorou com a beleza da faixa. Tá bom ou quer mais?
Depois disso não teve como: Rogers fechou contrato com uma gravadora e já lançou "Alaska" oficialmente, com direito a clipe e tudo. A canção não é necessariamente emotiva, mas muito bonita e bem construída e, por isso, a gente não julga nem um pouquinho o Pharrell por ter chorado.
Depois de "Alaska", a Maggie liberou "Dog Years", que é a nossa favorita. Fofa e delicada, essa música é a que melhor mostra o estilo da americana como compositora e, em termos de sonoridade, é daquele tipo que vai crescendo aos poucos com o bom uso de sintetizadores e da voz dela, que alterna entre tons mais altos e alguns sussurros. No final, o resultado é uma faixa que aquece instantaneamente o nosso coração.
Já a mais nova música de trabalho da nossa aposta é "On + Off". Se "Alaska" e "Dog Years" funcionam muito bem pelo equilíbrio entre o dance e o folk, nessa nova música, Maggie se joga de vez no synthpop e arrisca um pouco, sem medo de ser feliz. "On + Off" poderia facilmente ser uma nova música da Lorde caso ela quisesse apostar em algo mais dançante e descompromissado.
O primeiro EP da garota, chamado de "Now That The Light Is Fading", saiu em fevereiro e contou com essas três canções já conhecidas, além das inéditas "Color Song" e "Better". A primeira mostra bastante da visão de Maggie sobre o mundo e como ela percebe tudo a sua volta. Já a segunda, responsável por fechar o EP, é talvez a mais experimental do trabalho. Mais lenta e cheia de sintetizadores, "Better" parece uma música que o Years & Years faria se quisesse apostar em algo mais intimista.
Depois desse EP maravilhoso, estamos no aguardo de seu álbum de estreia que, quem sabe, sairá ainda esse ano, e não vemos a hora de ver a menina ganhando espaço pelo menos na cena alternativa porque, como vimos, não há ninguém que faça o que ela faz. E a gente agradece muito por ter alguém por aí fazendo esse som especial <3